Nova revisão que efetuei nas Mensagens governamentais geradas na década de 1950, permitiu-me recolher diversos dados sobre a história da corporação.
Esta, aqui compartilhada, foi rubricada pelo governador Álvaro Maia (1951-55) e publicada no Diário Oficial do Estado (17 março 1952).
O comandante Manoel Correa possui uma distinção,
trata-se do único negro a ocupar esta função, até os nossos dias. Morava na rua Lauro Cavalcante, na vila Georgete, ainda existente, a despeito da “invasão”
sofrida. Manoel, falecido em 22 de março de 1954, foi casado com Porcina
Andrade Correa Silva (morta em 1964).
Anotação própria: A inclusão na Polícia Militar era subordinada às
vagas existentes. Em verdade, poucos homens se interessavam em servir na Força
Estadual, e os que se engajavam eram de pouca instrução, semianalfabetos. Por isso,
a corporação mantinha escola de alfabetização.
De interessante, a informação da existência da alfaiataria
na caserna. Afinal, o número de policiais permitia essa manobra, tanto que o
serviço foi ampliado, sendo instalado no quartel do Piquete, que funcionou a
rua Dr. Machado, em nossos dias, o Comando do Policiamento da Capital. Foi ali
que eu, ao ingressar na PMAM em 1966, encontrei a Alfaiataria sob a tesoura do
subtenente Nonato Bento. Ali fui medido e fardado.
Permanece à frente desta Corporação, à qual vem prestando bons serviços por sua rigorosa ação disciplinadora, o sr. coronel Manoel Correa da Silva.
Não houve alterações relevantes no pessoal administrativo. Previsto o efetivo da Polícia Militar em 334 homens, no ano findo, ao terminar o exercício verificou-se no quadro de oficiais um excedente de 5, sendo 2 capitães, 1 primeiro tenente e 2 segundo tenentes.Continua o regime da época indeterminada para as inclusões, as quais se verificam à medida que ocorrem os licenciamentos. Não recebeu a Polícia Militar, em 1951, contingentes de outros Estados.Engajamentos e reengajamentos obedeceram aos dispositivos da lei estadual nº 82, de 25 de novembro de 1947.A confecção de uniformes está a cargo da alfaiataria da Corporação que emprega, para auxiliar os artífices, costureiras particulares. Essa medida de que resulta apreciável economia, atende plenamente as necessidades da Polícia Militar.Quanto ao Serviço de Saúde, funciona sem atropelos. A enfermaria atendeu a todos dos casos de hospitalização por moléstias não transmissíveis. Não tendo a corporação Serviço de Veterinária organizado, os animais que utiliza foram tratados por um veterinário civil, mediante gratificação paga com as economias da instituição.Funcionaram durante o ano de 1951 a Escola Regimental e outra de Alfabetização de Adultos, com excelentes resultados. De um modo geral, informa o comandante da Polícia Militar, “foi bem elevado o espírito de disciplina da tropa, não se registrando nenhum fato que lhe afetasse a boa marcha”.Apesar da vultosa dotação orçamentaria que teve o ano findo, no valor de Cr$ 4.442.940,00 [quatro milhões, quatrocentos e quarenta e dois mil, novecentos e quarenta cruzeiros], afora os créditos suplementares que lhe foram concedidas, a Polícia Militar carece de melhoramentos urgentes no seu quartel, além de nova aparelhagem nos serviços de água e luz, não sendo pequeno o número de seus credores por fornecimentos de diversas espécies.
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