CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

terça-feira, outubro 31, 2017

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ (II)

Escola Técnica Federal, hoje Ifam
Mais uma nota para assinalar a evolução dos Testemunhas de Jeová, na cidade de Manaus. Ontem, em abril de 1983, a assembleia foi realizada em edificação de terceiros, como a mencionada, na então Escola Técnica de Manaus.

Congresso em julho 2016




Hoje, as assembleias são realizadas no centro próprio, construído para esse fim, para acolher com dignidade e conforto um número considerável de irmãos. O centro é ocupado quase o ano inteiro, diante da expansão de seus adeptos. 




Testemunhas de Jeová encerram assembleia

As Testemunhas de Jeová encontram-se reunidas em Assembleia, com a duração de dois dias, desde ontem, em Manaus, no Ginásio de Esportes Elias Jacob Benzecry, da Escola Técnica Federal do Amazonas.

O evento que é realizado pelas Testemunhas periodicamente tem como tema principal: TORNEMOS MANIFESTA A VERDADE EM NOSSA VIDA.

No decorrer do programa de ontem, muitos pontos básicos foram destacados, onde o lema foi a importância que as Testemunhas dão ao viver segundo os preceitos de Deus, de acordo com os ensinamentos bíblicos.

Recorte de O Jornal, 3 abril 1983


O orador principal foi J.M. Souza, representante viajante da Torre de Vigia, de São Paulo, onde ao proferir seu discurso básico: Tornemos manifesta a Verdade em nossa Vida, deixou bem claro a fórmula específica de se fazer isso, por meio de nossos ATOS e AÇÕES aplicando na vida todas instruções emanadas de Deus mediante a sua palavra, a Bíblia.

Também houve o Batismo e a imersão de novas Testemunhas, onde em seu discurso o orador J. Jakuboski, mostrou para todos os presentes que SUA DEDICAÇÃO REQUER LEALDADE, e lealdade a Deus é o requisito básico na vida do verdadeiro cristão.

Hoje prosseguirá o programa desta assembleia, onde muitos outros pontos serão destacados no decorrer, através dos oradores que falarão sobre muitos temas importantes:
1. As Escrituras foram escritas para nossa Instrução.
2. Viva com bom Juízo na época atual.
3. Ande ordeiramente na verdade com a organização de Jeová.

O clímax deste conclave será às 16:00 horas, quando o representante especial das Testemunhas de Jeová falará o palpitante tema: Como a verdade influencia a sua Vida.

Todos estão sendo convidados e serão bem-vindos. A entrada é franca e não se faz coletas.

PROGRAMA DOMINGO DIA 03/04/83

Às 10:00 horas - Discurso inicial, tema: As Escrituras foram escritas para nossa Instrução. Orador: A. M. Silva.
Às 10:15 horas - Discurso, com tema: Mostre Respeito pela Congregação de Jeová. Orador: J. M. Seabra.
Às 16:00 horas - Discurso público, tema: Como a Verdade influencia a sua Vida. Orador. J. M. Souza, representante especial da Sociedade Torre de Vigia (S. Paulo).
Às 17:30 horas – Discurso, com tema: Viva com bom juízo na época atual. Orador. V. G. Carvalho, superintendente de Circuito.

Às 18:00 horas - Discurso de encerramento, tema: Ande ordeiramente na verdade com a organização de Jeová. Orador: J. M. Souza, superintendente de Distrito. 

segunda-feira, outubro 30, 2017

J. G. ARAÚJO

J. G. Araújo foi mais que uma marca empresarial, pois seu domínio comercial estendeu-se a partir da cidade de Manaus pelos vários rios e afluentes de nosso interior.

Sede da empresa, vista da av. Eduardo Ribeiro
O texto abaixo relembra a força desse empreendimento na passagem do seu nonagésimo aniversário.

Contudo, em 27 de setembro de 1990, o JG desapareceu, quando um brutal incêndio destruiu por completo a sede, imóvel que dominava o Centro Histórico com frentes pela rua Marechal Deodoro e pela avenida Eduardo Ribeiro.  



Edição do matutino A Crítica, 14 fevereiro 1967


Comemora-se na data de hoje, o 90º aniversário de fundação da conceituada e tradicional firma comercial de nossa praça, J.G. Araújo & Cia. Ltda., evento da mais alta significação para o desenvolvimento econômico do Amazonas, quiçá da Amazônia, razão pela qual não poderíamos deixar de registrá-lo com o devido destaque, em nossas colunas.

Fundada a 14 de fevereiro de 1877, pelos sócios Antonio Araújo Rosas e Joaquim Gonçalves de Araújo, sob a denominação de Araújo & Rosas, para a comercialização e exportação de produtos regionais, alcançou rapidamente elevado conceito nos mercados do exterior, pela lisura das suas transações e honestidade de serviços, fatores que lhe promoveram fama e estima, tornando-a uma das firmas padrão do comércio amazonense, título que merecidamente até hoje desfruta.

Retirando-se dos negócios o sócio Antonio Araújo Rosas, assumiu a direção o Sr. Joaquim Gonçalves de Araújo cuja diretriz imprimiu uma nova feição à dinamização da firma, ampliando-lhe os raios de ação, e tornando-a uma verdadeira potência na economia daquele tempo.
Joaquim Gonçalves de Araújo, sem favor algum, pelo seu espirito empreendedor, colocava bem ali nas praças do sul do País e estrangeiro, o conceito e o prestígio daquela organização, e, por consequência, a respeitabilidade do comércio local.

Sendo a mais antiga empresa do Amazonas, a história de J. G. Araújo & Cia. Ltda. acha-se intimamente ligada aos episódios do desenvolvimento econômico da região. Há reminiscências disso: quando da época sombria do colapso da borracha, seu dirigente, o saudoso comendador Joaquim Gonçalves de Araújo lançou mão de todos os recursos próprios e os de sua firma para evitar o abalo de crédito que traria, em consequência, a falência de mais de 60 por cento do comércio amazonense.

Além de ter sido um homem dinâmico, lutador e valoroso como chefe de empresa, foi o comendador Joaquim Gonçalves de Araújo um espírito dota do de boníssimo coração. Era tradicional e sua filantropia, razão pela qual o seu nome ficou imperecivelmente escrito na fundação e na existência das instituições de benemerência e assistência social de nossa terra.

Cidadão português, nascido em Póvoa de Varzim, na província do Minho, veio ainda criança para o Amazonas, que o adotou como a sua segunda pátria, cumulando-o de benefícios e deixando seu nome eternizado no coração do povo e nos anais da história do desenvolvimento econômico do Vale Amazônico. Agraciado pelo Reino de Portugal com a Comenda da Ordem de Cristo, pelos relevantes serviços à Portugal, mais se acentuaram os seus dotes de coração, sempre aberto a socorrer os necessitados e a todos os que o procurassem.

Essa sua linha de caritativa bondade soube ele transmiti-la aos seus sucessores, pelo que ainda hoje a firma J. G. Araújo & Cia. Ltda. permanece na vanguarda do movimento social do Amazonas. Em seu filho, comendador Agesilau Gonçalves de Araújo, atual dirigente da empresa, encontram-se os mesmos predicados de amor ao trabalho e os mesmos dotes de inteligência e bondade que foram apanágio do saudoso Comendador Joaquim Gonçalves de Araújo, seu ilustre e venerando genitor a quem substituiu à frente dos negócios quando de seu falecimento, em março de 1940.

Com essa mudança, não veio a sofrer solução de continuidade a firma J. G. Araújo & Cia. Ltda., mantendo a mesma progressão social, e continuando a merecer a confiança e o acatamento dos seus clientes.

Atualmente as secções da conceituada empresa são PAG-LEV, Ferragens, Drogaria, Texaco e Pólvora. A responsabilidade da direção encontra-se distribuída pelos sócios comendador Agesilau Araújo (chefe), Dr. Renato Araújo, Dr. Agesilau Souza de Araújo, Sr. Felipe Augusto de Souza Araújo e Sr. Joaquim Frederico Souza de Araújo, os quais mantém a tradição de honestidade e trabalho imposta pelo seu fundador.


A data de hoje, pois, que coincide com a do aniversário natalício do saudoso comendador Joaquim Gonçalves de Araújo, assume um caráter altamente expressivo no seio do comércio amazonense, e na história do desenvolvimento social e econômico desta terra, pelo que diversas homenagens deverão ser prestadas aos dignos dirigentes da firma, homenagens essas às quais a Direção deste jornal se associa prazerosamente, apresentando ao Senhor comendador Agesilau Araújo e demais membros de sua família, as sinceras felicitações. 

domingo, outubro 29, 2017

DO ARQUIVO PRÓPRIO



Marcas de Brasília (DF)


Adega e outros cantos


Aniversários e festas

sábado, outubro 28, 2017

POESIA DE JORNAL (V)

Intitulada Mundo Social, A Gazeta local abriu, no início de 1950, “a todos os leitores para publicação de notícias sociais, bastando que se façam acompanhar de dados precisos e que cheguem à nossa redação com 24 horas de antecedência.”

Desta coluna, recolhi estes dois poemas para comemorar o Dia da Poesia.

Recorte de A Gazeta, Manaus, 20 abril 1950

SAUDADE
JARA
Saudade, branda tortura
De quem amou e sofreu...
Lembrança de uma ventura
Que se teve e se perdeu...

Uns olhares que se trocaram...
Uma frase que morreu...
Umas mãos que se apertaram...
Um beijo que não se deu...

A Saudade é quintessência  
Sutil da acerba dor. 
Saudade, filha da ausência!...
Saudade, irmã do Amor...


Recorte de A Gazeta, Manaus, 22 março 1951

A GARÇA

Ao Príncipe das Musas, Jorge Tufic

Antístenes Pinto


No esplendor sideral das brancas praias,
Ela, a princesa das regiões serenas,
Entre a doce harmonia de suas penas,
Branca como a brancura das alfaias:

Ela, a garça Amazônica, realeza,
Talvez de um prisco sonho altivo e mago,
—Florífero livor do manso lago,
Entre o beijo solar da natureza;

Quem que ao vê-la não sente em branda calma,
Voar cheia de luz também sua alma,
Entre o níveo oscilar da soledade?

E sentir dentro d'alma em sons esparsa,
Que um dia, o coração também foi garça
Velando a solidão dessa saudade! 

sexta-feira, outubro 27, 2017

PUBLICIDADE (V)


Extraído de álbum produzido no governo de Antonio Bittencourt (1908-12)



Adicionar legenda






quinta-feira, outubro 26, 2017

AVIÃO CATALINA

Em janeiro de 1973, o saudoso Waldemar Batista de Salles publicou este artigo, no qual registra sua consideração para com os aviões Catalinas. Operados tanto pela aviação civil quanto pela FAB, aproximou e socorreu nossos distantes e quase inalcançáveis municípios.


Os Catalinas, pioneiros

A região amazônica é imensa. Conhecê-la e conquistá-la tem sido um trabalho duro, cansativo, pleno de heroísmo e dedicação. Nesse desbravamento, já se referia o engenheiro Leopoldino Cardoso Amorim Filho em relatório publicado em Manaus — 18 de novembro de 1972, tratando de pioneirismo e desenvolvimento. E nos afirmava:
“a aviação continua com sua característica de pioneirismo e aqui também representada pela Força Aérea, pelos táxis-aéreos, pelas empresas de transporte regular, por aviões particulares e helicópteros: profissionais, homens idealistas, outros imbuídos do espírito de aventura, todos unidos como nos velhos tempos, executando as tarefas que lhes são atribuídas através do transporte aéreo.”

Atualmente esta cidade de Manaus, encravada na selva imensa, é servida por aviões Bandeirantes; a jato, de diversas companhias, sem contarmos as pequenas aeronaves, que fazem as linhas para o interior do Estado, cruzando municípios distantes, pousando às vezes em campos inadequados, onde a experiência do comandante é fator importantíssimo no cumprimento de suas atividades e missões.

Porém, há muitos anos, entre os diversos tipos de aviões, que integravam as várias companhias, existiam os chamados Catalinas, usados pela extinta Panair do Brasil S.A. e pela FAB [Força Aérea Brasileira], aparelhos esses que levantavam voos e pousavam, no aeroporto da Ponta Pelada. Eram aviões anfíbios, porque pousavam em terra e em águas tranquilas e prestaram, na região amazônica, grandes e inestimáveis serviços.


Viajar de navio, lancha e motores pelos inúmeros rios da área continua sendo uma tarefa demorada e exaustiva. 

quarta-feira, outubro 25, 2017

INSTITUTO DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA

O governador Álvaro Maia (1951-55), ao final de seu segundo ano de governo, apresentou um relatório elencando suas iniciativas e realizações. Deu publicidade ao documento no Diário Oficial do Estado, de 6 novembro 1957 (foto), onde se encontra este tópico que, creio, pode servir para a já alentada história do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), instalado em Manaus.


Aprovada sua instalação, foi criado em 1952 e implementado em 1954. Em 1957 estava sob a direção do Dr. Arthur Reis, com endereço na rua Guilherme Moreira esquina da rua Teodoreto Souto, no Centro.


INSTITUTO DE PESQUISAS NO AMAZONAS

O Conselho Nacional de Pesquisas aprovou a instalação do Instituto Nacional de Pesquisas, sediado em Manaus, provavelmente no próximo ano.

É mais um grande serviço prestado ao País, pelo estudo das nossas regiões, nas bases da Lei nº 1.310, de 15 de janeiro de 1951, que instituiu aquele órgão.

Tive o ensejo de ser convidado para assistir a sessão, em que foi lida a exposição enviada ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República, capeando o anteprojeto, cujo fim essencial é a criação do Instituto de Pesquisas.

Recorte do Diário Oficial do Estado


A sessão foi presidida pelo Doutor Arthur Moses, presidente da Academia Brasileira de Ciências e teve o comparecimento dos senhores: almirante Álvaro Alberto, presidente do Conselho Nacional de Pesquisas; Paulo Carneiro, delegado do Brasil junto à Unesco; Professor Adolfo Ducke, botânico; Josefina Ducke, botânica; Professor Olímpio da Fonseca Filho, membro do Conselho Nacional de Pesquisas e diretor do Instituto Osvaldo Cruz; Doutor Sílvio Torres, membro do Conselho Nacional de Pesquisas e diretor do Instituto de Biologia Animal; Professor Carlos Chagas Filho, membro e diretor de pesquisas biológicas do Conselho Nacional de Pesquisas e diretor do Instituto de Biofísica, e Professor Otávio L Martins, diretor-técnico do Conselho Nacional de Pesquisas.

O almirante Álvaro Alberto, que representou o Brasil na Comissão da Bomba Atômica, nos Estados Unidos, dissertou sobre a necessidade de se instalar o Instituto para estudo e defesa do Brasil.


Respondi-lhe, assegurando a cooperação do Governo. 

terça-feira, outubro 24, 2017

MANAUS: 348 ANOS

Saúdo Manaus com o texto de um especialista relatando, ainda que sucintamente, o progresso desta Cidade que comemora hoje sua data de criação.

Álbum de Manaus - 1929


MANAUS: 348 ANOS
DÉCIMA CIDADE BRASILEIRA

Antônio Loureiro
ex-presidente do
Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas

Do Tarumã até a boca da baía da Boiaçu, em suas áreas circunvizinhas, por volta de 1650, talvez habitassem alguns milhares de índios, por isso a foz do Tarumã-Açu foi escolhida para a instalação da primeira aldeia jesuítica do rio Negro, levantada nos altos barrancos da sua margem direita. A povoação fundada logo se transformou em uma Tauacuera, substituída pela Tauapeçaçu, fundada na margem direita e que acabou se transformando em Airão.
As grandes aldeias de tarumãs existentes na região foram sendo despovoadas.

Os jesuítas levaram uns 3.000 índios para as suas fazendas do Marajó, e uma expedição holandesa dizimou a grande aldeia situada em frente do Tupé, levando milhares de escravos para as suas colônias de Demerara-Berbice, hoje República da Guiana.
Os tarumãs sobreviventes subiram o Tarumã e o rio Cuieiras e foram para serra de Tumucumaque, onde estão até hoje, desde o século XVII.

Por insistência de Pedro da Costa Favela, o governador-geral Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, o Velho, então determinou a construção de um fortim na barra do rio Negro, da qual, em 1669, foi incumbido Francisco da Mota Falcão, sendo o primeiro comandante da casa forte Angélico de Barros. 

Em torno dessa fortificação surgiu uma aldeia habitada por barés, passés, baniuas, merequenhas, muras e aruaques. 

O prestígio que Guilherme Valente desfrutava entre os manaus favoreceu, sobremodo, o estabelecimento, visto ser essa tribo a mais numerosa da região do médio rio Negro e baixo rio Branco. A povoação que então se instalava seria a origem da atual cidade de Manaus.

Esses fatos estabeleceram o ano da sua fundação: 1669.
A lei n.º 145, de 24 de outubro de 1848, da Assembleia Provincial do Grão-Pará, elevou a vila que aí existia, junto com outras duas da mesma Província: Cametá e Santarém, à categoria de cidade com o nome de Cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro, que somente em 1856, já como capital da província do Amazonas, tomou o nome de Manáos.

Assim hoje comemoramos uma data híbrida e falsa.

Hoje Manaus tem 2.450.000 habitantes e é a DÉCIMA cidade do País em população e em desenvolvimento econômico, uma das grandes megalópolis da linha do Equador. Tudo isto alcançado em pouco mais de 350 anos.

segunda-feira, outubro 23, 2017

BR 319 MANAUS-PORTO VELHO

Os Braga mencionados são o pai (Carlos) e tio (João)
do senador Eduardo Braga
Próximo de completar 50 anos, reproduzo a entrevista do falecido coronel EB Aluísio Weber, então comandante do 5º BEC, sediado em Porto Velho (RO), falando da iniciativa do Governo Militar em construir rodovias na Amazônia. 

Entre outras rodovias, comentou sobre a BR 319, de nosso interesse, que chegou a ser pavimentada e utilizada. As querelas de controle do meio ambiente e de outras pragas administrativas, todavia, impedem a capital amazonense de se ligar com o Brasil.

O noticiário mencionado circulou na edição de O Jornal (23 outubro 1969).



Pouco antes de retornar a Porto Velho, levando uma equipe de repórteres da TV francesa, para ampla reportagem sobre a estrada Madeira-Mamoré — o coronel Aluísio Weber, comandante do 5° Batalhão de Engenharia e Construções [BEC], ontem no Hotel Amazonas, manteve contato com a reportagem dos nossos DIÁRIOS, fazendo novas considerações a respeito da missão de que está incumbido, qual seja, a construção de três rodovias, de notável importância para a integração rodoviária do Amazonas ao Brasil.
Previstas pelo Plano Nacional, com empréstimo do BID, as três rodovias, resultante do desmembramento da antiga BR 29, são: a BR 364, ligando Cuiabá a Porto Velho, cuja consolidação está faltando; a BR 319 entre Porto Velho-Abunã; e, BR 26, de Abunã a Rio Branco-Feijó, a qual o cel. Weber considera "a forma de integração ao Acre".

Disse que quase três mil quilômetros de estrada já foram parcialmente vencidos, com 1.500 deles implantados, entre Cuiabá-Porto Velho.

O BEC — continua o coronel Weber — realizou 1.992 kms de plataforma, tendo sido um mesmo trecho patrolado mais de uma vez; encascalhou 300 kms de estradas e construiu cerca de 600 metros de bueiros "Armco", acrescentando que o tempo de realização efetiva dessas obras está em função dos recursos que as mesmas vierem a obter, frisando, mais adiante, o entusiasmo do marechal Costa e Silva pela integração do Amazonas, particularmente.

Ontem mesmo, o coronel Weber avistou-se com o governador Arthur Reis, definindo-o como "homem de ideias avançadas". O coronel acredita que, através do convênio DNER-Deram, a ligação Manaus-Porto Velho virá "dar ao Amazonas a integração de que tanto precisa".


Finalizando, revelou o coronel Weber, que o Batalhão está em fase de recebimento de equipamentos, inclusive aguardando, pela "Comarsa", o envio de dez possantes máquinas, para reforçar as obras na próxima estação chuvosa, reafirmando ser partidário e entusiasta da integração do nosso [?] ao resto do país.

domingo, outubro 22, 2017

PM AMAZONAS: VIATURAS







sábado, outubro 21, 2017

POESIA DE JORNAIS (IV)

Ontem foi o Dia do Poeta, todavia deixei para hoje registrar minha homenagem aos homens e mulheres que tornam em rimas tanto nossos sucessos quanto nossas dores. Enfim, produzem uma arte de difícil execução. Certo que muitos a desafiam, contudo, o resultado nem sempre satisfaz.

Dessa maneira, ilustro esta postagem com o trabalho de dois poetas, desconhecidos: Aldévio Praia e Osório Honda, os quais nos idos de 1950 publicaram em jornais da cidade seus devaneios. Nada sei deles. Seus trabalhos estão dispersos nos periódicos arquivados. Apenas do primeiro sei que foi deputado estadual.




Recorte do Jornal do Commercio, 11 janeiro 1955



Reminiscências

Aldévio Praia



Era de tarde, quando o sol morria
E a branca neve embalsamava os ares,
Que a morna brisa, perto a ti, dizia:
"O ocaso é lindo como os teus olhares".

Longa tarde de amor. A cotovia,
Limpando os castiçais de seus altares,
Cobria as franjas do céu com a poesia
Que a solidão desenha nos palmares.

...Por fim te foste. E mais, hoje, não vejo
Teu doce olhar que a tempestade acalma;
E penso, à tarde, quando o ver desejo:

Que quer meu estro, enfim, à esta hora triste?
Serão teus olhos que ele sente n'alma
Ou os lábios teus após que tu partiste?!


Vide O Jornal, 30 maio 1965



Na Baía do Rio Negro

Osório Honda
(do Amazon Garden) 30-1-1956


Na fadiga da "correnteza da humanidade"
Sentei-me no cais da Manáos Harbour
Para tomar um cunho de vaidade
Que faz a alma do homem ressuscitar

Donde tu vens
Sonho longínquo do Cucui?
Como é que tu formaste
Do negro suco do açaí?

Ouço a emoção da tua poesia
Que me narrando história da terra
Sussurra destino do homem
Como o vento da palmeira que vai e vem.

O amigo Vicente Reis gostava de manga
E o Archer Pinto, de ata,
Só eu sobrevivo no canto da baía
Molhando seus túmulos com poema.

Dou um beijo no teu sorriso
No Sol do jardim da Catedral,
Outro abraço vai no teu choro
Na sombra do Cruzeiro do Sul.