CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sábado, fevereiro 29, 2020

PMAM - FOTO POSTAL

A foto mostra oficiais das Polícias Militares do Amazonas e de São Paulo, em acontecimento ocorrido em 15 de junho de 1990.

Trata-se de almoço festivo no cassino dos oficiais do quartel da Praça da Polícia, hoje Palacete Provincial. 
Coronéis Roberto, Brandão, Araújo Neto e Ilmar, nesta ordem

A partir da esquerda: coronel Roberto Mendonça, que ora promove este Blog. A seguir, coronel Antonio Brandão, que exercia a direção da secretaria de Segurança; coronel da PMESP Araújo Neto, que presidia a delegação do CSP (Curso Superior de Polícia) em viagem de estudos; e, por fim, coronel Ilmar Faria, então diretor do Detran (Departamento de Trânsito).
Os três últimos oficiais constituíram uma amizade, em razão de que o coronel Brandão efetuou sua formação, e o coronel Ilmar, o Curso Superior na Academia do Barro Branco, da PM do Estado de São Paulo.

RELATÓRIO DE CÂNDIDO MARIANO (1901)

Silvério Nery

Quando assumiu o governo do Estado, em 23 de julho de 1900, Silvério José Nery manteve Cândido Mariano na direção-geral da Diretoria de Obras, hoje secretaria de Infraestrutura. 

Mariano era capitão do Exército e se notabilizou em Manaus ao comandar, com o posto de tenente-coronel, a tropa da PM amazonense que marchou contra Canudos (1897).
À frente dessa diretoria, sob ordens governamentais, ele encaminhou um extenso Relatório, detalhando os contratos em vigor com o governo. 
Cândido Mariano
Vou compartilhar apenas  o primeiro destes, que trata do fornecimento de água para a cidade. 
De ante mão, esclareço que não possuo condições para transformar os valores monetários de então (réis) em valores atuais. No entanto, é possível observar o sobressalto do diretor-geral com os acertos realizados desde 1898. E, mais ainda, com os próximos 27 anos de validade do contrato. 

Recorte da folha de rosto do Relatório, anexo a Mensagem do governador,
de 15 de janeiro de 1901

Em obediência a vossa ordem, contida em circular de 17 de dezembro findo, passo a informar sucintamente a V. Exa. das ocorrências mais importantes sucedidas nesta Repartição desde 23 de julho do ano findo, até a presente data, bem como a fornecer-vos alguns dados sobre os serviços a cargo desta Diretoria.
Existem contratados atualmente os seguintes serviços: 
1.° - Fornecimento d'água, por meio das bombas hidroelétricas pertencentes ao Estado, aos reservatórios do Mocó e Castelhana, contratado com a Manáos Railway Company, desde 20 de julho de 1898. O referido contrato é talvez de todos os existentes, na atualidade, o que mais pesa sobre os cofres públicos, sem produzir vantagens correspondentes ao Estado. Com efeito, sendo o prazo da concessão de 27 anos, e necessitando esta Capital do abastecimento diário de seis milhões de litros, em média, segue-se que pelo preço contratado (três centésimos do dólar) por metro cúbico, a despesa diária, com o referido serviço, monta em quantia próxima a de um conto de réis, calculado o dólar ao câmbio de 10 dinheiros por mil réis.
Sendo assim, a despesa mensal será de cerca de trinta contos de réis, ou de trezentos e sessenta contos por ano,
ou de 9.720:000$000 nos 27 anos de duração do contrato.
Acresce mais que as bombas hidroelétricas que fazem o serviço de elevação d'água, dos mananciais aos reservatórios, pertencem ao Estado, que já as pagou, bem como a sua instalação ao feliz contratante.
Limita-se o serviço contratado exclusivamente ao fornecimento d'água, sendo que os mananciais produtores da mesma foram entregues ao contratante em perfeito estado de conservação e limpeza, bem como uma turbina e uma bomba a vapor, para auxiliar o referido serviço de fornecimento d'água. É, pois, este um serviço cujo rendimento não é proporcional à remuneração auferida pelo seu contratante.
O custeio anual do serviço de águas, somadas as despesas feitas com a manutenção do contrato acima aludido, e as exigidas da distribuição do líquido, executadas por esta Diretoria, monta em quantia superior a quinhentos contos de réis. No entanto, a renda a arrecadar anualmente pela coletoria de águas é computada em oitenta contos de réis! 

quinta-feira, fevereiro 27, 2020

ANÚNCIOS DO SÉCULO PASSADO

Estas propagandas comerciais foram recolhidas de duas revistas circuladas em Manaus. O Rionegrino era de responsabilidade do Atlético Rio Negro Clube, tendo circulado até a década de 1950. A outra, era a Victoria-Regia, que circulou apenas na década de 1930, e em cuja direção fez parte o saudoso Mário Ypiranga Monteiro. 
A coleção de ambas as revistas podem ser consultadas na Biblioteca Mário Ypiranga, situada no Centro Cultural Povos da Amazônia (Bola da Suframa).


Revista Rionegrino (circulada em 1939)

Circulada na revista Rionegrino (1950)

Revista Rionegrino (editada em 1929)

Compartilhado da revista Victoria-Regia


quarta-feira, fevereiro 26, 2020

SUFRAMA: 53 ANOS

Logomarca da entidade 

São 53 anos de criação, em 28 de fevereiro. 
Adiantando-me à festa da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), compartilho uma publicação circulada por ocasião do 3º ano de existência. As fotos não oferecem qualquer qualidade, funcionava o conhecido P&B. O texto do Jornal do Commercio (28 fevereiro 1970), porém, nos conta da expansão comercial, com as ruas centrais tomadas de comércios de importados de todas as grandezas. Comércio estimulava o turismo de compra. Desse modo, Manaus fervilhava de visitantes.

O quartel da Polícia Militar, da qual sou reformado, servia de agência de intercâmbio com as demais congêneres, pois os cursos profissionais de oficiais efetuavam uma “viagem de estudos” a Manaus. Era uma delegação na pisada de outra.

Foi-se o comércio, porém, estabeleceu-se o polo industrial. Apesar das implicâncias, de malquerer das autoridades centrais, a ZFM segue em frente e tem mantido em boas condições o desenvolvimento do Amazonas. Os muitos que se arvoram a “padrinhos” desse empreendimento, devem reconhecer que seu sucesso adveio da ação do Governo Militar (1964-1985).

Zona Franca, em três anos

Publicação do Jornal do Commercio, em 28 fev. 1970

Primeiro veio o comércio intenso, com o sensível barateamento do custo dos gêneros alimentícios e das roupas, com a importação dos mais variados tipos de artigos eletrodomésticos, com a transformação de Manaus em centro de grande interesse turístico e com a abertura de milhares de novas oportunidades de empregos, fazendo aumentar a renda “per capita” do amazonense e mudando seus padrões de vida. Posteriormente, começou o trabalho de implantação do Distrito Industrial, tarefa grandiosa que está para ser constituída e que permitirá a instalação das grandes indústrias que farão o verdadeiro desenvolvimento econômico da região.
Criada, em 28 de fevereiro de 1967, pelo então presidente Castelo Branco, a Zona Franca de Manaus teve seus benefícios estendidos às demais unidades da Amazônia Ocidental pelo marechal Costa e Silva. O governo do Presidente Garrastazu Médici continua a prestigiá-la e, ao atingir o seu terceiro aniversário de existência, ela já pode ser considerada irreversível.
Subordinada ao Ministério do Interior, teve no ministro Albuquerque Lima seu grande defensor, comportamento que também é creditado ao ministro Costa Cavalcante que tem mostrado reconhecer sua grande importância para a integração desta área ao todo brasileiro. Comandando-a desde o início, o cel. Floriano Pacheco tem atuado como um autêntico amazonense, marcando seu trabalho com o entusiasmo de quem deseja realmente ver desenvolvida a Amazônia Ocidental.


Publicação do Jornal do Commercio, em 28 fev. 1970
Comemorando o terceir0 aniversário do Decreto-Lei n° 288, com o qual, em 28 de fevereiro de 1967, o então presidente Castelo Branco reestruturou a Zona Franca e deu à região o instrumento mais válido de seu desenvolvimento —, a SUFRAMA cumprirá no dia de hoje um significativo programa.

MISSA
A comemoração se iniciará as 8 horas, quando, na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, será celebrada uma solene missa, à qual comparecerão as autoridades e o público.

CERIMÔNIA 
O programa alusivo ao aniversário da ZFM prosseguirá às 10 horas, com uma solenidade na sede da SUFRAMA (av. Eduardo Ribeiro, em frente ao Ideal Clube). Na ocasião, depois de hasteada a Bandeira Nacional, o superintendente Floriano Pacheco fará um pronunciamento a propósito da data, historiando o trabalho que a Superintendência da Zona Franca de Manaus tem desenvolvido, ao longo de três anos, para cumprir os objetivos estabelecidos pelo Decreto-Lei 288.
Após a fala do coronel [EB] Floriano Pacheco, serão entregues os prêmios conquistados pelos vencedores dos concursos que a SUFRAMA instituiu a propósito do aniversário que hoje se comemora.

JANTAR
À noite, a partir das 20,30 horas, no Acácia Clube, todos os servidores de Superintendência da Zona Franca se reunirão num jantar de confraternização, a ser presidido pelo coronel Floriano Pacheco.
Durante o jantar, será feita a entrega de faixas de campeões aos integrantes da equipe do Suframa Esporte Clube que, no ano passado, venceu o certame de futebol da Segunda Divisão de Amadores.

segunda-feira, fevereiro 24, 2020

MENSAGEM DE PLÍNIO COELHO


A mensagem governamental lida na abertura da Assembleia Legislativa, em 1964, traz a chancela de Plínio Ramos Coelho. Tratou-se de sua derradeira mensagem a esse Poder, pois, em março desse ano, os militares estabeleceram seu Governo (ou, se desejar, ditadura) e, em junho, cassaram o mandato deste governador.

Plínio Ramos Coelho
Uma efeméride para ressaltar: o saudoso Plínio Coelho inteirou o primeiro centenário de nascimento no dia 21 passado, tremenda sexta-feira propícia para festejos, ainda mais que na abertura do Carnaval. Não tive conhecimento – até porque não busquei – de qualquer movimento lítero-musical-religioso-doméstico que lembrasse o calendário. Tanto em Manaus quanto na afastada cidade de Humaitá, berço do nosso governador, em dois mandatos.
Mas há muito publicado, há bastante que se ler sobre sua trajetória na política do Amazonas. Talvez não exista uma compilação desse material, de sorte que o Ganso do Capitólio, seu epíteto mais conhecido, tenha registrada sua consagrada presença no Palácio Rio Negro.
Na aludida mensagem governamental, Plínio Coelho dá-nos notícia do projeto de criação da Secretaria de Segurança Pública, fato que somente veio acontecer em 1970.
Detalhe da capa da Mensagem

SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

Houve por bem Vossa Excelência, através de decreto publicado no Diário Oficial de 30 de julho último, designar o prof. Aderson Andrade de Menezes, Procurador Jurídico do Estado, bacharelando Sileno Kleber Máximo da Silva, diretor do DASPA [Departamento de Administrativo do Serviço Público do Amazonas], e o signatário do presente [secretário do Interior e Justiça], sob nossa presidência, para compormos comissão incumbida de estudar e oferecer sugestões sobre a criação de uma Secretaria de Estado destinada a superintender e centralizar os negócios atinentes a Segurança Pública, tomando por base o projeto do deputado José Bernardo Cabral, apresentado à douta Assembleia Legislativa do Estado.
A comissão foi instalada e desenvolveu apurado estudo do referido projeto, analisando-o em todos os seus aspectos.
Caricatura do
governador
Foram fecundos os trabalhos dessa comissão. Dele resultaram dois projetos de lei, um, de autoria do professor Aderson de Menezes. Outro de nossa autoria, transformando a Secretaria do Interior e Justiça (SIJ) em Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Através do Of. G-SIJ 1339/63, de 6 de novembro último [1963], a citada comissão considerando  que o projeto elaborado pelo deputado José Bernardo Cabral excedia de muito a realizada (sic) policial de nosso Estado, tornando-se de difícil aplicação, pois acarretaria nos moldes idealizados pelo mencionado parlamentar, opinou pelo reconhecimento da inaplicabilidade do projeto do deputado.
Nossa opinião não ficou isolada.
A Assembleia Legislativa do Estado, segundo noticiário da imprensa, rejeitou por unanimidade o referido projeto de Lei.

domingo, fevereiro 23, 2020

TV BARÉ E O GOVERNADOR AREOSA

Okada, na foto de cima,
de quepe.

Em Manaus, a primeira estação de televisão foi a TV Ajuricaba (canal 38 VHF), dos Hauache, que se transformou na TV Amazonas, afiliada da Rede Globo. A segunda foi a TV Baré, pertencente aos Diários Associados, que eram proprietários do Jornal do Commercio e da Rádio Baré. Não demorou muito, pois os Associados, já em decadência, passaram a concessão para a atual TV A Crítica.
Quando da construção do edifício em operou a TV Baré, o governador Areosa (1967-71) fez uma visita de cortesia. Uma nota sobre essa visitação foi publicada no Jornal do Commercio (13 fevereiro 1970), esquecendo o noticiarista de nominar o ajudante de ordens do governador, trata-se do capitão PM Odacy Okada que, em nossos dias é coronel reformado, todavia, vem lutando com galhardia pela saúde própria.

Legenda da foto (Jornal do Commercio, 13 fev. 1970)
O governador Danilo visitou todas as instalações em construção da TV Baré, ouvindo com interesse as informações que lhe eram dadas pelos jornalistas Epaminondas Barahuna, superintendente dos "Associados" na Amazônia Ocidental, Ayrton Pinheiro, diretor da nova emissora. Acompanharam-no na visita o secretário de Imprensa, Sinval Gonçalves, e seu ajudante de ordens [capitão PM Odacy Okada].

sábado, fevereiro 22, 2020

NOTA PARA A HISTÓRIA DA PMAM

Muito já propalou sobre o estado falimentar do Amazonas na década de 1950, em particular na sua primeira metade. 

Renovo a conversa indicando o efetivo da Polícia Militar do Estado para o ano de 1950, autorizado pela lei nº 438/49. Transcrevo o Mapa do Efetivo e, sobre este, elaboro algumas considerações, esclarecendo que àquela época o efetivo era estabelecido anualmente.

Recortado do Diário Oficial do Estado (17 outubro 1949)
Para a população de 100 mil habitantes na capital, em nossos dias a população de Itacoatiara, a Força Estadual poderia contar com até 328 homens. Ou seja, esse era o número previsto na PM que, normalmente, não alcançava. Desse modo, exercia o trabalho com o efetivo existente. A estrutura era totalmente da Força Terrestre: comando; estado-maior; duas companhias de fuzileiros e uma de metralhadora. A única intromissão estadual era o pelotão extranumerário, que abrigava o pessoal de apoio, os ordenanças, auxiliares da secretaria, da casa das ordens, do serviço de saúde, além de especialistas de oficinas e administrativos (tesouraria e aprovisionamento), total de 102  homens, sendo um oficial, perto de 30% do pessoal.

Resumo do efetivo, do mesmo periódico

Resumindo o Mapa: a PM podia dispor de 34 oficiais (pouco mais de 10%), e quase sempre o quadro estava completo. Entre estes, dois médicos (um capitão e um tenente) e um dentista (tenente). O total de subtenentes e sargentos era de 36 (12%); cabos e soldados eram 41 e 180, respectivamente.
Não há indicação para o Corpo de Bombeiros, porque este serviço passou para a responsabilidade da Prefeitura de Manaus.
Finalmente, a Banda de Música, sob a regência de um 2º tenente, podia contar com 30 músicos, divididos entre 1os, 2 os e 3 os sargentos, sendo 8 para cada graduação, e os seis restantes eram cabos.
Indicativo dos governantes
A Polícia Militar do Estado do Amazonas (PMEA) teve no ano de 1950 alguns comandantes: Marcio de Menezes (capitão do Exército), Themistocles Henrique Trigueiro, Adalberto de Albuquerque Cavalcanti e Gonzaga Tavares Pinheiro (todos coronéis PM da reserva)

sexta-feira, fevereiro 21, 2020

NIVALDO SANTIAGO: MAESTRO DAS ÁGUAS

Nivaldo Santiago, em
Jornal do Commercio

Vivendo em Minas Gerais, o maestro Nivaldo Santiago (1929-) marcou sua passagem pelo Amazonas, seu estado natal, com vibrante sucesso. Ainda no ano passado esteve em visita a Manaus, quando foi homenageado pelo Coral João Gomes Júnior, que lhe tem como criador, e outros corpos musicais.
Já postei sobre ele, e torno compartilhando reportagens publicadas pela imprensa local, em fevereiro de 1970, quando o “maestro das águas”, então servidor da Universidade do Pará, decidiu voltar. Com arrimo do governo, através da Fundação Cultural, e do Reitor da UA, Jauary Marinho, seu anseio foi concretizado.

Matéria sobre o maestro veiculada no Jornal do Commercio (14 fev. 1970)

Com sua opinião de que em Manaus, exatamente porque há apoio do Poder Público, se faz e se consome cultura muito mais acentuadamente que em muitas capitais brasileiras — Belém, por exemplo, onde vive ultimamente —, o maestro Nivaldo Santiago, musicista amazonense de renome paralelo ao de Arnaldo Rebelo, outro conterrâneo, assim deu início ao diálogo que ontem à tarde, na Fundação Cultural d0 Amazonas [FCA], manteve com a imprensa de Manaus que o ouviu inclusive sobre seus planos de retornar definitivamente a Manaus.E teve confirmada essa sua assertiva pelo diretor-superintendente da FCA, Dr. Elson Farias, que ato contínuo deu aos jornalistas e ao entrevistado os totais mais expressivos do movimento do Teatro Amazonas, em 1969: 106 funções e 35 mil presenças.
Nesse sentido, frisou maestro Nivaldo, a importância do advento daquela Fundação, assim como a contínua colaboração da imprensa manauara, agora com a participação da Televisão, motivando cada vez o maior interesse da parte da população pelas promoções culturais.

CULTURA MUSICAL
Falou-nos a seguir sobre o Curso de Cultura Musical que, no âmbito da Fundação Cultural, vai ministrar a partir de segunda-feira no Auditório Alberto Rangel, salientando que esse exemplo da FCA deveria ser seguido em todo o país ermo forma de aumentar o interesse geral pela cultura, no caso, a música.
O Curso de Cultura Musical, cujas inscrições já se encontram abertas na Biblioteca do Estado, terá 3 semanas de duração, com importante e fundamental exposição na primeira, (...)

CONDIÇÕES PARA FICAR
Discorrendo sobre todos recursos de que dispõe no Centro de Atividades Musicais, da Universidade do Pará, que dirige há sete anos, disse maestro Nivaldo Santiago de que necessitará de condições pelo menos iguais às que tem na capital paraense, para retornar a Manaus em caráter definitivo (presentemente veio passar um mês).
Confirmou o apoio integral que lhe pode dar a Fundação Cultural do Amazonas em caso de retorno e revelou haver apresentado um plano de trabalho ao Reitor Jauary Marinho para execução na Universidade do Amazonas. Dentro desse plano se situam, entre outras coisas, uma Escola Livre de Música e a orquestra e coral universitários, tudo funcionando isento de sentido acadêmico, ou seja, com objetividade e, consequentemente, proveitos totais.
“Agora confesso que desejo ardentemente servir ao meu Estado”, concluiu.

Reportagem de A Notícia, 12 de fevereiro de 1970



quinta-feira, fevereiro 20, 2020

FREI FULGÊNCIO E O CORAL JOÃO GOMES JR.

Frei Fulgêncio Monacelli
Quatro personagens estão reunidos nesse texto circulado no Jornal do Commercio, de 22 de fevereiro de 1970. Pela ordem, 1) pouquíssimo sei da autora, dona Camélia Oliveira; 2) o Coral continua operando e alegrando os admiradores do belo canto, sob a direção de uma das  fundadoras, Cleomar Feitosa; 3) frei Fulgêncio Monacelli (1938-), me assegurou um paroquiano de São Sebastião, onde o frade cumpriu sua escolha religiosa, seguiu para a Itália, donde é natural, para cuidados médicos. 4) a lembrança da nossa televisão pioneira: TV Ajuricaba (canal 38 VHF), do casal Kaled e Sadie Hauache.
  
Recortado do Jornal do Commercio,
22 fev. 1970


Camélia Cantanhede Marques de Oliveira

Aquela noite esplêndida de sábado passado, dia quatorze deste, em que o Coral “João Gomes” se apresentou na Televisão Ajuricaba, sob a regência do grande maestro frei Fulgêncio, foi um prazer imenso em assistirmos tão belo espetáculo, aquele coral magistralmente ensaiado, composto de vozes masculinas e femininas, tão bem compenetrado em agradar o exigente público manauara que, realmente, ficou satisfeito com sua bela apresentação, tendo obtido retumbante sucesso. O conjunto irmanado, comungou da mesma fé e da mesma alegria de seu esforçado regente.
Parabenizamos o boníssimo dirigente do Coral, que a pedido dos telespectadores do Canal 38, cantou com invulgar brilhantismo a Ave Maria de Schubert, dando-nos assim um verdadeiro pão de espírito; creia frei Fulgêncio que os telespectadores da querida Televisão Ajuricaba lhe aplaudiram com euforia. O genial tenor esteve admirável chegando a emocionar-nos. O maestro, na verdade, foi extraordinário ao cantar a Ave Maria, esta música de grande efeito. Frei Fulgêncio sentia o que estava cantando, transformando em verdadeira beleza aqueles sons maviosos e sonoros. O regente do coral revelou qualidade de grande conhecedor música e bel canto.
Nunca é demais dizer: que frei Fulgêncio é de um poder indescritível, inspirando-nos para a meditação e a fé. Finalmente, o Coral “João Gomes” sabiamente dirigido por aquele humilde e culto frei, esteve à altura, salientando-se a voz maviosa de Dagmar Feitosa, que alcançou o mais retumbante êxito.
Foi realmente maravilhoso o programa da Televisão sábado passado, agradando plenamente admiradores do belo canto e arte musical, deixando-nos as mais gratas recordações... Esperamos que voltem novamente.
Queremos parabenizar o aplaudido conjunto Coral “João Gomes” na pessoa de frei Fulgêncio, bem como a Ajuricaba, por essa sublime oportunidade. Receba querido casal KaIed e Sadie “aquele abraço” amigo, por trazerem até nossos lares o fascinante Coral “JOÃO GOMES” e FREI FULGÊNCIO.

quarta-feira, fevereiro 19, 2020

PMAM – NOTAS PARA SUA HISTÓRIA


Nova revisão que efetuei nas Mensagens governamentais geradas na década de 1950, permitiu-me recolher diversos dados sobre a história da corporação.



Esta, aqui compartilhada, foi rubricada pelo governador Álvaro Maia (1951-55) e publicada no Diário Oficial do Estado (17 março 1952).

O comandante Manoel Correa possui uma distinção, trata-se do único negro a ocupar esta função, até os nossos dias. Morava na rua Lauro Cavalcante, na vila Georgete, ainda existente, a despeito da “invasão” sofrida. Manoel, falecido em 22 de março de 1954, foi casado com Porcina Andrade Correa Silva (morta em 1964).
Anotação própria: A inclusão na Polícia Militar era subordinada às vagas existentes. Em verdade, poucos homens se interessavam em servir na Força Estadual, e os que se engajavam eram de pouca instrução, semianalfabetos. Por isso, a corporação mantinha escola de alfabetização.

De interessante, a informação da existência da alfaiataria na caserna. Afinal, o número de policiais permitia essa manobra, tanto que o serviço foi ampliado, sendo instalado no quartel do Piquete, que funcionou a rua Dr. Machado, em nossos dias, o Comando do Policiamento da Capital. Foi ali que eu, ao ingressar na PMAM em 1966, encontrei a Alfaiataria sob a tesoura do subtenente Nonato Bento. Ali fui medido e fardado. 
 
Título do relatório sobre a Força Estadual (DOE, 17.03.1952)
     Permanece à frente desta Corporação, à qual vem prestando bons serviços por sua rigorosa ação disciplinadora, o sr. coronel Manoel Correa da Silva. 
Não houve alterações relevantes no pessoal administrativo. Previsto o efetivo da Polícia Militar em 334 homens, no ano findo, ao terminar o exercício verificou-se no quadro de oficiais um excedente de 5, sendo 2 capitães, 1 primeiro tenente e 2 segundo tenentes.Continua o regime da época indeterminada para as inclusões, as quais se verificam à medida que ocorrem os licenciamentos. Não recebeu a Polícia Militar, em 1951, contingentes de outros Estados.Engajamentos e reengajamentos obedeceram aos dispositivos da lei estadual nº 82, de 25 de novembro de 1947.A confecção de uniformes está a cargo da alfaiataria da Corporação que emprega, para auxiliar os artífices, costureiras particulares. Essa medida de que resulta apreciável economia, atende plenamente as necessidades da Polícia Militar.Quanto ao Serviço de Saúde, funciona sem atropelos. A enfermaria atendeu a todos dos casos de hospitalização por moléstias não transmissíveis. Não tendo a corporação Serviço de Veterinária organizado, os animais que utiliza foram tratados por um veterinário civil, mediante gratificação paga com as economias da instituição.Funcionaram durante o ano de 1951 a Escola Regimental e outra de Alfabetização de Adultos, com excelentes resultados. De um modo geral, informa o comandante da Polícia Militar, “foi bem elevado o espírito de disciplina da tropa, não se registrando nenhum fato que lhe afetasse a boa marcha”.Apesar da vultosa dotação orçamentaria que teve o ano findo, no valor de Cr$ 4.442.940,00 [quatro milhões, quatrocentos e quarenta e dois mil, novecentos e quarenta cruzeiros], afora os créditos suplementares que lhe foram concedidas, a Polícia Militar carece de melhoramentos urgentes no seu quartel, além de nova aparelhagem nos serviços de água e luz, não sendo pequeno o número de seus credores por fornecimentos de diversas espécies.

CORPO DE BOMBEIROS MUNICIPAIS (1952)

Capa do livro

Julgava ter esgotado as informações sobre a trajetória dos Bombeiros Militares em Manaus, quando publiquei, em 2013, Bombeiros do Amazonas: retrospectiva 1876-1998. No entanto, dias desses, vasculhando o Arquivo Público, recolhi da Mensagem governamental de 1952, rubricada pelo governador Álvaro Maia, o texto sobre o assunto.
Algumas notas contidas na peça veem corroborar o quanto eu publicara no livro: como o envio do tenente Edmundo Monteiro e o sargento Francisco Carneiro da Silva e dois cabos ao Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. A ajuda da Comissão de Estradas de Rodagem do Amazonas (CERA), depois Departamento, que findou como “Deram”. Ajuda das Forças Armadas e do público no combate ao fogo. Enfim, o estado falimentar dos Bombeiros Municipais.

CORPO DE BOMBEIROS

O CORPO DE BOMBEIROS, entregue aos cuidados e pago pela Prefeitura, está praticamente extinto em Manaus: restam os oficiais e algumas praças, estas em ocupações civis. Capital de 100.000 habitantes, com usinas e bairros operários, onde avultam casas de madeira e palha, precisa reorganizar urgentemente o seu CORPO DE BOMBEIROS, ora sem maquinários, sem mangueiras, sem quartel apropriado.
Pretende o Governo comissionar dois oficiais para estudarem, no Rio ou qualquer cidade mais próxima, a organização moderna do CORPO DE BOMBEIROS; já iniciou entendimentos preliminares com as companhias de seguro contra o fogo; autorizou, por medida de emergência e pelas dificuldades financeiras do Estado e da Prefeitura, a aquisição de três máquinas extintoras, pagas pela Comissão de Estradas de Rodagem [Cera], para seu serviço e auxílio em qualquer emergência.
Em dois grandes incêndios, que devoraram casas comerciais às ruas Marcílio Dias e Henrique Martins, conseguiu-se debelar o fogo, após enormes prejuízos, mediante conjugação de esforços das Forças do Exército e Polícia, da Guarda Civil, das mangueiras da Manáos Harbour e de populares.
O último e mais pavoroso incêndio ocorrido em Manaus, o de maiores proporções e o que produziu mais vultuosos prejuízos, foi, sem nenhuma dúvida, que aconteceu no bairro de Constantinópolis [atual Educandos].  

segunda-feira, fevereiro 17, 2020

IGREJA PENTECOSTAL

Encontrei nas páginas do Jornal do Commercio (3 fevereiro 1970) a cópia dos Estatutos da fundação da Igreja Pentecostal "O Brasil para Cristo", em Manaus. Sua sede provisória estava localizada na rua Itacoatiara, no bairro de Cachoeirinha.

A transcrição obedeceu ao texto original, onde se nota "pentencostal" de diversas formas, sem observância da ortografia. Ou por falta de revisão desse instrumento cinquentenário.
Vida longa para esta Igreja Pentecostal, que vem se expandindo com afinco.
Recorte da publicação do Jornal do Commercio (3 fev. 1970)
Igreja Evangélica Pentencostal "O Brasil Para Cristo" de Manaus.

Aos dezoito dias do mês de janeiro do Ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil novecentos e setenta, precisamente as 15 horas reuniu-se a Igreja Pentencostal “O Brasil para Cristo”, cito a Rua Itacoatiara, 720, para em Assembleia Geral, adotarem esta denominação Igreja Evangélica Pentencostal “O Brasil para Cristo'", e tonar eletiva a sua participação na Convenção das Igrejas Evangélicas Pentencostais “O Brasil para Cristo” dos estados do Rio de Janeiro e Guanabara. Tendo constado na pauta ainda a eleição da Diretoria. Ao reverendo Pastor Ademar Alexandre de Aquino foi entregue um apelo com inúmeras assinaturas de Irmãos, convidando-o a ser presidente desta Igreja. Foi feita a leitura desse "abaixo assinado". A seguir foram eleitos por aclamação: Presidente: Reverendo Pastor Ademar Alexandre de Aquino; 1° Vice-presidente: Pastor Ari Guimarães; 2° Vice-presidente: Missionária Betty Smith; 1° Secretário: José Lazaro Francismar Moura; 2° Secretário: Sonia Alves de Albuquerque; 1° Tesoureiro: José Gomes da Silva; 2° Tesoureiro: Francisco Pereira Bezerra. Procedida a leitura dos Estatutos aprovados pela Convenção das Igrejas Evangélicas Pentencostais "O Brasil para Cristo" dos Estados do Rio de Janeiro e Guanabara, a Assembleia achando-o bom, pronunciou-se de acordo desde que ali fossem acrescentado os Cargos de 2° Vice-presidente e 2° Secretário conforme acima ficou dito terem sido eleitos com os demais membros da Diretoria por aclamação. A Sede da Igreja Evangélica Pentecostal "O Brasil Para Cristo" de Manaus filia-se à Convenção das Igrejas Evangélicas Pentencostais “O Brasil Para Cristo” dos Estados do Rio de Janeiro e Guanabara, que tem por seu Presidente legítimo o Reverendo Pastor Missionário Gildo José de Araújo, é a Rua Itacoatiara, 720, em Manaus, Capital do Estado do Amazonas, endereço provisório. Sem mais assunto tratado ou a serem tratados, redigi esta Ata que vai por mim, 1° Secretário já agora eleito, assinada e pelos demais membros da Diretoria também aqui aclamados, tendo assinado todos o livro de Presença com os demais membros da Igreja participantes desta Assembleia Geral de Fundação. Em Manaus, 18 de janeiro de 1970.

Presidente —Ademar Alexandre de Aquino
1° Vice-Presidente — Ari Guimarães
2° Vice-Presidente — Betty Smith
1° Secretário — José Lazaro Francismar Moura
2° Secretário — Sônia Alves de Albuquerque   
Tesoureiro — José Gomes da Silva 
2° Tesoureiro — Francisco Pereira Bezerra 
Tabelião Caminha – 2° Ofício - Av. Eduardo Ribeiro, 179. Reconheço verdadeira a firma retro de Ademar Alexandre de Aquino e dou fé. Manaus, 21 de janeiro de 1970. Roberto de Lima Caminha — Tabelião.

domingo, fevereiro 16, 2020

CARNAVAL NOS CLUBES

Os convites aqui expostos circularam no Carnaval de 1970, e estou certo de que estou relembrando aquelas agremiações que possuíam recursos para os anúncios em jornais. Todavia, os bairros dispunham de inúmeros clubes, estou catando nos periódicos as referências destes.












sábado, fevereiro 15, 2020

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO - 1950


Ainda da Mensagem do governador Leopoldo Neves, em 1950, recortei um trecho sobre a Polícia Civil, que foi dirigida no ano anterior pelo Chefe de Polícia, Dr. José Augusto Teles Borborema. Diz respeito ao policiamento do interior do Estado, quando registra as dificuldades com delegados e os destacamentos. Sobre destacamentos fornecidos pela PMAM (Polícia Militar do Amazonas), lembrei deles em diversas postagens.
 
Recorte da Mensagem, na abertura da Assembleia
Legislativa, 1950

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO

Infelizmente ainda temos a registrar a deficiente organização policial no interior do Estado. Apenas 3 municípios – Parintins, Itacoatiara e Coari –  estiveram, no ano findo, bem servidos por Delegados íntegros e competentes.
Nos demais municípios se verificou a mesma fatalidade observada nos anos anteriores, isto é, as mutações contínuas dos Delegados em virtude da falta de competência e dedicação ao serviço. Fácil é de se compreender prejuízos advindos para os serviços policiais e cofres públicos.
Auxiliando os Delegados do Interior, sede dos municípios, existem pequenos destacamentos policiais, ora exclusivamente de soldados da Militar do Estado, ora de guardas-civis. São destacamentos insignificantes como assinalam os Delegados nos seus relatórios e reconhecidos por nós. Daí o sacrifício da polícia preventiva no nosso interior.
A dificuldade financeira em que vivem as administrações municipais, a precariedade da nossa verba para diligência, a falta de fiscalização direta por uma autoridade superior da polícia, a extensão do Estado, são também causas ponderáveis desse estado insatisfatório que apresenta o interior.

quinta-feira, fevereiro 13, 2020

PMAM EM MENSAGEM DO GOVERNADOR


Para a história da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), registro mais esta nota, compartilhada da Mensagem governamental de 1950. Ao ingressar em seu derradeiro ano de mandato, o governador Leopoldo Neves encaminhou à Assembleia Legislativa a costumeira prestação de contas referente ao ano anterior. Dela, extrai o capítulo sobre a Polícia Militar do Estado, que dispunha de efetivo previsto de “328 homens”.


Duas minúcias me atraíram: a reforma do coronel Hugo de Queiroz Lima, que encontrei em Fortaleza (CE), 23 anos depois, em bom estado. E, mais importante, a construção da Vila Militar Jardim. Sem que haja qualquer indício de sua localização. Apenas que soldados a construíam. Intrigado, amanhã vou em busca dela. Lembro que algo similar com esse empreendimento aconteceu com terras contíguas ao Instituto de Educação do Amazonas, pela rua Ramos Ferreira, destinadas a oficiais da PMAM. O desfecho foi negativo, não obstante o governo ter destinado cem mil cruzeiros “para a construção de casas para oficiais, sargentos e praças” (lei 636/1950).
  
Caput do capítulo sobre a Força Estadual

Substituindo o capitão do Exército Antônio Antonino Pará Bittencourt, que solicitou exoneração do seu cargo tão eficientemente desempenhado, para frequentar as aulas do Curso do Estado Maior, assumiu o comando da briosa Força Policial do Estado o capitão do Exército Marcio de Menezes, cuja fé de ofício lhe atesta a idoneidade e a competência. O movimento e as ocorrências desta corporação militar, cuja disciplina se manteve sempre em grau muito elevado, estão anotados, referentes ao ano de 1949 no relatório enviado ao Governo, em cumprimento dos dispositivos regulamentares.
Houve várias alterações no quadro de seus oficiais. Foi reformado o coronel Hugo de Queiroz Lima, faleceu o capitão reformado José Marques Galvão e foram promovidos: a tenente-coronel, o major Temístocles Henrique Trigueiro; a major, o capitão Jonas Paes Barreto [1º presidente do Clube dos Oficiais]; a capitão, o 1º tenente Caetano Felix do Nascimento; e a 1º tenentes, os 2°s tenentes Jorge Fernandes de Lima e Edson Epaminondas de Melo. Foi transferido do quadro de 0ficiais combatentes para o quadro da Justiça, o 1º tenente Rodolpho Lopes Martins Filho; sendo comissionado no posto de 2° tenente, o subtenente Júlio Cordeiro de Carvalho [faleceu como tenente-coronel], e revertido ao serviço ativo do batalhão, o 2° tenente Carlos Barbosa de Amorim, que se achava em disponibilidade.
Informa o coronel comandante que a instrução militar em 1949, foi ministrada segundo o programa previsto nas respectivas diretrizes organizadas pelo comando da corporação, obedecendo-se as prescrições dos regulamentos em vigor.
Nas subunidades, ao ser ministrada a instrução, teve-se que levar em conta a conveniência do serviço, obtendo-se, não obstante os múltiplos  encargos atribuídos a PM, como sejam os serviços da construção da “Vila Militar Jardim”, da horta e da padaria  da corporação, um resultado bastante satisfatório, atendendo-se, dessa forma, dentro do possível, a interesses tão dispares, como seja a instrução e o serviço policial, tendo-se em vista o problema constante da exiguidade de efetivos, desproporcionais os serviços reclamados do Corpo, para garantia da ordem pública.
Os artífices e especialistas, notadamente os da oficina mecânica, receberam instrução adequada, obedecendo-se aos programas especialmente elaborados, com o fim de ampliar os conhecimentos dos profissionais e capacitar novos, para o desempenho e exercício das suas funções.
A instrução de tiro mereceu atenção especial e foi bem cuidada, realizando-se exercícios regulares e um campeonato de tiro ao alvo em que tomaram parte elementos civis e da Guarnição Federal.

A Companhia de Bombeiros, como subunidade especial, recebeu instrução própria, dentro das possibilidades, pois, infelizmente, está ainda desaparelhada para o seu mister, seja em pessoal, seja em material, apesar do envidado esforço deste Comando junto ao Comitê Local Amazonense de Seguros, Associação Comercial e o Município, tendo, para isto, vindo de ordem do governador Leopoldo Neves, um oficial do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para dizer das medidas e reorganização dessa Companhia, a fim de atender à sua real finalidade.
Extraímos ainda do extenso e minucioso relatório os seguintes dados, relevante interesse para melhores esclarecimentos sobre o assunto:

ESTADO SANITÁRIO - O estado sanitário da tropa é bom, segundo atestou em seu último relatório, o capitão-médico chefe do Serviço de Saúde [Dr. Ramayana de Chevalier]. Com enfermaria própria, as praças recebem tratamento adequado, sendo gratuito com fornecimento de medicamento, conforme estabelece a lei n° 82, de 25 de novembro de 1947. De par com o Serviço Médico, o Serviço Dentário foi deveras apreciável.

VILA MILITAR JARDIM - Uma das maiores preocupações deste Comando está na construção da “Vila Militar Jardim”, que decerto trará grandes vantagens para o pessoal desta corporação, levando-se em conta tão grande dificuldade de habitação nesta cidade. Estamos no seu início, lutando com grandes dificuldades, empregando soldados na extração de lenha, barro e madeira, que tem trazido ótimos resultados até agora.