CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quarta-feira, fevereiro 05, 2020

MARRETEIROS OU CAMELÔS EM MANAUS


No início da década de 1970, o comércio de Manaus evoluía com desenvoltura em função da implantação da Zona Franca. As ruas centrais ocupavam salas e portas comerciais, vendendo e distribuindo as quinquilharias do mundo. De água mineral a papel higiênico, passando por eletrodomésticos e alimentos, tudo isso e muito mais atraiam os turistas nacionais, visto que exclusivamente Manaus podia importar esses artigos.
Ao lado dessa expansão, cresceram os vendedores ambulantes, então alcunhados de “marreteiros”. Os camelôs de nossos dias. E foram tomando conta das calçadas, em especial, as do cruzamento central das avenidas Sete com Eduardo Ribeiro.

As reclamações contra os ambulantes alcançaram os jornais, tendo o matutino O Jornal (10 de janeiro de 1970), que publicou a foto com a legenda aqui compartilhadas.
Esquina da av. Sete com Eduardo Ribeiro, vendo-se a loja Lobras
(O Jornal, 10 janeiro 1970)

Problema difícil de resolver
NINGUÉM pode passar, com as calçadas tomadas pelos chamados "marreteiros", que vendem de tudo, da guloseima ao artigo estrangeiro. Onde eles conseguem a mercadoria, não se sabe. Se pagam impostos à Prefeitura, deve ser na categoria de ambulantes. Mas o próprio Prefeito diz nada poder fazer. E quem dará um jeito? O Governo do Estado? Talvez! Enquanto se espera uma solução, que já aparecerá bem tarde, os comerciantes legalmente estabelecidos sofrem prejuízos com a concorrência, e já estão dispostos até a colocarem, também, suas mercadorias na calçada, para igualar na competição. E vai ser engraçado, na Zona Franca de Manaus, firmas anunciando que na calçada estão expostos os mais recentes artigos estrangeiros. 


Um mês depois, o mesmo periódico (8 fevereiro) retorna ao assunto, registrando a nova situação das calçadas.

Mesmo local, mostrando a ausência de "marreteiros" (O Jornal, 8 fev. 1970) 

ESTÁ LIMPO O CENTRO DA CIDADE
Agora está limpo o centro da cidade. Acabou, afinal, o império dos “marreteiros”. Manaus tem outro aspecto. Realmente de capital. De metrópole da Amazônia Ocidental. Este local, há três dias (lateral do edifício “Lobrás”, na Eduardo Ribeiro) era intransitável. Completamente ocupado pelos “camelôs”, era difícil transitar por ele. Hoje, a situação é a que nos mostra a foto. Agradável. Local desimpedido. Que seja mesmo para sempre!


Nenhum comentário:

Postar um comentário