CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quarta-feira, janeiro 31, 2018

PMAM: COSME-E-DAMIÃO (2)

Em 25 de agosto de 1956, foi posto em execução o novo tipo de policiamento. Executado por duplas bem organizadas e bem treinadas, intitulado de Cosme-e-Damião, foi de agrado geral. Repercutiu, trazendo novo alento para a segurança. Ainda os alcancei quando ingressei na PM dez anos depois. A exigência da postura era mantida (mãos para trás), assim como de policiais de maior estatura. 
Recorte de jornal
Este serviço desapareceu em 1972, quando a PM inaugurou um novo tipo de policiamento, agora motorizado, a Rádio-Patrulha, igualmente com sucesso, a despeito de utilizar prosaicos Fuscas. 
No entanto, a importância do policiamento tipo Cosme-e-Damião foi tanta que, como no último ano, a PM reeditou seu funcionamento. Embora as condições da cidade e seus problemas de segurança pública e individual sejam bem diversos de passadas seis décadas. Não tem prosperado, serve apenas de marketing, como sabem os manauaras.  

Dias depois de sua inauguração, A Crítica, edição de 28 de agosto, publicou o artigo (abaixo compartilhado) de seu respeitável colunista Afonso de Carvalho, aplaudindo a iniciativa do coronel Cleto Veras, comandante da Força Estadual.


A Crítica, 28 agosto 1956
Dou notícias ao leitor do funcionamento dos Cosme e Damião nesta cidade. Mais de uma vintena dos simpáticos policiais já se acham em função em nossas ruas e praças, as mãos para trás, sérios, compenetrados do seu papel, com a missão precípua de manter a ordem, proteger os velhos, as crianças e as árv0res, satisfazendo, assim, uni justo anseio da boa gente manauense, que há tempos implorava segurança e tranquilidade, sem que ninguém a ouvisse nem de tal tomassem conhecimento.Os Cosme-e-Damião já chegaram, chegaram, porém, e chegaram em boa hora. Eles devem conhecer em maiores minúcias, as responsabilidades seu posto, responsabilidades que são grandes, todas as horas, de todos os minutos.Manaus vinha sendo, lamentavelmente, uma cidade sem proteção, uma cidade, por assim dizer, entregue aos maus elementos, que lhe destruíam as belezas ainda restantes, seus monumentos, seus jardins, suas árvores, suas instalações elétricas e telefônicas e até a propriedade particular se sentia abandonada, porque as autoridades não davam nenhuma atenção a um problema tão importante, como é esse, assistindo a tudo, impassíveis e indiferentes como se não fosse sua obrigação zelar por aquilo que foi construído com o dinheiro do povo, arrancado, Deus sabe, a tão duras penas. 
Tínhamos uma Guarda Civil e tínhamos (ou temos) uma Guarda de Parques e Jardins, esta última sob a responsabilidade da Prefeitura Municipal— mas infelizmente esses órgãos não preenchiam suas finalidades por motivos bem fáceis de imaginar. Agora vem de ser criada a organização dos Cosme-e-Damião nos moldes da que existe na capital da República e outros centros adiantados do País. Os Cosme-e-Damião são cavalheiros que de nós merecem toda a consideração.
Devemos prestigiá-los, estimulando-os na sua ação, pois eles vieram para, como dissemos, manter a ordem na cidade, corrigindo os malfeitos (que são muitos entre nós), pondo freio igualmente à molecagem destruidora e vieram também para proteger os pequeninos, os fracos e os indefesos — que são, no caso, as crianças, os velhos, as árvores, os passarinhos, que enfeitam e dão vida aos nossos pobres jardins.
Dizem que, por enquanto, os simpáticos policiais de mãos-atrás-das-costas só estão agindo nas horas silenciosas da noite. Seu número ainda é pequeno e isso se explica pelo fato do trabalho de seleção dos seus membros ser bastante rigoroso. 
Cosme ou Damião só pode ser quem tenha um caráter à prova de fogo, quem possua bons sentimentos no coração, quem conheça deveres cívicos e possua, outro tanto, boa fortaleza física, calma, ponderação e coragem.
Esses são os homens, leitor, que agora nos estão protegendo. Faço votos para que eles obtenham prestígio no seio da população da cidade. Que cada um de nós, de hoje por diante, tenha um sono mais tranquilo e uma existência mais segura, só em pensar que ali na esquina existe um homem fardado que lhe garante a vida, a propriedade, o bom silêncio, a tranquilidade tão necessária que todos almejam.
Cosme-e-Damião são policiais de elite, todos fiquem certos dessa verdade. São homens educados, cavalheiros, com uma missão consciente e uma vontade firme a executar. Deixo a eles, aqui, a minha mensagem de solidariedade e o meu pedido bem compreensível e modesto: não esqueçam a minha rua, a rua Tapajós. Ela é uma rua como as outras, abandonada, triste, terrivelmente escura e necessita da proteção de vocês, bons amigos que chegaram. Nas noites escuras gostarei de ouvir seus trinados e suas passadas cadenciadas pelo calçamento em frente à minha casa. Dormirei assim mais contente, terei mais confiança no dia de amanhã. 
Salve, pois, os Cosme-e-Damião. 

segunda-feira, janeiro 29, 2018

PMAM: COSME-E-DAMIÃO


Quando o coronel Cleto Veras, comandante da PMAM, anunciou a criação do Cosme-e-Damião na cidade, em 1956, produziu forte alvoroço.
O novo tipo de policiamento, agora em dupla, com pessoal bem escolhido e bem fardado e armado, gerou enorme expectativa na sociedade. A imprensa foi pródiga em divulgação, consolidando o esforço do governo de Plínio Coelho (1955-59).
Pouco antes da instalação, o matutino de Umberto Calderaro manifestava votos de sucesso pela iniciativa, expressos na edição de 30 de julho de 1956, na (ainda hoje existente) coluna Sim e Não.  

Este policiamento foi inaugurado no Dia do Soldado, 25 de agosto seguinte.
 
Recorte do jornal A Crítica, 30 julho 1956

NOVOS aspectos vem de tornar a anunciada criação, entre nós, dos chamados “Cosme-e-Damião”, essa simpatizada corporação de mantenedores da ordem pública que assinalados serviços presta ao povo, nos centros mais adiantados do País. 
Composta de homens especialmente treinados para esse metiê, qual seja o de manter a ordem e garantir a segurança dos cidadãos – homens, mulheres, velhos e crianças a— os “Cosme-e-Damião” mantém, em toda parte, um padrão de alta eficiência nas suas atividades, pois só ingressam nas suas fileiras rapazes de boa formação moral, conscientes da missão a que se dedicam, serenos na ação e fortes e destemidos quando essa mesma ação assim o exige, mas antes de tudo adotando aquele célebre lema, muito parecido com o que usam os pioneiros da campanha nacional pela conquista dos nossos aborígenes, ou seja, “não matar nunca, nem espancar, deixar-se morrer, se for o caso”.
Assim é a escola dos “Cosme-e-Damião”, como a vemos nos centros civilizados do nosso País e se alguma vez foram eles obrigados a ultrapassar os métodos da sua disciplina, isso aconteceu por via de circunstâncias além de sua vontade, como foi o caso da recente greve de estudantes, contra o aumento dos bondes, na Capital da República, em consequência, aliás, da ação nefasta e sorrateira de alguns políticos inescrupulosos, que de tal movimento se aproveitaram para fazer média política, à custa dos estudantes inexperientes.
Soubemos, por exemplo, que a criação dos “Cosme-e-Damião”, em nossa capital, vai obedecer ao seguinte método: não será aproveitada a Guarda Civil, conforme anteriormente noticiamos. Os “Cosme-e-Damião” sairão da própria Polícia Militar do Estado.
Vinte homens, cada dia, segundo é pensamento do comandante Cleto Potiguara Veras, serão destacados para a vigilância da cidade, de dois-em-dois, sendo que, após o turno de serviço prestado, passarão a servir às ordens da COAP [Comissão de Abastecimento e Preços], realizando uma outra tarefa de muita utilidade, que é a repressão à ganância dos tubarões das feiras e mercados, livrando o povo da gula insaciável desses incorrigíveis senhores. A Guarda Civil, portanto, ficará no seu lugar.
Consta que o comandante Cleto Veras já tem prontos os fardamentos dos futuros “Cosme-e-Damião” de Manaus, inclusive calçados e armamentos adequados à sua missão, sendo de esperar-se, por conseguinte, sua breve aparição em nossas ruas e praças, até hoje abandonadas, à mercê de toda sorte de maus elementos, que entre nós proliferam, da maneira mais deplorável e prejudicial.Todos devem colaborar, por conseguinte, com a ação moralizadora dos “Cosme-e-Damião” amazonenses, que vêem aí, segundo tudo indica, imbuídos dos melhores propósitos.

domingo, janeiro 28, 2018

OFICIAIS DA PMAM

Almoço dos "cardeais" Alfaia, Nogueira e Orleilson, a partir da esquerda


Governado Henoch Reis em festa natalina, no Rio Negro Clube,
vendo-se Claumendes, Homero e Assante - 1974

Mesma festa natalina, Romeu Medeiros (esq.) e Odorico Alfaia

Tenente Antonia Arlene, comandante da Polícia Feminina - 1982

Copiada do Jornal do Commercio, setembro 1972

sábado, janeiro 27, 2018

AVC - ASSOCIAÇÃO DOS VELHOS CORONÉIS



Dia 26, sexta-feira passada, ocorreu a reunião-almoço deste círculo no Bosque, como vêm acontecendo há pelo menos quatro meses. Tá na hora de mudar, já admite, e já busca novo local de repasto, o coordenador da associação. Coronel Cavalcanti segue cumprindo com entusiasmo e bom apetite o direcionamento desse encontro, uma prática que já se aproxima das quatro décadas.

Nogueira, Medeiros e Cavalcanti
A iniciativa desse tipo de congraçamento coube ao coronel Mario Ossuosky, que comandou a PMAM entre 1975 e 1979. Nesse intervalo, este comandante – ainda vivo pra confirmar o registro, reunia os oficiais integrantes do comando-geral e convidados, e com eles almoçava em restaurante.

Estamos, pois, seguindo o protocolo, com uma variante, hoje esta reunião congrega os oficiais inativos. Eventualmente, são convidados os comandantes mais relevados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.    

Lamento lembrar, porém nenhum conviva lembrou do natalício (31 de janeiro) do saudoso coronel Pedro Câmara, morto há dois anos. Exercia ele um tipo especial de comandamento sobre a turma, daí que em janeiro ele escolhia o local do almoço. Diante do esquecimento, devo dar procedência à máxima: rei morto, rei posto!

Costa, Célio Homero e Claumendes, entre outros e a cerveja

Número recorde (28) compareceu ao Bosque, estiveram presentes os coronéis: Osório Fonseca | Mael Sá | Hélcio Motta | Raimundo Encarnação | José Cavalcanti | Amilcar Ferreira | Romeu Medeiros | Antonio Santarém | Alcides Costa | Ronaldo Toledano | Deusamar Nogueira | Luís da Rocha | Raimundo Gutemberg | Fernando Valente | Osvalci Frazão | Silvestre Torres | Homero Almeida | Alfredo da Matta | Célio Silva | Paulo Ramos | Roberto Mendonça | Ruy Freire | Claumendes Cardoso | Edson Pereira | Frandemberg Maués | Antonio Carlos Pereira | Cabral Jafra e Aristoteles Conte.

Hora do cartão: Célio, Alfredo, Frazão, Gutemberg e Luís da Rocha,
diante do cobrador

COLUNISTA SOCIAL

Foto extraída da edição

Little Box ou Caixinha (como era mais conhecido) pertencia a confraria do colunismo social. Dos mais antigos, bem conceituado. Começou em 1955, e logo teve destaque na condução da programação artística do Acapulco Night Club. Depois percorreu as redações dos jornais e de uma emissora de rádio da capital.

Travei com ele um único esbarrão. Aconteceu na boate da Dona Dora, situada na avenida Sete de Setembro, 416 (em frente à sede do Basa). O embate noturno rendeu conversas maledicentes, afinal o falecido colunista era homossexual assumido. Tanto que sua opção sexual contribuiu para sua morte de forma violenta, quando residia no Edifício Antonio Simões.

Este registro catei em A Crítica, edição de 17 de dezembro de 1980.



25 anos de colunismo
 Little Box está completando hoje 25 anos de colunismo, porem prefere que o termo seja Jubileu de Prata, pois, segundo ele, “dá mais status”.
Luiz Pinto, que após um ano de atividades de colunismo social adotou o pseudônimo de “Little Box”, começou suas atividades em 1955, no vespertino A Tarde, levado pelo saudoso Aristófano Antony, “meu pai espiritual”. 
Little Box passou também pelo O Jornal e Diário da Tarde e A Gazeta. Um ano depois chegava na Rádio Difusora do Amazonas, onde até hoje leva ao ar, a partir das 19 horas de todos os domingos, o programa Nigth and Day. 
Little Box faz questão de ressalvar que, a exemplo de Aristófano Antony, o jornalista Josué Claudio de Souza, “também muito contribuiu para minha firmação no rádio, ensinando-me uma filosofia unicamente voltada para o bem estar dos ouvintes”. 
Para Little Box, nem só de sociedade vive o cronista. É preciso acima de tudo ter personalidade, saber conviver com todas as camadas. “O importante diz Little Box é que assim como frequento a alta sociedade, de vez em quando vou na beira do mercado Adolpho Lisboa comer peixe assado, tomar minha caipirinha. Também sou povão. Entende? Nunca me nego a participar de uma festinha em casa de gente humilde. Afinal, eu também sou humilde. Por que então fingir? Assim como vou ao Ideal, Rio Negro e Cheik, jamais deixo de lado um convite para um clube de subúrbio”.

sexta-feira, janeiro 26, 2018

ASPA: ASSOCIAÇÃO DE SERVIDORES

Conheci a ASPA (Associação dos Servidores Públicos do Amazonas) quando esta atendia na rua Henrique Martins com Lobo D'Almada, em prédio centenário, que acredito pertenceu ao alcaide Adolpho Lisboa. Acredito que fui sócio, por recomendação dos colegas da PMAM. 
GB, um dos agraciados


A proximidade entre estas agremiações era tanta que, em certa ocasião, o Clube dos Oficiais ali realizou uma sessão para eleição de novos dirigentes. Aconteceu ao final dos anos 1960.
Seu dirigente era Aureomar Braz Silva. E esta entidade prosseguiu enquanto seu idealizador existiu. Ao deixar o endereço citado, a ASPA mudou-se para a rua Japurá, onde encerrou melancolicamente seus dias.
O post abaixo compartilho de A Crítica (24 abril 1974).




Um jornalista, um professor, um coronel, o auditor da Polícia Militar, um Procurador-Geral da Justiça e o presidente da Federação Amazonense de Futebol, são desde ontem "sócios honorários" da Associação dos Servidores Públicos do Amazonas.
A razão está num discurso de cinco minutos dedicado aos "homens que muito têm feito pele engrandecimento de nosso país e de nossa gente, significando que tudo aquilo que se faz não pode e não poderá nunca deixar de ser reconhecido".
A solenidade foi realizada no salão nobre da entidade, presentes autoridades civis e militares. Os novos sócios honorários são o professor e jornalista Genesino Braga; o presidente da Celetramazon, coronel Willy Antonio Pereira; o professor e auditor da Polícia Militar, Dr. Waldyr Garcia; o Procurador-Geral da Justiça do Amazonas, Dr. João dos Santos Pereira Braga e o presidente da Federação Amazonense de Futebol, Flaviano Limongi.

UM DISCURSO

Antes da entrega dos títulos de sócio, discursou o presidente da Associação dos Servidores, professor Aureomar Braz da Silva, que depois formou a mesa e presidiu a solenidade com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Lúcio Fonte de Resende, o representante do Comando Militar da Amazônia e da 12ª Região Militar, tenente-coronel João Araripe, o representante do Secretário de Segurança, coronel Neper Antony [correto é Alencar] e outras personalidades. 

quarta-feira, janeiro 24, 2018

PMAM: PROMOÇÃO DE OFICIAIS

A data de 21 de abril - Dia de Tiradentes, patrono das Polícias Civil e Militar, é data regulamentar de promoção. Recém regulamentadas, em 1974 vieram em número respeitável; para o pequeno efetivo da PMAM, era como se todos os oficiais tivessem sido promovidos. O autor deste post também foi premiado.
A relação compartilhei do matutino A Crítica, de 24 abril 1974.


Em solenidade realizada no dia 21, no quartel do 1º Batalhão da Polícia Militar, o governador João Walter de Andrade, em presença do coronel Luci Coutinho, Comandante-Geral daquela corporação, assinou decretos de promoções de vários oficiais da PMAM. 
Pedro Câmara, já falecido
Ao posto de tenente-coronel foi promovido o major Laurindo Lopes de Souza, e a major, os capitães Humberto Henrique Soares e Ruy Freire de Carvalho, todos por merecimento. Por antiguidade, foram promovidos a tenente-coronel os majores Manoel Gouveia dos Santos Freire e Pedro Câmara (foto). 
A major, os capitães Amilcar da Silva Ferreira, Odaci de Lima Okada, Manoel Roberto Lima Mendonça e llmar dos Santos Faria; ao posto de capitão, os tenentes Romeu Pimenta de Medeiros Filho, Antonio Guedes Brandão, Edson Lima Matias, Nazareno Mello Benfica, Edval Correa da Fonseca, Osias Lopes da Silva, Paulo Alves Maciel, Jarbas Rocha da Costa, Carlos Alberto Sales, Edmilson da Silva Nascimento e Francisco Orleilson Guimarães. 
Ilmar Faria
Ao posto de 1º tenente, os 2º tenentes Jétero da Silva Meneses, Deusamar Assis Nogueira, Ronaldo Francisco Albuquerque Toledano, Manuel dos Santos Araújo, Pedro Vasconcelos Neto, Alci Costa Sampaio, Francisco Silva Santos, Homero Leite de Almeida, Roosevelt Jobim, Francisco Elias Lustosa, Edson da Silva Nascimento, Luiz Fernando da Rocha, José Enivaldo Felipe de Moura, Adalberto Fonseca Rodrigues, José Cabral Jafra, Carlos Alberto de Souza Fialho, Raimundo Gutemberg Soares, Wilde de Azevedo Bentes, Fernando Valente Pereira, Nestor Arnaud Barbosa e Antônio Alfredo Rego Mata. 
No quadro de Músico: o 2º tenente Raimundo Alves Bezerra foi promovido a 1º tenente

CLUBE DOS OFICIAIS PMAM

POLÍCIA MILITAR DO AMAZONAS
CLUBE DOS OFICIAIS


Face às renúncias escritas apresentadas pelo Presidente e o 1º Vice-Presidente do COPMAM, convoco, de acordo com o Art. 46, § 12, do Estatuto do Clube, uma Assembleia Geral extraordinária, para o dia 10 OUT 79, às 20:00 horas, em nossa Sede Campestre, com a finalidade de eleger novos associados para preenchimento dos cargos acima mencionados.
Esclareço ainda aos associados, o seguinte:
1) Qualquer sócio que esteja quite com o Clube poderá candidatar-se aos cargos em vacância, devendo seu nome ser apresentado até 15 minutos antes do início da Assembleia Geral.
2) Os associados eleitos, complementação (sic) apenas, o biênio de seus antecessores, que terminará em 21 ABR 80, quando nova Diretoria será eleita.
3) A primeira convocação será às 20:00hs e somente será realizada a Assembleia Geral com a presença de um mínimo de 50% dos associados; caso não haja essa porcentagem, 15 minutos depois será convocada nova reunião da Assembleia, que deliberará com qualquer número de associados (Art. 37, § 12 do Estatuto do Clube).
4) Fica sem efeito a convocação para o dia 19 SET 79.
  


Confesso que desconheço a motivação das renúncias, quem eram os renunciantes, e o desfecho dessa convocação. O fundamento foi minha ausência da capital, para assistir um curso militar. O Clube no entanto, pela disposição do cabeçalho demonstra estar subordinado à corporação policial militar. Esclareço somente que o major Brandão, que assina a convocação, quando coronel, assumiu o comando geral da PMAM, além de ter administrado a Secretaria de Segurança do Estado.


De certo, a direção da Associação dos Oficiais, que sucedeu ao Clube, pode explicar melhor os termos desta postagem, que coletei do matutino A Crítica, em edição de setembro de 1979. Que sirva para a história desta agremiação. 

segunda-feira, janeiro 22, 2018

FUTEBOL AMAZONENSE

O futebol na capital amazonense era gerenciado pela FADA (Federação Amazonense de Desportos Atléticos), sob a direção de Laercio Miranda. Isso representa dizer que o futebol era amador, jogado no Parque Amazonense. A grande mudança ocorreu com a intervenção do comerciante e jornalista Flaviano Limongi, responsável pela coluna Bazar encartada em A Crítica.
Manoel Luís Bastos (dir.) e Carlos Amato, juízes de
futebol da FAF
Ao lado de outros desportistas, Limongi fundou a FAF (Federação Amazonense de Futebol), promovendo um substancial progresso neste esporte, de repercussão nacional. 
Todavia, diante da condenação do ex-presidente Marin pela malfadada condução da CBF, posso compreender a chacota do Andrea (que foi diretor-geral do Detran), irmão do Limongi, quando traduzia FAF  por "Flaviano e Andrea Faturam". 
Certo mesmo é que o futebol amazonense, ainda que ao tempo disputado apenas com clubes da capital, cresceu, avançou. Em nossos dias, é o marasmo que conhecemos. 
Trago com este post colhido em A Crítica (4 julho 1976), em reportagem sobre árbitros, uma recordação dos bons tempos.



Bastos, juiz condenado a grande atração do clássico

 Manuel Luís Bastos será uma das atrações do clássico de hoje, entre Rio Negro e Fast, no Estádio Vivaldo Lima, após passar um ano afastado do apito por ter tido uma atuação confusa no clássico Rio-Nal do ano passado, pelo campeonato, quando se equivocou ao expulsar o zagueiro Pogito do Rio Negro e Serginho do Nacional.
O jogo entre Rio Negro e Fast será dirigido por Manuel Luís Bastos, a pedido dos dois clubes o que foi prontamente aceito pelos dirigentes da COAMAF.
Os seus auxiliares serão Jander Cabral e José Diniz. Essa foi a primeira vez, neste campeonato, que os clubes opinaram na escolha na arbitragem. O critério dos juízes serem escalados pela federação não vinga mais.
Agora, com o novo diretor de árbitros, Fernando Loureiro, os clubes terão direito de participarem da indicação dos juízes para as suas partidas, desde que haja um acordo entre os representante de ambas partes.
 Manuel Luís Bastos já chegou a ser apontado como um dos melhores árbitros do Amazonas, pelo seu grande conhecimento da regra de arbitragem e autoridade no gramado, sem subestimar os jogadores, quando das advertências contra a violência dentro de campo. Contudo, numa tarde infeliz, Bastos foi escolhido para apitar o maior clássico do campeonato amazonense, ano passado entre Rio Negro e Nacional, tendo como seus auxiliares, Raul Torbes e Carlos Amato.
  

domingo, janeiro 21, 2018

PMAM: CAVALARIA

Semana passada, visitei o aquartelamento da Cavalaria da PMAM levando a Sofia (filha). Confesso que não gostei do que vi. Apresentei-me ao sargento da portaria (corpo da guarda?) e este me liberou geral. Daí ter circulado por onde quis, sem barreiras, nem guia (apenas uma praça, que olvidei o nome, por um momento apoiou a Sofia). 
As fotos podem não demonstrar, mas veja a Galeria dos ex-comandantes... está "trepada" sobre uma porta. 
A PMAM bem que poderia abrir este quartel para visitas, desde que organizadas. Permita-me, senhor comandante, a sugestão.



sábado, janeiro 20, 2018

DIA DO FARMACÊUTICO

Dois motivos me impulsionam a ressaltar o Dia do Farmacêutico, hoje comemorado no Brasil.

Um, o poema postado, elaborado por um consagrado profissional da saúde e das letras, foi publicado na edição do matutino A Crítica, há exatos 51 anos. Ao final do qual, o autor escreveu:

Comemora-se, hoje, em todo o território nacional, o dia dedicado aos farmacêuticos. O Sindicato da classe no Amazonas, presidido pelo conhecido e conceituado farmacêutico Vittorio Figliuolo, aderindo às comemorações que se efetivam por todos os Estados, presta sua homenagem a todos os que com a natural abnegação que lhes é própria, servem causas tão humanitária.

Dois, a presença em meu círculo familiar da estudante de Farmácia – Samantha Santos, a quem dedico esta postagem.


Xavier Autran de Sá
Aos colegas e companheiros de luta

Tenso labor tem o Farmacêutico,
No Santo mister da profissão,
Procura cooperar c’o terapêutico
Cumprindo o dever com perfeição.

Noites e noites atravessando,
Extravasa todo o carinho.
Aos sofrimentos amenizando,
Honrando assim o seu pergaminho.

Repousando em noites fatigado
Vêm, altas horas bater-lhe, à porta,
É um irmão aflito e desvairado,
Que a dor malvada já não suporta.

Serve-lhe o amigo sempre leal,
Que diz sereno para esperar
Sem preocupar-se com o vil metal
Que uma fórmula vai preparar.

É preciso calma ao formulário,
Escrupuloso a manipular
Com todo esmero, o receituário,
Para o remédio bem aprovar.

E confortando lhe diz agora,
Leve a poção e vá se deitar,
Tome uma dose de hora em hora,
Se necessário torne a voltar.

É bem difícil contar-lhe a vida
Do que decorre dos sacrifícios,
Que o boticário mão estendida,
Sempre oferece seus benefícios...

É incontestável no seu valor,
O alto espírito da caridade,
Colaborando com todo ardor
       Servindo a causa da HUMANIDADE.


sexta-feira, janeiro 19, 2018

PMAM NA IMPRENSA

Coronel Flavio Rebello,
ex-chefe do EMG
Durante anos, o matutino A Crítica, na edição dominical, publicava uma coluna com notícias das Forças Armadas e da Polícia Militar do Estado (o Corpo de Bombeiros integrava a PMAM). O responsável pela redação era o jornalista Rubilar Santos que, na condição de fotógrafo, era empregado na Assembleia Legislativa e cuidava no periódico do arquivo das imagens. Há pouco deixou o jornal, todavia continua na Assembleia.
Oriundo de Belém do Pará, aqui chegou após concluir lá o CPOR e vir prestar o estágio em Manaus. Ingressando na redação do Calderaro, construiu farta amizade com oficiais da PMAM, por isso, sua capacidade em obter informações autênticas. Também desfrutei da amizade do Rubilar, quando pude vasculhar o arquivo do mencionado jornal.
Esta postagem compartilha a edição de 4 de julho de 1976. 



ASSESSOR POLICIAL
Por Decreto Governamental de 11 de junho de 1976, o Exmo. Sr. Governador do Estado do Amazonas colocou à disposição da Secretaria de Estado de Segurança Pública, como Assessor Policial, o coronel PM Flávio Augusto da Silva Rebello (foto), que exercia na Polícia Militar as funções de Chefe do Estado-Maior Geral.

CHEFE DO ESTADO-MAIOR
Por ato do Sr. Comandante-Geral da PMAM, foi nomeado para as funções de Chefe do Estado-Maior Geral da Corporação o tenente-coronel PM Hélcio Rodrigues Motta, que comandava o 1º BPM. O TC PM Hélcio possui os seguintes cursos: Escola de Formação de Oficiais e Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, na Polícia Militar da Guanabara; Curso Superior de Polícia, na Academia de Polícia Federal, em Brasília; Estágio de Informações, no Centro de Estudos de Pessoal do Exército. É acadêmico do Curso de Estudos Sociais.

COMANDANTE DO 1º BPM
Major PM Mael Rodrigues de Sá passa a responder pelo comando do 1º BPM. O major PM Sá possui os seguintes cursos: Curso de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército, NPOR/66; Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais na Academia de Polícia Militar-SP; de Guerra na Selva, no COSAC. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da UA.

CLUBE DOS OFICIAIS
Clube dos Oficiais da Policia Militar ofereceu ontem um churrasco regado a Chopp da Brahma, aos seus associados, em sua sede no Aleixo. É a nova diretoria do COPMAM que, com a colaboração de todos os oficiais da PMAM, está impulsionando o Clube, a fim de proporcionar a todos mais uma opção para o sadio entretenimento e lazer.

CENTENÁRIO
Corpo de Bombeiros da PMAM comemorará no próximo dia 11 de julho, 100 anos de atividade em prol do Amazonas. O major PM Ilmar [dos Santos Faria], comandante do CB, já está distribuindo a programação, que está de fato compatível com a grandiosidade da data.

DIA DO BOMBEIRO
Corpo de Bombeiros da PMAM comemorou com bastante simplicidade o Dia Nacional do Bombeiro, com formatura geral e leitura da Ordem do Dia do comandante do Corpo. A solenidade foi presidida pelo Sr. Comandante-Geral da PM, coronel Mário Perelló Ossuosky.

SOLDADOS
Em solenidade realizada no Quartel do 1º BPM, na última terça-feira, onde aquela tradicional OPM da PMAM, entregou a coletividade mais 121 soldados PM. Da programação constou — Formatura Geral, competições esportivas, churrasco de congraçamento e, à noite, foi oferecido um Baile aos familiares dos novos PM, no salão de baile do 1º BPM.

JOGOS UNIVERSITÁRIOS

O aspirante a oficial Ary [Renato] do Comando Geral estará seguindo junto com a Delegação Universitária Amazonense, a fim de disputar os Jogos Universitários que se realizarão, de 17 a 29 do corrente, em Belo Horizonte.

quinta-feira, janeiro 18, 2018

RUA (DO) BARROSO [2]


Conclusão da parcela histórica da Rua Barroso, cuja reportagem aqui compartilhada circulou em A Crítica, domingo, 15 de setembro de 1974. Belo passeio, essa leitura. 



O SINDICATO DA BORRACHA
Naturalmente, quando Antônio Barroso construiu sua casa a borracha ainda não fazia "milagres" no Amazonas. Mesmo assim, na sua rua, os seringalistas instalaram sede própria, o Sindicato da Indústria de Extração da Borracha do Estado do Amazonas, onde funciona há mais de 10 anos, por gentileza do então presidente Francisco Leopoldo de Menezes, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas. Assim, a rua também é nossa.
E falando da rua e do Sindicato da Borracha, lembramos muitas figuras expressivas do progresso desta terra. O coronel [de barranco] Auton Furtado, a quem o Amazonas está a dever justa homenagem; Arthur Reis, não o que foi governador, mas o outro, seringalista e comerciante, dono do vapor Délio e outras embarcações; do velho Chico Leopoldo, um dos últimos “coronéis” do interior amazônico, cuja vida foi uma constante luta em defesa do interior amazonense, das reivindicações em fav0r de melhores preços para a borracha.

A UNIÃO DOS ESTUDANTES
Prédio da UESA
Onde é hoje a União dos Estudantes (tem um novo nome, parece que é Diretório Central dos Estudantes), eu conheci o Rio Negro, de Flávio de Castro, Aristófano Antony, Joaquim Aspicuelta, velho Reis, Bastos Lira, Joaquim Barateiro.
As maiores glória do futebol rionegrino foram conquistadas com a sede naquele local. Vidinho, Claudio Coelho, Amâncio, Marcilio, Yano e outros.
Quando o Rio Negro passou para a Praça da Saudade, no prédio foi instalado o Juizado de Menores, a Associação dos Gazeteiros com o abrigo do “Pequeno Jornaleiro”. Depois o Governo, parece que Leopoldo Neves, fez a doação do prédio para a União dos Estudantes.
E surgem novas recordações, dos grandes presidentes, Antônio Lindoso, Armando Menezes, Phelippe Daou, Maury Bringel de Melo, Raimundo Parente (que definiu as posições da UEA [União dos Estudantes do Amazonas] e da UESA [União dos Estudantes Secundaristas do Amazonas]). As lutas estudantis, com lembranças do Raul (Raulito) Armando Mendes, Promotor Público em São Paulo, foi chefe de Gabinete e substituto eventual do Ministro da Justiça; do Rui Brito, agora candidato a deputado federal pelo MDB de São Paulo. Do Restaurante do Estudante (o que foi feito do Chico?), a luta para a construção do prédio do "Dormitório"...

E A RUA CONTINUA SUBINDO
Na esquina da 24 de Maio o Consulado de Portugal.
Não vamos falar dos antigos moradores, das famílias tradicionais da Rua Barroso. Poderíamos cometer algum engano. E a rua vai subindo. Algumas construções mais recentes. Velhas casas com mais de meio século. Sobe-se a ladeira e chega-se ao lado do Teatro Amazonas.
E, aí, a rua termina.
 
Teatro Amazonas, início dos 1900 
A SAUDADE SEMPRE É MAIS FORTE
Começamos falando da casa do Antônio Barroso, onde Gonçalves morou. Coisa de mais de um século. A saudade foi mais forte, e subimos a rua para recordar acontecimentos mais recentes. Do Rio Negro, da União dos Estudantes...
Diria o poeta:
“... e o cemitério da alma acorda de repente..."