CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, novembro 30, 2014

PERSONALIDADES


Algumas de nossas personalidades em encontros bem comedidos






Encontro na varanda do Ideal Clube

Membros da Academia Amazonense de Letras
 
Diretoria e convidados na posse de José Braga

CASAMENTO DA MELHOR AMIGA




 
O casal e a devida Certidão
A solenidade ocorreu anteontem no cartório do 3º Ofício do Registro Civil, ali na avenida Sete. Horário excepcional – 12h 30, parecendo que o cartório aproveitava o intervalo comercial para o almoço. Todavia, o encontro que se queria de festança deixou apenas lembranças... hilárias, para não despertar choros. 

É que o ambiente visto e o celebrante oficial não produziram alegria, satisfação, júbilo como esperam os “casantes” e os acompanhantes, em data tão expressiva. Talvez seja pelo valor pago a título de serviços, inclusive com parte do numerário destinado a associações de classe de magistrados e serventuários. 

Reclamar onde e pra quem? Na defesa do consumidor, com o deputado Rotta, ou no próprio Tribunal que, enfim, administra os cartórios. Ah, quase esquecia, com os bispos de Manaus.

Anteontem, como disse, realizou-se o casamento da melhor amiga de minha esposa, ou seja, de minha enteada. Samantha, que é filha da Beatris, casou-se com o Paulo. E o casal se arrumou com quanta dignidade para esse momento, por isso, a reclamação que abre esta postagem. Tudo arrumado, a Samantha mudou-se gradativamente pra casa dela, ou para o pedaço especial que o momento oportuniza.  

Participamos, eu e a mãe, com prazer e afinco para que essa ocasião saísse bem (não só na foto), nos conformes, até que os convivas se alegrassem.
E nossa residência foi ficando mais ampla. O espaço crescia com o afastamento da Samantha, apesar de que seguia em casa, devido os preparativos. Mas o coração materno não suportava, de uma parte, alegrava-se pelo feito da filha, de outra, sofria com a separação. E posso testemunhar que vi repetidas vezes lágrimas pelo rosto dela, afinal sua melhor amiga estava casando.

Na noite deste sábado 29, o novo casal rejubilou-se com seus familiares e amigos no salão de festas do Condomínio Stilus. A festa saiu a contento, apesar dos entraves impostos pela direção do residencial, como questão de horário e de esforço com a voz. Essas restrições de certo favorecem aos noivos, pois uma nova e deliciosa peleja os espera.

Samantha e Paulo, sejam felizes na nova etapa de vida. Haverá múltiplas alegrias e bons momentos, mas as adversidades, os tropeços na caminhada são inevitáveis. Se isso acontecer, saibam que o endereço do Igarapé continua escancarado. Para isso, consigno aqui meu sincero e lacrimoso abraço.  

sexta-feira, novembro 28, 2014

PADRE NONATO PINHEIRO | 1


Padre Nonato Pinheiro

No próximo dia 7 de dezembro, véspera do Dia da Padroeira do Amazonas, completam-se 20 anos do falecimento do padre Raimundo Nonato Pinheiro. Em sua homenagem, pretendo postar algumas matérias sobre este versátil homem de letras, que pontificou sobremodo como intelectual, e quase nada do exercício sacerdotal, posto que foi impedido por longo período, os últimos de sua vida, dessa atividade. 

Também proponho-me a relembrar sua participação na seara cultural, ele que integrou ativamente dois dos maiores grêmios culturais amazonenses: Academia Amazonense de Letras e Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas.

Nascido em 1922, ingressou na Casa de Adriano Jorge, onde exerceu por anos a secretaria-geral, aos 27 anos, tornando-se um dos mais jovens a assumir uma Cadeira acadêmica amazonense. Mais jovens dois fundadores, Nunes Pereira e, sem que haja comprovação, Odilon Lima, aos 21 anos.
Nessa condição, manteve-se na Academia por 44 anos, idade abaixo para ter seu nome inscrito no painel dos imortais cinquentenários. 

Sua produção literária tem duas vertentes: o único livro que escreveu, biografando Dom João da Mata, que foi bispo desta Terra. E pode-se assinalar um opúsculo mais, sem muita categoria. Entretanto, sua marca excepcional foi nos jornais de Manaus, acredito que ele escreveu em todos os periódicos, incluindo revistas, durante longo tempo. Em tempo integral, utilizando a “aposentada” máquina de escrever.

Certa festa, comprometi-me a sacar dos jornais em arquivo o trabalho de Nonato Pinheiro. Não devo ter alcançado a metade de sua obra, mas que já proporciona substância para edição de livros, movimento que a Academia podia lançar em homenagem a esse Acadêmico.  

Transcrevo abaixo uma breve opinião de DANILO DU SILVA, intitulado

NOVO FILÓLOGO DA AMAZÔNIA (*)


Exegeta da expressão vernácula da pátria imortal de um Camilo Castelo Branco, ou de um Luís de Camões, aí o temos — considerando-se exato julgamento deste observador comum — no seu mais aurifulgente ciclo de produção literária, em que as ideias escachoam da mente fértil; mente que, vigorosa, argamassa pensamentos vivos.

Trata-se do Sr. Raimundo Nonato Pinheiro, ou, como queiram os leitores, do padre Nonato Pinheiro. 

Inquestionavelmente, nesta oportunidade jornalística, estamos diante de um cidadão de alto gabarito intelectual da grandiosa bacia potamográfica do mundo, que é distinguido como um dos maiores filólogos já nascidos nesta região, e que faz, do saber, culto à imortalidade.

Filho de Raimundo Nonato Pinheiro e de Dona Diana de Macêdo Pinheiro — ambos falecidos —, nasceu o nosso entrevistado nesta Manaus, no dia 10 de maio de 1922. Talhado para as coisas que dizem respeito à intelectualidade, no termo universal de conhecimentos humanos, desde menino Nonato Pinheiro revelou gosto às Artes em geral. Fez o curso primário na escola de sua genitora, com brilhantismo; matriculando-se a seguir no Colégio Dom Bosco, onde cursou humanidades, também com louvor, tendo concluído o Ginásio em 1938.

Nonato Pinheiro realizou estudos superiores nos Seminários de Belém e São Luís do Maranhão. Ordenou-se sacerdote no dia 27 de outubro de 1946, retornando a esta Capital para as práticas religiosas.

Prosador e poeta de grande clientela, é membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Amazonas.
 
(*) publicado em O Jornal, de 21 mar. 1965