Palacete Provincial com um dos zuavos, protetor do prédio |
Sete anos após receber o prédio
fincado na Praça da Polícia, que foi ocupado pela PMAM (Polícia Militar do
Amazonas) por mais de um século, a secretaria de Cultura do Estado promoveu sua
inauguração.
Para marcar a efeméride, o jornal
Amazonas Em Tempo distribuiu um Caderno Especial. Nele, publicou um resumo
sobre o aquartelamento da PMAM, tendo me consultado. Abaixo o texto publicado:
Em 2002, depois de passar 107 anos no
Palacete Provincial, o Comando-Geral da Polícia Militar teve de ser transferido
para outras instalações no bairro de Petrópolis. O coronel reformado Roberto
Mendonça, que foi subchefe da Casa Militar de 1983 a 1984 e subcomandante da
corporação de 1993 a 1994, lembra que a mudança dividiu opiniões.
O autor no recorte do Especial |
“A situação em que estava o prédio,
bastante deteriorado, inclusive o seu entorno, e pequeno demais para a
corporação, levou a PM a procurar outro local e liberar o Quartel da Praça da
Polícia para outra destinação. Entretanto, muitos dos policiais saudosos, entre
oficiais e praças, realmente ‘choraram’ essa separação. Até hoje, muitos
gostariam de ver a PM de volta no local", comentou o ex-PM que serviu a
corporação por 30 anos.
Segundo o militar aposentado, o que
determinou, de fato, a transferência do Comando-Geral da PM foi a falta de
estrutura física. “A mudança era necessária porque o prédio não tinha mais
condições físicas de abrigar o efetivo, que havia crescido com o tempo, e nem
mesmo os próprios carros dos militares. Agora, o comando está mais bem
instalado”, comentou.
Roberto Mendonça é favorável à reutilização
do antigo prédio da PM, que, agora se tornou um centro cultural. “A cidade
ganhou um belo edifício de arquitetura antiga”, disse, elogiando o trabalho de
restauro realizado no prédio pela secretaria de Estado de Cultura (SEC). “Ele
também será muito importante porque vai abrigar importantes museus do Estado,
como o Tiradentes, que tem peças adquiridas há mais de cem anos, entre elas a
bandeira que os soldados amazonenses levaram a Canudos”, comentou.
O ex-PM registrou a história da corporação
na série “Memória”, que foi lançado pelo governo do Estado em novembro de 2000.
Ele também pretende lançar o seu livro Administração do Coronel Lisboa,
sobre a vida do também militar Adolpho Lisboa, no atual complexo do Palacete
Provincial. O livro é um ensaio histórico que recebeu o prêmio Arthur Reis, concedido
pelo Conselho Municipal de Cultura (ConCultura), por meio do projeto cultural
Prêmios Literários Cidade de Manaus.
A PM continua no Palacete
A Polícia Militar não foi totalmente
retirada do prédio, após o restauro do Palacete Provincial. O secretário
estadual de Cultura, Robério Braga, informou que o antigo gabinete do
comandante, juntamente com todo o mobiliário original, como sofás, cadeiras,
mesas, armários, além de objetos de arte, entre eles escudos, brasões,
esculturas etc., foram completamente restaurados com o intuito de ser novamente
utilizado pelo Comando-Geral da PM em ocasiões solenes.
“Da mesma forma que o governador Eduardo
Braga recepciona chefes de Estado e outras autoridades no Palácio Rio Negro, o
comandante da PM poderá realizar suas reuniões e receber convidados aqui no seu
gabinete”, explicou Robério, destacando que a sala contém, ainda, a memória da
PM. “Todos os boletins históricos da PM foram recuperados e agora estão
disponíveis. A história da corporação está registrada aqui”, frisou.
Prédio teve várias utilizações
Antes de abrigar a sede do Comando-Geral da
PM, o Palacete Provincial teve várias utilizações. Ele começou a ser
construído, em 1861, para ser a residência do empresário e capitão da Guarda Nacional,
Custódio Pires Garcia, que faleceu, deixando a obra inacabada. Em 1867, foi
comprado pelo presidente provincial José Bernardo Michilles para transformá-lo
em Paço Municipal. No ano de 1873, o então presidente da Província (1873-1875),
Domingos Monteiro Peixoto, concluiu a obra para abrigar as várias repartições
provinciais. Após um ano, em 25 de março de 1874, com as obras concluídas,
foram instaladas no edifício a Assembleia Provincial, a Repartição de Obras
Públicas, a Biblioteca Pública e o Liceu Provincial - atual Colégio Amazonense
D. Pedro II.
Entretanto, a inauguração ocorreu somente
em 28 de fevereiro de 1875. Durante o governo de Eduardo Ribeiro (1892-1896), o
Palacete Provincial passou a ser o comando da Polícia Militar. Hoje, o prédio,
considerado um patrimônio tangível que foi tombado em conjunto com a praça
Heliodoro Balbi e o Colégio Amazonense D. Pedro II, encontra-se sob proteção
especial da Comissão Permanente de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico.
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