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quinta-feira, fevereiro 13, 2020

PMAM EM MENSAGEM DO GOVERNADOR


Para a história da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), registro mais esta nota, compartilhada da Mensagem governamental de 1950. Ao ingressar em seu derradeiro ano de mandato, o governador Leopoldo Neves encaminhou à Assembleia Legislativa a costumeira prestação de contas referente ao ano anterior. Dela, extrai o capítulo sobre a Polícia Militar do Estado, que dispunha de efetivo previsto de “328 homens”.


Duas minúcias me atraíram: a reforma do coronel Hugo de Queiroz Lima, que encontrei em Fortaleza (CE), 23 anos depois, em bom estado. E, mais importante, a construção da Vila Militar Jardim. Sem que haja qualquer indício de sua localização. Apenas que soldados a construíam. Intrigado, amanhã vou em busca dela. Lembro que algo similar com esse empreendimento aconteceu com terras contíguas ao Instituto de Educação do Amazonas, pela rua Ramos Ferreira, destinadas a oficiais da PMAM. O desfecho foi negativo, não obstante o governo ter destinado cem mil cruzeiros “para a construção de casas para oficiais, sargentos e praças” (lei 636/1950).
  
Caput do capítulo sobre a Força Estadual

Substituindo o capitão do Exército Antônio Antonino Pará Bittencourt, que solicitou exoneração do seu cargo tão eficientemente desempenhado, para frequentar as aulas do Curso do Estado Maior, assumiu o comando da briosa Força Policial do Estado o capitão do Exército Marcio de Menezes, cuja fé de ofício lhe atesta a idoneidade e a competência. O movimento e as ocorrências desta corporação militar, cuja disciplina se manteve sempre em grau muito elevado, estão anotados, referentes ao ano de 1949 no relatório enviado ao Governo, em cumprimento dos dispositivos regulamentares.
Houve várias alterações no quadro de seus oficiais. Foi reformado o coronel Hugo de Queiroz Lima, faleceu o capitão reformado José Marques Galvão e foram promovidos: a tenente-coronel, o major Temístocles Henrique Trigueiro; a major, o capitão Jonas Paes Barreto [1º presidente do Clube dos Oficiais]; a capitão, o 1º tenente Caetano Felix do Nascimento; e a 1º tenentes, os 2°s tenentes Jorge Fernandes de Lima e Edson Epaminondas de Melo. Foi transferido do quadro de 0ficiais combatentes para o quadro da Justiça, o 1º tenente Rodolpho Lopes Martins Filho; sendo comissionado no posto de 2° tenente, o subtenente Júlio Cordeiro de Carvalho [faleceu como tenente-coronel], e revertido ao serviço ativo do batalhão, o 2° tenente Carlos Barbosa de Amorim, que se achava em disponibilidade.
Informa o coronel comandante que a instrução militar em 1949, foi ministrada segundo o programa previsto nas respectivas diretrizes organizadas pelo comando da corporação, obedecendo-se as prescrições dos regulamentos em vigor.
Nas subunidades, ao ser ministrada a instrução, teve-se que levar em conta a conveniência do serviço, obtendo-se, não obstante os múltiplos  encargos atribuídos a PM, como sejam os serviços da construção da “Vila Militar Jardim”, da horta e da padaria  da corporação, um resultado bastante satisfatório, atendendo-se, dessa forma, dentro do possível, a interesses tão dispares, como seja a instrução e o serviço policial, tendo-se em vista o problema constante da exiguidade de efetivos, desproporcionais os serviços reclamados do Corpo, para garantia da ordem pública.
Os artífices e especialistas, notadamente os da oficina mecânica, receberam instrução adequada, obedecendo-se aos programas especialmente elaborados, com o fim de ampliar os conhecimentos dos profissionais e capacitar novos, para o desempenho e exercício das suas funções.
A instrução de tiro mereceu atenção especial e foi bem cuidada, realizando-se exercícios regulares e um campeonato de tiro ao alvo em que tomaram parte elementos civis e da Guarnição Federal.

A Companhia de Bombeiros, como subunidade especial, recebeu instrução própria, dentro das possibilidades, pois, infelizmente, está ainda desaparelhada para o seu mister, seja em pessoal, seja em material, apesar do envidado esforço deste Comando junto ao Comitê Local Amazonense de Seguros, Associação Comercial e o Município, tendo, para isto, vindo de ordem do governador Leopoldo Neves, um oficial do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para dizer das medidas e reorganização dessa Companhia, a fim de atender à sua real finalidade.
Extraímos ainda do extenso e minucioso relatório os seguintes dados, relevante interesse para melhores esclarecimentos sobre o assunto:

ESTADO SANITÁRIO - O estado sanitário da tropa é bom, segundo atestou em seu último relatório, o capitão-médico chefe do Serviço de Saúde [Dr. Ramayana de Chevalier]. Com enfermaria própria, as praças recebem tratamento adequado, sendo gratuito com fornecimento de medicamento, conforme estabelece a lei n° 82, de 25 de novembro de 1947. De par com o Serviço Médico, o Serviço Dentário foi deveras apreciável.

VILA MILITAR JARDIM - Uma das maiores preocupações deste Comando está na construção da “Vila Militar Jardim”, que decerto trará grandes vantagens para o pessoal desta corporação, levando-se em conta tão grande dificuldade de habitação nesta cidade. Estamos no seu início, lutando com grandes dificuldades, empregando soldados na extração de lenha, barro e madeira, que tem trazido ótimos resultados até agora.

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