CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, fevereiro 21, 2020

NIVALDO SANTIAGO: MAESTRO DAS ÁGUAS

Nivaldo Santiago, em
Jornal do Commercio

Vivendo em Minas Gerais, o maestro Nivaldo Santiago (1929-) marcou sua passagem pelo Amazonas, seu estado natal, com vibrante sucesso. Ainda no ano passado esteve em visita a Manaus, quando foi homenageado pelo Coral João Gomes Júnior, que lhe tem como criador, e outros corpos musicais.
Já postei sobre ele, e torno compartilhando reportagens publicadas pela imprensa local, em fevereiro de 1970, quando o “maestro das águas”, então servidor da Universidade do Pará, decidiu voltar. Com arrimo do governo, através da Fundação Cultural, e do Reitor da UA, Jauary Marinho, seu anseio foi concretizado.

Matéria sobre o maestro veiculada no Jornal do Commercio (14 fev. 1970)

Com sua opinião de que em Manaus, exatamente porque há apoio do Poder Público, se faz e se consome cultura muito mais acentuadamente que em muitas capitais brasileiras — Belém, por exemplo, onde vive ultimamente —, o maestro Nivaldo Santiago, musicista amazonense de renome paralelo ao de Arnaldo Rebelo, outro conterrâneo, assim deu início ao diálogo que ontem à tarde, na Fundação Cultural d0 Amazonas [FCA], manteve com a imprensa de Manaus que o ouviu inclusive sobre seus planos de retornar definitivamente a Manaus.E teve confirmada essa sua assertiva pelo diretor-superintendente da FCA, Dr. Elson Farias, que ato contínuo deu aos jornalistas e ao entrevistado os totais mais expressivos do movimento do Teatro Amazonas, em 1969: 106 funções e 35 mil presenças.
Nesse sentido, frisou maestro Nivaldo, a importância do advento daquela Fundação, assim como a contínua colaboração da imprensa manauara, agora com a participação da Televisão, motivando cada vez o maior interesse da parte da população pelas promoções culturais.

CULTURA MUSICAL
Falou-nos a seguir sobre o Curso de Cultura Musical que, no âmbito da Fundação Cultural, vai ministrar a partir de segunda-feira no Auditório Alberto Rangel, salientando que esse exemplo da FCA deveria ser seguido em todo o país ermo forma de aumentar o interesse geral pela cultura, no caso, a música.
O Curso de Cultura Musical, cujas inscrições já se encontram abertas na Biblioteca do Estado, terá 3 semanas de duração, com importante e fundamental exposição na primeira, (...)

CONDIÇÕES PARA FICAR
Discorrendo sobre todos recursos de que dispõe no Centro de Atividades Musicais, da Universidade do Pará, que dirige há sete anos, disse maestro Nivaldo Santiago de que necessitará de condições pelo menos iguais às que tem na capital paraense, para retornar a Manaus em caráter definitivo (presentemente veio passar um mês).
Confirmou o apoio integral que lhe pode dar a Fundação Cultural do Amazonas em caso de retorno e revelou haver apresentado um plano de trabalho ao Reitor Jauary Marinho para execução na Universidade do Amazonas. Dentro desse plano se situam, entre outras coisas, uma Escola Livre de Música e a orquestra e coral universitários, tudo funcionando isento de sentido acadêmico, ou seja, com objetividade e, consequentemente, proveitos totais.
“Agora confesso que desejo ardentemente servir ao meu Estado”, concluiu.

Reportagem de A Notícia, 12 de fevereiro de 1970



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