CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sábado, junho 27, 2020

CARTA DE AMIGO

Ainda no meu aconchego (para não dizer isolamento), revisei a carta recebida do saudoso amigo Adelino Brandão agradecendo a remessa de meu livro, quando da comemoração do Centenário de Canudos (1997). Lá pelas tantas, depois dos elevados elogios, ele indicou-me uma falha: a data de nascimento da esposa de Euclides da Cunha. Confesso, apenas segui a corrente. O erro ocorreu na indicação do nascimento de Anna Emília Ribeiro, esposa de Euclides, que sucedeu em Jaguarão (RS) em 18 de junho de 1872. E, quando de seu casamento com o escritor em 1890, possuía 18 anos! história do encontram neste Afinal, amigo Adelino, 23 anos depois, efetuei a retificação. Naquela quadra, tivesse eu me empenhado um pouco mais, teria lido o trabalho do amigo sobre a querela suscitada pelos familiares de Anna (esposa de Euclides) e evitado o equívoco. Três livros circularam à época, final de 1980 e metade de 1990, discutindo minúcias conjugais. A TV Globo aproveitou o material e exibiu uma série sobre Euclides.


Fragmento da missiva

quinta-feira, junho 18, 2020

AGRADECIMENTOS

Ontem, não esperava tanto: o filho Diego me levou para sua residência, para soprar o bolo, e o número de amigos que usou o Facebook com mensagens, também me impressionou.

Assim, aproveito esta postagem para agradecer do íntimo do coração pelas mensagens recebidas, pelos votos de, especialmente, saúde, importante nesse momento, de abraços virtuais e tantos outros afagos que somente os amigos são capazes de produzir.
Os registros são do encontro, na Cachoeirinha, contando com a participação da filha Valéria e Nildo, por vídeo-chamada desde Brasília. 


quarta-feira, junho 17, 2020

MEUS RISONHOS 74 JUNHOS

 Acontecem hoje, no meio dessa ressaca sanitária. E diante da impossibilidade de uma “romaria” de familiares e de amigos, pensei em montar um painel, sem cogitar como. 

Roberto, ontem
Encarava esse dilema, quando logo pela manhã fui despertado pela mensagem de meu irmão Renato. Antes mesmo da leitura já descartei o painel, decidi que ela seria o carro-chefe deste flashback. Após a leitura, não deu outra: uma intensa emoção me tocou, tanto que as lágrimas afluíram. Desculpei-me, todavia, aprovando que coração de idoso (de velho) se torna bem maleável.
Além do texto fraterno, publico algumas fotos. Pessoais e da nossa turma (1966-67) na Polícia Militar do estado, para observar de que “éramos todos jovens”. Não deixa de ser o painel imaginado.


Mano,
Renato Mendonça
Nestes seus longos anos de vida, você me deixou muitas lições. Algumas aprendi, outras não. Faltou-me o tino e o senso de observação, às vezes. 
Mas, não me faltou nunca, nem nunca faltará a admiração que tenho por você, todas as atitudes, os gestos fraternos ficarão guardados na minha memória, até que o Alzheimer venha me roubar.
E, nesta data especial, desejo a você mais muitos anos de vida com saúde, muitos projetos realizados e muita luz em seu coração.

Um grande abraço, deste seu irmão-fã,
Renato Mendonça



SORO CASEIRO
17/06/2020

Beto chegou em casa sorrateiro numa tarde de calor. Ainda não era o Roberto, era um menino também, o irmão mais velho que sumia, de vez em quando, enquanto estávamos distraídos entre nossos livros e cadernos, entre caminhadas ao Grupo Escolar Municipal, ou entre os deveres de filhos zelosos com o quintal e com a criação. Ele já frequentava o Seminário, pois fora extraído do seio familiar prematuramente. Todavia, nós — eu e meu irmão, Antônio — não atinávamos para a sua fuga intempestiva, apenas sentíamos sua falta completando a família, como um precursor filial, abrindo picadas na estrada da vida.
Estávamos aquartelados na casa do Beco São José, ao lado do Cine Vitória, nos Educandos da nossa antiga e bucólica Manaus. E nosso pequeno universo lúdico estava restrito ao nosso quintal; raras vezes, aos domingos, escoltados pelo pai, um banho nas águas escuras do Rio Negro. Assim que era anunciado, saíamos correndo até o limite da casa 303 da av. Leopoldo Peres. Seu Manoel Rosseti, da varanda do seu chalé, ficava a postos, colhendo a brisa do domingo e nos vigiando com seu olhar de preocupação. Impacientes, aguardávamos a presença de nosso pai, para atravessar a rua e encarar logo a descida íngreme pela encosta escarpada da margem, que exigia agilidade e destreza, até alcançar uns troncos de madeira armazenados longe de palafitas. Os troncos eram como as paredes de uma “piscina da natureza”, e nos permitia nadar com suposta segurança. E de lá, o cheiro do rio, misturado ao do sabonete, trazíamos impregnado no nosso corpo e na alma.
Roberto, visto pelo Marius Bell

Naquela tarde, o calor nos incentivava a fazer uma limonada, era o refresco mais prático de ser feito artesanalmente, com poucos recursos. Quando estava pronto, deixamos que cada um adoçasse à sua maneira. Beto se prontificou a adoçar os nossos. Deixamos por conta dele, sem atentar para a peraltice que arquitetava sua mente. Por distração, não vimos que ele colocou um pouco de sal, e não açúcar nos nossos. Simultaneamente, sorvemos o primeiro gole com avidez. “Putz, salgado!” — falamos juntos.
Beto ria, ficamos fulos (chateados). Mas, logo depois rimos como crianças, rimos de mais uma traquinagem comum entre irmãos. Ficamos com pena de jogar fora o que sobrou nos copos. E concordamos que poderíamos recolocar na jarra com o restante, e adoçar completamente, usando mais açúcar. Fizemos isso. Adoçamos mais, e mais, porém não foi suficiente. O gosto final ficou salobro.
Embora sem o delicioso sabor, bebemos tudo, para evitar o desperdício. E, sem querer, acabamos inventando o “soro caseiro sabor limão”, que serve para curar disenteria, diarreia e outros males do estômago.
Velhos tempos. Minha memória me alerta: o ano era 1958.

fotos do arquivo pessoal


Efetuei a adição das fotos abaixo, no dia seguinte, por recomendação médica.



segunda-feira, junho 15, 2020

ARMANDO DE MENEZES (1926-2015)

São três anos - hoje - do falecimento de Armando de Menezes que, entre outras iniciativas e a boa condução de seus empreendimentos, criou e manteve o Chá do Armando, um encontro de amigos às sextas-feiras, para a conversa livre diante de geladas e do caraterístico chá (uísque).

fotos de arquivo



domingo, junho 14, 2020

AERONAVEGAÇÃO EM MANAUS


Um dado para a história da aeronavegação em Manaus, recolhido de O Jornal, de 15 de agosto de 1955. Em semelhante aeronave – quadrimotor – iniciei minhas viagens ao Sul do país doze anos depois. Leia com atenção a relação dos passageiros, muitos políticos em nossa cidade.

Fragmento do mencionado periódico

Lavrando mais um tento magnifico, na sua trajetória radiosa e positivando o seu interesse de servir sempre melhor, ao Amazonas, a Panair do Brasil S.A., “a maior rede aeroviária da América do Sul”, fará hoje, a inauguração de uma nova frequência entre Rio-Manaus e vice-versa, com os seus possantes e confortáveis “constellations”, desta tez em voo direto de menos de 7 horas.

Hoje, a inauguração da nova e arrojada ligação com os confortáveis “Constellations” daquela poderosa empresa de aeronavegação. Às 12,30 horas, a chegada do quadrimotor a esta cidade. A comitiva. Coquetel à imprensa

Manaus, portanto, face a essa arrojada iniciativa da Panair, ficará mais próxima da capital da República, o que é bastante significativo, donde as homenagens de justo reconhecimento que o povo amazonense há de prestar, logo mais, àquela poderosa empresa de aeronavegação, por ocasião da chegada de seu quadrimotor, dando início à nova frequência.

COQUETEL À IMPRENSÁ
Festejando o acontecimento, ontem à tarde, na boate Odeon, a Panair do Brasil, por sua agencia de Manaus ofereceu à imprensa um coquetel de confraternização. Foi uma reunião expressiva, a que estiveram presentes os homens de todos os jornais e emissoras locais, comungando da mesma alegria dos funcionários e companhia, pela grande inauguração de hoje.
Falaram na oportunidade, saudando os jornalistas, o nosso confrade Fernando, do Departamento de Publicidade da Panair, e, agradecendo em nome dos jornalistas, o confrade Arlindo Porto. Ambos, foram muito felizes nos seus improvisos.

PASSAGEIROS DO “CONSTELLATION”
Da viagem inaugural, como passageiros já confirmados, participarão os srs. Cyolon Rosa, senadores Vivaldo Lima e Mourão Vieira, sra. Derclée Vieira; deputados Antero Riça, Pereira da Silva, Josué Claudio de Souza, Manuel Barbuda e senhora, Antonio Maia e senhora, Georges Galvão e senhora, e Antunes de Oliveira; senhores Higino Costa, Geraldo Bracsak, jornalistas Ramayana de Chevalier e Aguinaldo Archer Pinto, senhora Eugenia Thomas, dr. Valentim Rouças, Jandira de Castro, Roberto Cohen, Samuel G. Wood, Luís Pontual Machado, chefe do Departamento de Propaganda da Panair, sra. Úrsula Pontual Machado, Tibiriçá Pires, dr. Argemiro Hungria Machado, diretor-presidente da Panair do Brasil, e Andrea Limongi.
É possível que também participem da inauguração do voo direto entre o Rio e Manaus, pois as passagens estavam aguardando sua confirmação, dr. Alcides Vidigal, brigadeiro Armando Abrim, Trajano Mendes e brigadeiro [Eduardo] Gomes, ministro da Aeronáutica.

A CHEGADA DO APARELHO
O “constellation” da Panair do Brasil, na sua viagem de hoje, deverá chegará esta capital por volta das 12h30, retornando após o seu reabastecimento, já levando passageiros para o Rio.

sábado, junho 13, 2020

MANAUS EM FOTO (2)



Quem ainda não conhece os Portos de Lenha, comuns nos rios amazônicos e que servem de abastecimento aos navios a vapor, poderá ter uma ligeira ideia deles, tirando uma mirada do sugestivo cliché acima.
Realmente, grande é a semelhança entre os admiráveis Portos de Lenha dos rios Solimões e Negro e esse que se localiza ali às biqueiras do edifício onde funciona o Departamento Estadual de Segurança Pública, em frente ao Grande Hotel que, pode dizer de  passagem, é mesmo sob qualquer prisma, um autêntico Porto de Lenha.
Moroso, sem dúvida, é o pessoal que trabalha no embarque de lenha, para o estranho navio que ali se abastece, e isto porque, cada vez que os fornecedores chegam ao porto fica congestionado durante vários dias. E, contudo isso, é que as autoridades competentes não tomam qualquer providência para descongestioná-lo.
Enfim, são coisas de Manaus.


O jornal A Gazeta destacava em sua edição alguma foto, para mostrar algum deslize da administração municipal. Neste, o clichê mostra o cruzamento da rua Marechal Deodoro com a avenida Sete. Na esquina estava o Grande Hotel, aos fundos estava o “casarão”, alcunha da Chefatura de Polícia, prédio desaparecido em favor da expansão do Banco do Brasil.
E a monturo de lenha mostrada na foto, que a reportagem sutilmente critica, pertence ao hotel, que foi desativado, mas o prédio segue referenciando o local. E o local pacato e sem transeuntes de antanho, nada se parece com o movimento de nossos dias.
A cena é de 1955, quando o governador Plínio Coelho começava sua administração, impondo uma renovação no Estado.

quinta-feira, junho 11, 2020

CARTA PARA CANUDOS


Em torno de 1995, tomei a iniciativa de escrever sobre a participação da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) na campanha de Canudos. 

Capa do livro
Aproximava-se o centenário da “guerra sertaneja”, uma ocasião propícia para esse resgate. Decidida a parada, comecei por revirar os arquivos da corporação e das entidades estaduais. Após o que, refiz o caminho realizado pela tropa entre Manaus e Salvador e, desta capital, ao “ínvio sertão” baiano. Cheguei ao reduto de Canudos, onde “entrevistei” o Conselheiro.
Tem mais: passei a recolher livros e impressos que abordassem o tema, e que passassem ao meu redor. Ainda os tenho em grande número, no entanto, os livros foram doados.
Enfim, no auge dessa empolgação, sabedor da concretização do filme Canudos, enviei a carta aqui reproduzida à direção do longa-metragem, com a besta pretensão de incluir a PMAM no enredo. Nada consegui, porém, a Universidade Federal publicou meu livro: Cândido Mariano & Canudos (Manaus: Edua, 1997).

Manaus, 13 de março de 1996
À Morena Filmes
At. Marisa Leão
Entusiasta de Canudos, preparo um trabalho sobre a participação da Polícia Militar do Amazonas nesta memorável campanha. Pretendo apresentá-lo no final deste ano, quando se iniciam as comemorações do centenário canudense.
Fragmento da carta

A realização do filme sobre Canudos me entusiasmou, daí a razão desta correspondência, desejoso de participar do trabalho, a fim de inserir nele esta corporação militar. Desculpe-me a pretensão.
Em 1897, a Amazônia já vivia o esplendor da borracha. O Teatro Amazonas havia sido inaugurado, em 31 de dezembro, estamos no ano do seu centenário, e devido à grande soma de riquezas o Amazonas e o Pará deslocaram as suas milícias para combater Antônio Conselheiro.
O deslocamento se fez de navio, é óbvio, e o Amazonas chegou em Salvador depois de viajar 17 dias, e à Canudos, 42 dias depois. Permaneceu no front de luta por três semanas, quando iniciou a viagem de regresso, pelo mar e, a partir de Belém, pelo riomar. Data do retorno: 8 de novembro. Participou com um batalhão, composto de 24 oficiais e 249 praças, dos quais, 12 músicos. Seu comandante, colega de Escota Militar do imortal Euclides da Cunha, foi o tenente do Exército Cândido José Mariano (não confundir com o marechal Rondon), como tantos, se encontra citado em Os Sertões e outros escritos de Euclides.
Ao retornar, este comandante elaborou um Relatório ao governo local, contando do deslocamento e da atuação da força e recolhendo aos cofres do Estado, pouco mais de 25 contos de réis (equivalente a (U$ 46.000,) dos 40 contos de réis levados para Canudos. Naquela época, cada fração de tropa conduzia o seu numerário.A publicação deste Relatório ocorreu no Diário Oficial do Amazonas, em 15 de dezembro de 1897, e constitui-se hoje, segundo o mestre José Calasans, o primeiro documento a tratar da Campanha de Canudos, publicado no Brasil. Este documento será reproduzido pela Polícia Militar, a fim de ser lançado na mesma data deste ano, em homenagem a saga conselheirista.
Da luta, a Polícia Militar guarda em seu museu, uma bandeira nacional conduzida pela tropa e que se encontra fragmentada pelas balas adversárias.
Para conclusão de meu livro, estive recentemente em Salvador e em Canudos, e, em Recife, encontrei ao coronel do Exército Davis Sena, que orienta de parte do Exército este trabalho, segundo me declarou.De qualquer sorte, caríssima Marisa, estou ao seu inteiro dispor para outras considerações e, desde já, a felicito pelo desafio de tornar Canudos rediviva.
Sucesso, e disponha do admirador.  
Fragmento da carta (final)

quarta-feira, junho 10, 2020

MAESTRO NICANOR PUGA (1951-54)

Tenente Nicanor Puga

A postagem trata de mais um mestre da Banda de Música da Polícia Militar amazonense. Na condição de 2º tenente, Nicanor Puga Barbosa conduziu aquela corporação musical entre 1951 a 1954. Coincidência ou não, durante o governo de Álvaro Maia, cuja administração não primou por bons rendimentos. O Estado continuou com dificuldades acerbas, cuja extensão atingiu a Polícia Militar e, por extensão, a Banda. Daí inferir que o tenente Nicanor apenas se empenhou em manter o dispositivo encontrado.  
Ao exonerar o tenente Lyra, o governador interino Júlio de Carvalho Filho promoveu o 1º sargento Nicanor Puga Barbosa, “por merecimento intelectual”, ao posto de 2º tenente músico, em 17 de janeiro de 1951. Nesta função, ele se manteve até 4 de maio de 1954, quando foi transferido para a reserva.

Registro em livro histórico
Nicanor possuiu alongada relação, interligada por familiares, com a Banda de Música estadual. Desde a virada do século XX e, com garantia, até agosto de 1967, os Puga (este breve e peculiar sobrenome) ancoraram no Amazonas a música marcial, tanto na Força Policial quanto na Força de Terra. A linhagem emana do genitor, o espanhol Manuel Puga Rivera, que puxou a fila tocando e ensinando a arte musical na marajoarense Soure (PA). Evoluiu com tenacidade e, mudando-se para a capital paraense, participou ali da Banda de Música da Polícia Militar.
Nem sequer a família conhecia o detalhe: certo dia o espanhol Manuel Puga desembarcou em Manaus. Logo arranjou emprego no Batalhão Militar do Estado, como músico de 1ª classe. O único assentamento existente sobre este músico registra que ele foi “encostado” (admitido) em 1922 e que, na ocasião, tomou o nº 12. Ainda não se denominava engajamento a renovação de tempo no serviço militar, mas, sim, contrato, que acontecia a cada dois anos. Dessa maneira, em 1º de abril de 1924, Manoel Puga teve o contrato rescindido. Para situar a conjuntura estadual, era governador o memorável desembargador Rego Monteiro, que estimulou com seu desgoverno a Rebelião de Ribeiro Junior (julho de 1924). Rivera morreu possivelmente em 1930, em Manaus. 

Nicanor, filho do citado músico e de Honorina Puga Rivera, nasceu em Soure (PA), em 29 de maio de 1918. Aos 12 anos ficou órfão paterno, esta adversidade o levou a aprender música com o mestre Agostinho Palheta, que fora aluno de seu pai. Em Manaus, realizou a formação escolar no Colégio Rui Barbosa, que existiu na avenida Sete de Setembro. Em 1934, aos 16 anos, ingressou na Banda de Música do Corpo de Bombeiros de Manaus, relembrando que nesse período a Polícia Militar seguia desativada. Quando da reativação desta, dois anos depois, a mesma banda foi incorporada à Força estadual. Nicanor possuía domínio sobre instrumentos de sopro, destacando-se no clarinete.
Fragmento do livro de alterações do então sargento Nicanor

Católico fervoroso, aos 24 anos, casou-se com a professora Marina dos Santos Puga Barbosa (diretora de colégios, do GE Getúlio Vargas por largo período), com quem teve os filhos: Sebastião (padre, já falecido); Mário (funcionário do TCE/SP, falecido); Francisco (professor doutor aposentado); Maria do Perpétuo Socorro (aposentada da Ufam); Alberto (advogado e professor da Ufam); Zeneida (médica) e Rita Maria (professora doutora/Ufam), residiu na rua Comendador Clementino.
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Desse período, Cleomar Feitosa, dirigente do Coral João Gomes Junior, então aluna do Instituto de Educação do Amazonas (IEA), recorda-se que toda quinta-feira, pela manhã, a Banda do tenente Nicanor comparecia àquela escola para o momento cívico. Os alunos postados em frente ao Instituto cantavam o Hino Nacional, enquanto era procedido o hasteamento da Bandeira. Com a aposentadoria deste mestre de música, modificou-se a solenidade, hoje desaparecida em geral.
Apesar de meus esforços, nada encontrei deste maestro, senão o que a corporação detém, os registros funcionais, os dados que se intitula em quartel de “alterações”. Nenhuma fotografia ou partitura ou arranjo elaborado foi possível recuperar. Como afirmei acima, os tempos de exercício profissional foram de acentuada indigência, certamente com a Banda cumprindo a rotina.
Anotação do decreto de reserva, constante de livro existente
no Arquivo Histórico da corporação (maio 1954)

Após ingressar na inatividade em 1954, Nicanor ensinou música no Seminário São José (do qual fui seu aluno). E dedicou-se à educação de filhos e netos, falecendo em Manaus (AM) a 17 de setembro de 1997, aos 79 anos.

segunda-feira, junho 08, 2020

MAESTRO ERNANI PUGA (1963-67)


A Banda de Música da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) provou da eficiência de três membros da família Puga. A do fundador da família, o espanhol Manuel Puga Rivera, e a de seus filhos Nicanor e Ernani. 


Cuido nesta postagem deste último Puga, que foi músico da Banda com a surpreendente idade de 12 anos, e, bem mais adiante, mestre da corporação musical entre 1963-67. E, antes que prossiga, devo assinalar que os descendentes indicados de Manuel exerceram a regência.
Identidade de Ernani Puga, expedida pelo 27 BC

Ernani nasceu em Manaus (AM), em 29 set. 1909, filho primogênito do espanhol Manuel Puga Rivera (músico) que, de Soure, no Marajó, foi para Belém, onde participou da Banda de Música. Vindo para Manaus, Rivera ingressou na Banda local e, enquanto servia, Ernani foi incluído nela como músico de 3ª classe, mediante contrato de 31 out. 1921. Tocou até 1º abr. 1924, data em que o contrato foi rescindido, note-se, três meses antes da notória Rebelião de Ribeiro Junior (acontecida em julho). Desse modo, o jovem Ernani participou do corpo musical durante o governo de Rego Monteiro (1921-24).
Ernani Puga seguiu exercitando a arte musical, com esse atributo ingressou no Exército, integrando a Banda do 27º BC (entidade ícone da Força de Terra aquartelada em Manaus, e nela alcançou a reserva do Exército, como 2º tenente, em 1958.
Em 1963, Plínio Ramos Coelho assume o governo e nomeia comandante da PMAM, o 1º tenente PM Alfredo Barbosa Filho, comissionado no posto de coronel. Tantas lambanças ensejaram que ambos fossem cassados, no ano seguinte, pelo Governo Militar. Como a corporação musical encontrava-se sem maestro efetivo, o último fora o maestro (civil) Dirson Costa, Barbosa convidou ao Ernani Puga para a função, a qual assumiu em 6 mar. 1963, na condição de 2º tenente. Puga solicitou dispensa deste encargo, em 16 ago. 1967.

Nota musical - A proeza do garoto Ernani Puga acima enunciada ofereceu o mote à revista Weril (fabricante de instrumentos musicais) para homenageá-lo, quando este dirigia a Banda de Música da PMAM. A revista foi editada em São Paulo, no primeiro bimestre de 1964, e o exemplar aqui mostrado pertence aos familiares do saudoso maestro. Encontra-se bastante danificado pelo tempo, razão pela qual a reprodução mostra algumas lacunas.

Fragmento da revista Weril, homenageando ao maestro Ernani Puga, vendo sua rubrica 

Do mundo de fascínio e encantamento que é o Amazonas para os brasileiros do Sul, trazemos hoje para nossos leitores o 2º Ten Mestre de Música da Polícia Militar do Estado do Amazonas – Sr. ERNANI PUGA, cujos méritos se estenderam no honroso convite que lhe foi endereçado pelo coronel comandante Alfredo Barbosa, para que (ilegível) organizasse a Banda de Música da Milícia Amazonense. 


PEQUENA BIOGRAFIA
Em Manaus (...) A infância ... (ilegível)

HASTEANDO A BANDEIRA
Qual a criança que não se entusiasma pela movimentação de tropa principalmente quando ela vem precedida por uma Banda de Música. Assim era, também com o menino Ernani. O seu encantamento fora do comum, pressagiava o futuro brilhante que tem sido toda sua carreira.
Pois é, encontrava-se, naquela época, fins da Grande Guerra de 1914 a 1918, acantonado em Soure, como guardião do Território Nacional, o 26º Batalhão de Caçadores. Todos os dias às 6 e às 18 horas procedia à cerimônia de hasteamento do Pavilhão Nacional com formatura geral da Unidade, tendo à frente a Banda de Música.
Lá estava o menino-músico, olhos e ouvidos atentos escutando comovido o “Capitão Caçula”, dobrado de todos os dias, executado pelos comandados do 1º Sgt Artur Napoleão Soares, músico de grandes dotes, autor do dobrado “26º Reorganizado”.

MÚSICO MILITAR AOS ONZE ANOS
Ernani, aos 12 anos, com
farda da Banda de Música
Por mais incrível que pareça – e não temos notícia de outro caso semelhante – o Maestro Ernani foi engajado na Banda de Música da Polícia Militar do Amazonas com apenas onze anos de idade, precisamente no dia 31 de outubro de 1921, conforme atesta o Boletim Regimental nº 305, daquela data.
Bom, esse ingresso não deixou de ter o seu lado pitoresco. A apresentação daquele menino ocasionou uma celeuma no Quartel, muitos consideravam um absurdo o engajamento com tão restrita idade.
O coronel Manoel Martins Ribeiro, oficial da arma de Artilharia, capitão comissionado coronel comandante da Polícia Militar, estabeleceu o seguinte teste: executar, em conjunto com a Banda de Música, dois dobrados militares. A Ernani foi entregue uma requinta em mib, de 16 chaves e ele, sem hesitar, provou sua capacidade de integrar o conjunto. Aprovado, foi incluído na Banda como músico de 3ª Classe.

CONTRA-MESTRE NO EXÉRCITO
Em 1928 transferiu-se para o Exército, realizando assim um velho anseio de servir à Pátria de forma mais ampla. Mas as coisas não eram tão fáceis.
Ingressou como recruta e teve o preparo de combate durante nove meses, até o término do ano normal de instrução para poder ser classificado como músico.
Mas esse tempo não foi desperdiçado; nas horas vagas se dedicava com afinco ao estudo de seu instrumento. O esforço foi recompensado: logo após sua inclusão na Banda prestou concurso e passou a músico de 1ª Classe.
Os anos foram passando e Ernani Puga sempre músico na melhor acepção da palavra, estudava e estudava, alentando a oportunidade de prestar concurso para contramestre.
Por fim a oportunidade. Em 1942, na sede da 8ª Região Militar, em Belém, foi aprovado e, em 26 de maio de 1944, ei-lo promovido a 1º Sargento Contramestre.
 
Carteira do Clube de Oficiais, 1958
O BOM FILHO À CASA TORNA
Cumpriram-se os 25 anos de bons serviços, com uma folha invejável, que lhe outorgava o direito de descansar. A reserva é o prêmio, representada no posto de 2º tenente. Mas Ernani Puga, apesar de merecer insofismavelmente o descanso, não iria gozá-lo.
O coronel Alfredo Barbosa [1963-64], atual comandante da Polícia Militar, vendo a situação em que se encontrava a Banda de Música da corporação, convocou o Maestro Ernani Puga com o apelo de que se fazia necessária à sua capacidade sobejamente conhecida de músico e condutor de músicos.
O Maestro Ernani sentiu-se comovido com esse honroso convite. Aquela Banda que em primeiro lugar (ilegível) o ajudara a dar corpo a sua alma de artista, merecia a sua dedicação, o seu entusiasmo.
Mãos à obra foram logo postas. Reajustou o Maestro Ernani o quadro efetivo de músicos, reformulou a forma militar para um estilo impecável e agora se dedica plenamente à execução do repertorio clássico, com o qual procura proporcionar maiores conhecimentos musicais a seus comandados. Os frutos estão vindos, e eles adornarão ainda mais a carreira desse dedicado músico patrício.

HOMEM REALIZADO
Apesar da vida espinhosa, o Maestro Ernani Puga pode se considerar um homem realizado. Quando assumiu a regência da Banda do Exército, encontrou-a dizimada: de um efetivo de 26 músicos graduados, só existiam 13. Conseguiu soerguer a banda e alcançar notoriedade nas solenidades do Centenário da Cidade de Manaus [1949], quando realizou um concerto no Teatro Amazonas.

ELOGIOS
Além de sua bagagem musical, que é digna de maior consideração, o Maestro Ernani Puga é um músico que se projetou inclusive através das referências que lhe foram feitas... (conclusão indisponível).

domingo, junho 07, 2020

CORPO MUSICAL DA PMAM


A Banda de Música da Polícia Militar do Amazonas, criada a partir do decreto 11/1890, em consonância com o Relatório de 3 de junho de 1893, do comandante major Raymundo Affonso de Carvalho, e, ainda, o disposto na Lei 3.514/2010 (LOB/PMAM), passa a ter a denominação de Corpo Musical 1º Tenente Joaquim/C Mus, com as prerrogativas de Companhia Independente.
Músicos da Banda no coreto da Praça da Polícia

Muito bem. Não obstante uma NGA (NORMAS GERAIS DE AÇÃO) não possuir força de lei, acredito que este pormenor já foi superado, pois, dez anos são passados desde sua promulgação.
A Banda possui, enfim, denominação e data de fundação. Agora se trata de Corpo Musical, e o nome escolhido foi o do tenente Joaquim Henrique de Souza, que a conduziu no período de 1954-60. Tratou-se de mais um cearense, nascido em Santanópolis em julho de 1922, a reger essa corporação musical. Joaquim ingressou na PMAM e diretamente na Banda em 1948, deve ter chegado com largo cabedal de música, pois, seis meses depois (fevereiro de 1949) foi promovido a 1º sargento, e a subtenente em dezembro de 1953.
O ano seguinte foi marcado pela disputa eleitoral, no meio da qual houve troca de governador e de comandante da PMAM. Nesse panorama político, Joaquim foi promovido a tenente músico, por merecimento, em 11 de junho de 1954, na vaga do tenente músico Nicanor Puga Barbosa (avô do atual Reitor da Ufam: Sylvio Mário Puga Ferreira).
Todavia, não há registro acerca de qualquer curso que este maestro tenha realizado. Como a grande escola musical de tantos nordestinos era o aprendizado de música, dito de “ouvido”, Joaquim se beneficiou desse aprendizado.
Banda em desfile militar ao lado do Teatro, anos 1950

O Amazonas passava por sérias dificuldades financeiras, passava pelo “fundo do igarapé” de durezas, encerrando desse modo o governo francamente sensabor de Álvaro Maia (1951-55). De certo, graves embaraços alcançavam a corporação militar do Estado, prova disso foi a declaração do governador Plínio Coelho, ao tomar posse no início de 1955, quando afirmou ter encontrado a Polícia Militar em “estado pré-falimentar”, sob a heroica administração do coronel Neper Alencar.

A Música, Palácio
Rio Negro
Confesso que fui surpreendido por esta legislação, surpreendente para quem se dedica em restaurar a passagem deste Corpo Musical. Tenho semipronta uma retrospectiva sobre a Música na Polícia Militar do Amazonas, basta-me somente acrescer o material desta NGA para rematar.
Retomo ao maestro Joaquim: este deixou a regência da Banda em 1960, por motivo de moléstia, indo se tratar em Fortaleza (CE). Dois anos depois, foi reformado por invalidez no posto de 1º tenente, aos 40 anos de idade.
Livre do quartel, passou a atuar na formação e condução da Banda da Escola Técnica de Manaus, muito bem festejada nos desfiles escolares da Semana da Pátria, rivalizando com as bandas do Colégio Estadual, Instituto de Educação e Benjamin Constant, entre outras.

Tenente Joaquim faleceu em Manaus, em 10 de junho de 1993.

sexta-feira, junho 05, 2020

HISTÓRIA DA PMAM: ANOTAÇÕES

Quartel da PMAM, em 1982

1982 foi o ano de encerramento do Governo Militar em nível estadual. Pois, nesse final de ano ocorreu a eleição para governador, vencida por Gilberto Mestrinho (oposição) sobre Josué Filho. Todavia, a Polícia Militar atravessou um ano extremamente político, aliás, como foi em todo o Estado.
Um ligeiro retrospecto: em maio, o governador José Lindoso abdicou do mandato para se candidatar ao Senado, assumindo o vice, Paulo Nery. No mês seguinte, Nery destituiu o comandante-geral, coronel Guilherme Vieira, por desavença administrativa, o qual foi substituído por outro oficial EB, Duailibe Mendonça.
Comandantes da PMAM
Foi aí que a “chapa esquentou”. Este oficial chegou prometendo pelejar, como de fato realizou, pela vitória da situação, a de Josué Filho. Com isso, os quarteis se inflamaram, tendo o comandante do Corpo de Bombeiros (então subordinado à PMAM) assumido a liderança destes. Coronel Cavalcanti arregimentou enorme ajuntamento de oficiais e praças. E encaramos (eu estava engajado) a peleja.
Houve nos bastidores várias querelas, que logo vamos registrar. No entanto, para encurtar a conversa, em outubro, Gilberto Mestrinho foi eleito governador, para exercer seu segundo mandato. Em janeiro seguinte, estava encerrado o período militar no governo do Amazonas. Do mesmo modo, sucedeu na Polícia Militar do Amazonas, quando o coronel Hélcio Motta assumiu o comando.
Para marcar esse memorável ano, reproduzo parte do Relatório expedido pelo comandante Duailibe, em que arrola a composição dos comandantes e diretores da corporação, referente aquele 1982. Ainda que tenha esquecido da Banda de Música e do Serviço de Saúde.

Comandante-Geral
Tenente-Coronel EB Guilherme Vieira dos Santos, 1º jan. a 21 jun.
Coronel PM Hélcio Rodrigues Motta, 22 a 25 jun.
Tenente-Coronel EB José Raimundo Duailibe Mendonça, 26 jun. a 31 dez.


Chefe do Estado-Maior Geral
Coronel Hélcio Rodrigues Motta, 1º jan. a 21 jun.  
Coronel Pedro Câmara, 22 jun. a 25 jun.  
Coronel Hélcio Rodrigues Motta, 26 jun. a 31 dez.  
Ajudante-Geral 
Coronel Pedro Câmara, 1º a 5 jan.
Tenente-Coronel Humberto Henrique Soares, 6 jan. a 29 jun.  
Coronel Pedro Rodrigues Lustosa, 30 jun. a 1º set.
Tenente-Coronel Humberto Henrique Soares, 2 set a 31 dez.
Comando do Policiamento da Capital (CPC) 
Coronel Amilcar da Silva Ferreira, 1º a 4 jan.
Coronel Pedro Câmara, 5 jan. a 31 dez.
Comando do Policiamento do Interior (CPI) 
Tenente-Coronel PM Mael Rodrigues de Sá, 1º jan. a 31 dez.
1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) 
Tenente-Coronel PM Ruy Freire de Carvalho, 1º jan. a 22 out.
Tenente-Coronel PM Ilmar dos Santos Faria, 23 out. a 31 dez.
2º Batalhão de Polícia Militar (BPM)
Major Osias Lopes da Silva, 1º jan. a 31 dez.  
Corpo de Bombeiros (Cia CB)

Tenente-Coronel José Cavalcanti Campos, 1º jan. a 21 out.
Tenente-Coronel Ruy Freire de Carvalho, 22 out. a 31 dez
Companhia de Policiamento de Trânsito 
Major Osias Lopes da Silva, 1º jan. a 17 jan.  
Major Jetero Silva de Menezes, 18 jan. a 14 jul.  
Major Antonio Carlos Cardoso Pereira, 15 jul. a 31 dez.
Companhia de Polícia de Rádio Patrulha (Cia P RP)
Major Edval Correa da Fonseca, 1º jan. a 31 dez.  
Diretoria de Finanças (DF)
Tenente-Coronel Odorico Alfaia Filho, 1º jan. a 31 dez.  
Diretoria de Apoio Logístico (DAL) 
Major Romeu Pimenta de Medeiros Filho, 1º jan. a 02 fev.
Major Jarbas Rocha da Costa, 3 fev. a 6 jul.
Coronéis Medeiros e Amilcar
Major Romeu Pimenta de Medeiros Filho, 7 jul. a 31 dez.
Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) 
Major Antonio Guedes Brandão, 1º jan. a 31 dez.
lª Companhia Independente PM 
Major Edson de Lima Matias, 1º jan. a 1º ago.
Capitão José Cabral Jafra, 2 ago. a 31 dez.
2ª Companhia Independente PM 
Capitão Manoel dos Santos Araújo, 1º jan. a 31 dez.  
Companhia de Polícia Rodoviária (Cia P Rod)
Capitão Francisco Silva dos Santos, 1º jan. a 07 jan. 82
Capitão Raimundo Pereira da Encarnação, 8 jan. a 31 dez.  
Companhia de Polícia de Guardas (Cia P Gda)
Capitão Ronaldo Francisco Albuquerque Toledano, 1º jan. a 1º out.
Capitão Adalberto Fonseca Rodrigues, 2 out. a 31 dez.
Coronéis Brandão e Mael Sá
Companhia do Comando Geral (Cia CG)
Capitão Luiz Fernandes da Rocha, 1º jan. a 16 ago.
Capitão Francisco Silva dos Santos, 17 ago. a 6 out.
Capitão Alcy Costa Sampaio, 7 out. a 31 dez.
Companhia de Polícia de Choque (Cia P Ch)
Capitão Antonio Alfredo Rego da Matta, 1º jan. a 31 dez.  
Pelotão de Polícia Feminino (Pel P fem)
1º Tenente João Ewerton do Amaral Sobrinho, 1º jan. a 15 abr.
2º Tenente Fem Antonia Arlene da Silva Oliveira, 16 abr. a 31 dez.