CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, junho 29, 2018

DIA DE SÃO PEDRO



Pedro Renato
1.     Desconheço como ainda “navega” a procissão de São Pedro, patrono dos pescadores e seus barcos. Sei que ela surgiu em Manaus pela inciativa do padre Antonio Plácido de Souza, quando vigário do bairro de Educandos, facilitada pela proximidade com o igarapé do bairro. No início, um percurso modesto pelas condições da época. Participei de algumas dessas manifestações de fé católica, afinal, era me recomendado na condição de seminarista.
Mais adiante, conheci a amplitude da festa religiosa, dos barcos devidamente enfeitados para o corso, o prolongamento do percurso e outras inovações que o progresso foi permitindo. Algumas vezes, para melhor fotografar a homenagem ao santo do Dia, assisti o cortejo fluvial a partir do roadway ou do porto ao fundo do mercado Adolpho Lisboa. Todavia, há bastante tempo não encaro essa festividade.
Outros festejos de diferentes motivações, hoje, concorrem com a do Santo; neste momento, em especial, a festa parintinense e a Copa de Futebol.

2.     Semana passada assisti a missa na igreja de São Pedro, no bairro de Petrópolis. Conversando com integrantes da liturgia após o ato religioso, lembrei-me de dois fatos: um, ainda aluno do Seminário, quando conheci a primitiva capela, construída de madeira na esquina onde se mantém. Depois a vi crescer, quando a Polícia Militar inaugurou um quartel naquele bairro, ajudando na expansão daquele arrabalde. O outro fato: ao organizar o acervo do saudoso padre Luiz Ruas, soube que este religioso havia composto o hino de São Pedro, patrono da paróquia daquele bairro. Conheço a letra (Homem do povo! Bom pescador! / Pedra da Igreja! Pedro pastor! / No Santo Padre – teu sucessor, / Nós te louvamos com muito amor.), porém, nunca ouvi a execução. Na conversa com os participantes do coro, fui convidado para hoje, após a procissão pelo bairro, ouvir o hino.

3.     A data de hoje também me recorda outras festas, a dos aniversariantes. A maioria obviamente Pedro, como o Renato nascido na casa de seu Manuel e Francisca Mendonça. Portanto, meu segundo irmão, o caçula. Nascido no Educandos, aventurou-se quando pode em São Paulo e Rio, conseguindo sucesso. Próximo dos setenta, vive em Niterói (RJ), aposentado, cuidando dos rebentos da primeira e segunda geração. Ultimamente promove o registro suas memórias (ainda que precoces!), tendo produzido duas publicações com esse objetivo. Como recordação de seu natalício, ele está publicando hoje pelo site Clube de Autores o volume 2 de Renato... aos poucos.  Registro aqui meu amazônico abraço, torcendo por mais esta conquista. Viva longa, mano!
Todavia, nem todos saem Pedro. Um amigo quebrou esse preceito, chama-se Marivaldo Junior, é o responsável pelas páginas bem cuidadas do Jornal do Commercio. Espero abraçá-lo em breve, pois, por ora recupera-se de um acidente de trânsito. Saúde, e mais saúde.

terça-feira, junho 26, 2018

DE CEMITÉRIO E DE MORTES

Simplício Coelho de Rezende
Em busca de concluir uma biografia, estive ontem no cemitério São João. Convenientemente atendido na secretaria, alcancei a sepultura que buscava, e assim os dados necessários. A sepultura pertence à família Rezende e se encontra em ótimo estado de conservação, apenas a do patriarca Simplício (falecido em 1915) teve danificada a inscrição inserida na lousa. Sua imagem impressa em metal, todavia, permanece bem conservada (foto). 

Na verdade, são dois os jazigos dos Rezende que se confrontam com o túmulo de Ária Ramos, a violinista morta no carnaval de 1915.  Há sobre o túmulo desta artista um poema, bastante elucidativo da tragédia. Também encontrei sobre um sepulcro da família Leiros uma lápide com inscrição em latim. Zózimo Leiros despede-se da esposa Anna Garcia Leiros.


Paes Barreto
Perambulando um pouco mais, alcancei o lugar de repouso de Jonas Paes Barreto, que acredito seja o fundador e primeiro presidente do Clube dos Oficiais da PMAM. Articulei com o atual presidente a busca por mais dados biográficos, a fim de se confirmar a descoberta.

Paralelo a essa movimentação no São João, lembrei-me do aniversário de dois colegas da Polícia Militar do Estado. Um deles, o coronel Ilmar Faria, falecido em 1999. O outro, o coronel Fernando Valente Pereira (nascido em 1949), que deve ter feito uma festa pela vida. No entanto, para a tristeza de parentes e da AVC (Associação dos Velhos Coronéis), hoje o coronel Valente se juntou a tantos, quando o coração dele não suportou as emoções e o tratamento que o mantinha sob cuidados. 
Descansa em paz, caro Valente, que eu costumava tratar por Vavá. 

sábado, junho 23, 2018

MOMENTO LITERATURA

O poema pertence ao reconhecido mestre Thiago de Mello, com ilustração de Otoni Mesquita, e foi publicado na revista O Muhra (produzida pela Secretaria de Cultura e Estudos Amazônicos, datada de janeiro/fevereiro 1998).


Aprendiz do espanto


Não deflorei ninguém. (Um bom começopara o livro que não devo escrever.)A primeira mulher que eu vi desnuda
(ela era adulta de alma e de cabelos)
foi a primeira a me mostrar os astros,mas não fui o primeiro a quem mostrou.Eu vi o resplendor de suas nádegasde costas para mim, era morena,
mas quando se virou ficou dourada.
Sorriu porque seus peitos me assombraram
o olhar de adolescente desafeitoà glória da beleza corporal.
Era manhã na mata, mas estrelas
nasciam dos seus braços e subiam
pelo pescoço, eu lembro, era o pescoço
que me ensinava a soletrar segredos
guardados na clavícula. Pediajá estirada de bruços me chamando,
que eu passasse meus lábios pelas pétalasorvalhadas da nuca, eram lilazes,
com as gemas de leve eu alisasse
as espáduas de espumas e esmeraldas,
queria a minha mão lhe percorrendo,
mas indo e vindo, o vale da coluna,
cuidadosa de mim, trés doucement.
Ela me inaugurou o contentamento
inefável de dar felicidade.
Tanto conhecimento só podia
ser de nascença, hoje eu calculo.
Não
era um saber de experiências feito,
Ilustração de Otoni Mesquita

mas quanta ciência para transmiti-lo.
Ela era de outras águas, a fontana
de trinta anos, que veio lá do Sena
com a sina de me dar a beber
- na aurora dos seus olhos, nos seus peitos,
na boca musical, no mar do ventre,no riso de açucena, na voz densa,
nas sobrancelhas e no vão das pernas
o mel antigo da sabedoria
de que a libido cresce quando atende,
de que a tesão se acende na ternura,
que as antessalas se prolonguem vastas
até estar pronto para entrar no céu.

 Freguesia do Andirá, fim de 97.

sexta-feira, junho 22, 2018

PMAM - BANDEIRAS

Registros colhidos na solenidade do 181º aniversário da Polícia Militar do Amazonas, ocorrida em abril passado.

Bandeiras do Brasil, do Estado e de Comando 

Algumas bandeiras estaduais admiradas pelo infante  

PMAM - COSME E DAMIÃO



Na criação, em julho 1956
A evidente deficiência de policiamento na cidade talvez me inspire a repetir esse mantra: o “Cosme e Damião” criado em 1956 foi um sucesso. Valeu, coronel Cleto Veras. A propósito, alguns comandantes da PMAM já insistiram no retorno desse tipo de policiamento, porém, sem qualquer êxito. Os periódicos atuais estão repletos dessas promessas, para comprovar a assertiva, além de algumas marcas deixadas pelo centro da Cidade.
Volto a copiar as loas expressas pelos jornais de netão, então de 1956, quando o comandante Cleto veras marcou seu comando na corporação.
Conheci no GPO (Grupamento de Policiamento Ostensivo), quando ingressei dez anos depois na PM, parte desse pessoal e a postura com que policiavam as ruas. Em respeito ao saudoso sargento Messias Salvador de França, saúdo a quantos compuseram aquele esquadrão de segurança.
O texto compartilhado foi sacado de A Crítica (29 julho 1956), cujo editorial reproduz ao consagrado Boletim Interno.

Cosme-Damião, Guardiães da Ordem

Toda a cidade recebeu com o mais vivo interesse a criação e funcionamento da simpática corporação de milicianos que são os “Cosme-e-Damião”, destinada a zelar pela ordem e segurança de nossa população. Iniciando a sua tarefa há poucos dias, são já notórios, contudo, os serviços que veem eles prestando à nossa terra, andando de dois-em-dois, as mãos para trás, em constante vigília pelos quatro cantos da cidade, defendendo a propriedade pública e particular, zelando pela tranquilidade e sossego da população, amparando velhos e crianças, o que empresta aos simpáticos soldados uma auréola de benfeitores em quem todos confiam amplamente, porque todos têm a certeza de que se tratar de moços bem educados, treinados para o seu metiê, conscientes da missão que lhes é outorgada pelos seus superiores, vind0 daí, naturalmente, o grande cartaz que esses soldados desfrutam onde quer que apareçam.
Ainda ontem, nosso companheiro Afonso de Carvalho, a propósito da atuação dos Cosme-e-Damião, fez publicar, na sua c0luna, uma interessante crônica de enaltecimento aos modestos mas eficientes guardiães da lei e da ordem que atualmente operam nas ruas de Manaus.
E sobre o mesmo assunto, com prazer, transcrevemos tópicos do Boletim Interno da corporação, datado de 27 do corrente mês, em que se confirmam os dizeres elogiosos daquele nosso companheiro a respeito dos dignos milicianos, o qual, em síntese, é o seguinte:

“Cosme e Damião” – Elogio a uma Dupla — É possuído da maior alegria que elogio o cabo nº 123, Messias Salvador de França, e o soldado nº 82, Luiz Ferreira Lima, pela maneira correta e digna como se conduziram no 1º dia de serviço de vigilância noturna da cidade. Esta dupla de Cosme-e-Damião demonstrou possuir elevado espírito de iniciativa e noção do cumprimento do dever, ao tomar providência para que fosse fechada uma janela deixada aberta na Secretaria de Saúde, e, posteriormente, constatado que havia desprendimento de fumaça em uma dependência do citado prédio ocasionado por um esterilizador que ficara ligado desde o término do expediente dessa repartição. Deve ser ressaltado que, não fora a pronta intervenção desses milicianos, forçosamente irromperia um incêndio de consequências imprevisíveis naquele próprio do Estado.
Estas mesmas praças, solicitadas pelo titular da Delegacia de Roubos e Falsificações, prenderam, durante o seu quarto de ronda, a um ladrão de automóveis que se achava na direção do veículo de propriedade do Sr. Felipe Isper Abrahim.
Que isto sirva de exemplo para todos aqueles investidos da nobilitante missão policial, com a preocupação de fazer sentir a utilidade cada vez maior da nossa Corporação no serviço do policiamento da Capital. (Extraído do Boletim Interno nº 187, de 27.8.1956).

Como veem os nossos leitores, os Cosme-e-Damião de Manaus começam a se notabilizar pelo seu trabalho meritório em benefício de nossa cidade. Urge sejam eles multiplicados, o mais cedo possível, passando a agir também durante as horas do dia, pois só assim a nossa cidade será saneada dos maus elementos e sua população poderá viver horas de mais tranquilidade e segurança, fato que infelizmente, não ocorria há muitos anos, por incúria dos nossos governantes, sempre indiferentes pela sorte do povo.
A CRÍTICA leva sua palavra de estímulo a esses modestos guardiães da civilização, incarnados nas pessoas dos comandados do tenente-coronel Cleto Veras, desejando que o seu renome cresça e sua atuação vá sempre em crescendo, visando 0s fins para os quais foram criados.

quarta-feira, junho 20, 2018

MUDANÇA DE NOME DE RUA

Capa do livro

Em se falando de mudança de nome de rua em Manaus, o vício não é corrente, vem da fundação de Manaus. Basta se recorrer ao Ed Lincon para saber quantas denominações já batizaram e crismaram a atual avenida Sete de Setembro. Portanto, não me causa surpresa, apenas forte  indignação, o sacrifício das avenidas Paraíba e Recife para homenagear o fundador de A Crítica e o historiador Mario Ypiranga (contrário a esse troca-troca, como demonstrarei em breve, com uma publicação do próprio).
O texto compartilhado pertence ao saudoso juiz de Direito Waldir Garcia, em seu livro À Sombra dos Igapós (Manaus: Imprensa Oficial, 1987). Reclama da usurpação da avenida Silves, para saudar o presidente Costa e Silva. Como se conhece, sua apelação não teve sucesso, seguiu com ele e os saracaenses para o túmulo.   

EM DEFESA DE UM TOPÔNIMO URBANO 
Há muitos anos a edilidade amazonense, inspirada por sentimento nativista e puramente glebário, decidiu denominar várias ruas e avenidas de nossa urbe com nomes de municípios amazonenses, numa homenagem das mais justas e plausíveis. Assim é que passaram a existir as ruas Urucará, Itacoatiara, Parintins, Manicoré, Borba, Barcelos, Humaitá, Waupés, Ipixuna, e as avenidas Tefé e Silves.Acontece que após a implantação do regime revolucionário, a partir de 31 de março de 1964, a mesma edilidade no ardente desejo de homenagear um dos Presidentes Revolucionários, no caso o presidente Costa e Silva, escolheu a Avenida Silves para ser sacrificada, para mudar-lhe o nome, substituindo-o pelo do presidente em referência, em verdadeiro holocausto à tradição toponímica urbana, para tristeza e menosprezo dos filhos de Silves aqui radicados.
Entendemos que o presidente que cedeu seu nome à toponímia urbana manauense mereceria, pela projeção do cargo que exercia, uma avenida de maior projeção, como p. ex. a Avenida do Contorno, mais ampla, mais abrangente. Mas a ideia da edilidade em sacrificar a Avenida Silves, não obstante haverem mudado as placas de denominação, nem por isso conseguiu superar a tradição, e tanto isto é certo que até hoje, decorridos já vários anos da mudança toponímica, os ônibus continuam a trafegar naquela artéria com placas indicativas do primitivo nome – Avenida Silves. Assim vemos: linha “Japiim-Silves”, e outras invocando-lhe a primitiva denominação.
Mas à época em que a edilidade resolveu denominar de Avenida Silves uma das artérias suburbanas de Manaus havia uma inspiração histórica: uma homenagem à tradição de um dos primeiros aglomerados humanos nas paragens amazônicas, que merece ser recordado.Ao retornar de Quito o audaz sertanista Pedro Teixeira traz consigo os primeiros mercedários, solicitados para a fundação de um convento em Belém. Dentre eles, frei Raimundo, da Ordem das Mercês, que em 1663 fundou a aldeia do Saracá, um dos primeiros núcleos da colonização portuguesa no Amazonas. Em 1759 governador de então, Joaquim Melo Póvoas, elevou a Missão do Sacará à categoria de Vila, alusitanando-lhe o nome para Silves.
Em 1853, com a execução do Código de Processo Criminal, tiraram-lhe a categoria de Vila reduzindo-a a simples freguesia. Mas na administração do Dr. Manoel Gomes Correa de Miranda, foi-lhe restituído o antigo topônimo – Silves – e reconduzida a povoação à categoria de Vila, pela Resolução nº 4, de 21 de outubro do 1852. Desde então Silves vem partilhando do processo político do Estado, tendo sido sua Câmara Municipal a primeira a movimentar-se em histórico memorial endereçado a D. João VI, solicitando a elevação da Capitania do Amazonas à categoria de Província, o que veio apressar a promulgação da Lei nº 592, de 5 de setembro de 1850, que concedeu a independência do Amazonas, terminando sua sujeição ao Pará.
Mas Silves há contribuído, também, para o progresso de Manaus, com a força de trabalho de seus filhos aqui radicados. Estão aí o advogado Perseverando Garcia, que exerceu, inclusive, o governo do Estado; o facultativo Dr. Manoel Antonio Garcia Gomes; o Dr. Agobar Garcia, destacado membro da Associação Comercial; o major Orlando Garcia, atualmente servindo na Portobrás, o ativo advogado Manuel Felipe de Leiros Garcia; as professoras Graziela e Euclídia Grana Ehm; o cronista social Raimundo Nonato Garcia Filho (Nogar); o médico Dr. Ivan Souza; o jornalista Bianor Garcia e tantos outros, no exercício das mais diversas profissões.
E os filhos de Silves, dos mais diversos clãs: Garcia, Almeida, Neves, Farias, Batista, Grana, Teixeira, Pena, Vilaça, conclamam os edis de Manaus e o seu ilustre Prefeito para que, num ato de justiça, restabeleçam o nome primitivo da atual Avenida Costa e Silva, transferindo o nome do ex-presidente para uma artéria urbana digna de nome presidencial.

domingo, junho 17, 2018

MEUS CUMPLEAÑOS



Roberto Mendonça, hoje
Completo hoje 72 junhos bem vividos, com a pretensão de alcançar minimamente a idade de meu falecido pai. Sou oriundo de uma amarração bem peculiar em nosso planeta amazônico: de Manuel, nascido em Caballococha, pequena cidadela peruana plantada no lago de mesmo nome, quase na esquina da fronteira com o Brasil. Com Francisca, nascida no lago do Anveres, no cipoal destes acidentes geográficos achados adiante do Encontro das Águas, então um distrito de Manaus.

Manuel e Francisca encontraram-se na condição de empregados na Fábrica Rosas, da poderosa empresa J.G. Araújo, sucedânea da Fábrica Bijou, situada na avenida Sete de Setembro, tendo a Praça da Polícia por referência. O casarão centenário ainda se mantém ativo abrigando no térreo uma loja TV Lar.

Noivos, viajaram para Iquitos, capital do departamento de Loreto (Peru), onde se matrimoniaram. O casal pretendia ali se estabelecer, até arriscou, porém, diante de adversidades, empreendeu o retorno para Manaus, trazendo formatado o primeiro filho.
Nasci, ainda que gestado nesse poderoso caudal de nossa hidrografia, em terra firme, no barranco do Educandos, então bairro de Constantinópolis.    
A rua Inácio Guimarães foi meu primeiro endereço, pois ali eu nasci, certamente minha mãe assistida por uma parteira. Nesse momento, resido a rua Salvador, em Adrianópolis. Entre aquele 1946 e este ano, já passei por mais de trinta endereços, tema de um inventário que estou concluindo. Farei um esboço, nesta data querida.

De Educandos, ainda infante, passei ligeira temporada no Rio de Janeiro da primeira Copa do Mundo. Novamente estive na rua Inácio Guimarães, com mudança para o beco São José. Veio a mudança para o Morro da Liberdade, quando eu já estava interno no Seminário, à rua Emilio Moreira, na Praça 14.
Em três oportunidades, residi no Rio de Janeiro. Uma, já relatada, as outras por obrigação de estudos militares, com endereço em Deodoro e Botafogo. E, por falar em curso, estive em Fortaleza e Florianópolis. Selecionado para o Mestrado em História, tive residência em Boa Viagem, na capital pernambucana.

Em Manaus, passei uma temporada nos bairros de Aparecida, da Praça 14 e na Betânia, e duas, em São Jorge; ainda morei nos conjuntos Tiradentes, Santos Dumont, Dom Pedro e Coophasa. Para encerrar essa apresentação, asseguro que morei por seis vezes no Centro, nas ruas Igarapé de Manaus (3x), Saldanha Marinho, avenida Sete de Setembro e na Praça Ribeiro Junior, já desaparecida.

Agradeço sensibilizado as manifestações de amizade da família e dos amigos, esperando retribuir em breve.

sábado, junho 16, 2018

O CLOWN DE L. RUAS NO PROJETO JARAQUI

Ocorreu hoje, como anunciado, a comemoração dos 60 anos da publicação de Aparição do Clown, livro do padre-poeta L. Ruas. Deve ter sido inédito essa pauta, visto que o Projeto se ocupa grandemente de assuntos políticos.
Local da manifestação, na Praça da Polícia

No entanto, com a presença do professor Osvaldo Gomes Coelho, emérito político, do próprio dirigente do movimento, e outras autoridades, observou-se a atividade política do padre Luiz Ruas.
O lançamento do livro ainda será relembrado em diferentes espaços, como a EE Luiz Ruas, no Zumbi 3; em espaço de jornais e de academia.
Apoiado por amigo do saudoso autor do Clown, organizei a coleção com toda a poesia deste poeta. O livro pode ser encontrado, ao preço simbólico de R$ 10,00, em sebos existentes na Praça da Polícia.
Agradeço ao professor Ademir, que conduz o Projeto, pela oportunidade de relembrar o esquecido padre-poeta. Ao amigo Zemaria Pinto, pelas observações competentes que manifestou hoje pela manhã no palco da homenagem.

ARMANDO DE MENEZES & O CHÁ




Armando, dirigindo o encontro
Ontem, 15, completou o primeiro ano do falecimento do amigo Armando Andrade de Menezes, fundador da confraria Chá do Armando. Sob essa alcunha, reuniam-se amigos dele, em algum lugar de Manaus, com o objetivo salutar de jogar conversa fora, poesia e alguma maledicência, ingerir repetidas doses de uísque e outros derivados e um tanto de polifenol. Gostoso aperitivo!

A data teve duas lembranças: a missa celebrada na paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, em que a família Menezes relembrou os bons momentos deste saudoso chefe e acolheu os votos pesarosos dos amigos e admiradores.

A segunda, cumpriu a liturgia de tantas sextas-feiras: a conversa em torno do Chá, reunindo os derradeiros chazistas. Aconteceu em meu endereço. Aqui, duas decisões foram tomadas, que deverão esquentar as futuras reuniões – haverá apenas um encontro mensal, sempre na primeira sexta-feira do mês e, a segunda, deve acontecer em residência de algum participante.

Com isso, vamos dar continuidade ao hábito salutar estabelecido pelo saudoso Armando, o de reunir cada vez mais amigos interessados na melhor convivência. Deus nos ajude.

quarta-feira, junho 13, 2018

DIA DE HENRIQUE ANTON7O



O aniversariante de hoje é um homem excepcional, para mim, afinal trata-se de meu primeiro irmão. Junto à família, era conhecido por Antonio, porém, o exercício profissional na Petrobras e outros empreendimentos congêneres, o fizeram conhecido pelo primeiro nome. Henrique homenageia ao avô paterno e Antonio, ao Santo do dia.
Henrique Antonio (1948)

Alcança hoje os Setentanos, nascido no bairro de Educandos (quando ainda era Constantinópolis), hoje morador da Barra da Tijuca, no Rio. Dividimos a mesma residência-taberna na rua Inácio Guimarães, antes de seguirmos com a família para uma empreitada mal sucedida no Rio de Janeiro, da primeira Copa do Mundo.

Concluído o ensino médio, e antes dos vinte anos, Antonio desembarca em São Paulo e passa a enfrentar aquele mundo. Dureza, como todo início, mas consegue com brilhantismo “vencer na vida”. Mesmo tendo que se ausentar de casa, da família, por obrigação profissional.

Deixando São Paulo, abrigou-se no Rio de Janeiro, onde reside com a esposa e a filha, e neste dia certamente vai brindar com os seus essa bela etapa da vida. Enfim, Setenta Anos só se completa uma vez.

Parabéns, mano, que o Santo do dia permaneça abençoando você. Você merece!

terça-feira, junho 12, 2018

CÂMARA MUNICIPAL DE MANAUS

Jefferson Peres

Em 1989, a Câmara de Vereadores de Manaus inaugurou a 10ª legislatura, com 21 vereadores. Os nomes são por demais conhecidos, alguns ainda participando da política. Entre os abaixo relacionados, conta-se um governador e senador (Omar Aziz); um prefeito (Serafim Correa); dois senadores (Jefferson Peres e Vanessa Graziotin), dois deputados federais (João Pedro e Mario Frota), afora os que alcançaram a Assembleia Legislativa e prefeituras do Interior . Enfim, um registro especial para o secretário de Cultura – de duas décadas e quebrados (Roberio Braga).


No mês de março [1990] foram realizadas treze reuniões, sendo dez ordinárias; duas sessões solenes e uma especial.

VEREADORES
(Presenças) (Ausências)
Edgar Martins de Mesquita                    10              03
Manoel de Castro Paiva                           10              03
Messias da Silva Sampaio                        08             05
Roberto Alexandre Alves Barbosa         11               02
Johnny Eduardo D’ Carli                         04             09
Omar Abdel Aziz                                       09               04
Vilson Gomes Benayon                            05              08
Otalina Loureiro Aleixo                           06              07
Manoel Marçal de Araújo                        12               01
João Batista Noronha                              (*)
Antônio Paulo Carioca                             (*)
Cesar Cerqueira Bomfim                         11               02
Robério dos Santos Pereira Braga         10              02 (*)
Vanessa Grazziotin                                   13                =
João Pedro Gonçalves da Costa             09              04
Maria de Lourdes Lopes de Oliveira     11               02
Omar Aziz
Serafim Fernandes Corrêa                      13                =
José Mário Frota Moreira                       02              11
José Jefferson Carpinteiro Peres           13               =
Domingos Sátiro Leite Filho                   11               02
Miquéias Mathias Fernandes                  11              02

(*) Ausências justificadas

Francisco Monteiro de Lima
Diretor de Assuntos Parlamentares
atualizado em 13.06.2018

segunda-feira, junho 11, 2018

CONJUNTO ELDORADO


O Estado do Amazonas, abril 1982
Conta uma lenda que, em certa viagem à Manaus, o presidente Ernesto Geisel (1974-79) viu o estado fantasmagórico do Conjunto Residencial Eldorado. Ainda a caminho do aeroporto, determinou a conclusão das obras e a apuração do delito. Verdade mesmo é que o segmento dos apartamentos do Eldorado estava entregue às traças e outros roedores. Quanto aos construtores e outros empreendedores, estavam certamente desfrutando do calote.

Lembro com vivaz certeza do lançamento deste empreendimento, cuja sede de vendas localiza-se na avenida Sete esquina da rua Barroso, onde se encontra o Bradesco. As maquetes impressionavam, a mim, reconheço. Motivado, adquiri uma casa, que entretanto repassei antes desta ficar pronta.


As fotos compartilhadas de um jornal pequeno (foto), que desconheço seu destino, demonstram a situação. Veja a placa indicativa do responsável pela obra e o valor para recuperar 612 apartamentos. Ficaram prontos, porém, sem os cuidados dos proprietários, a cada temporada, mais se desvalorizam. E não mais existe o presidente Geisel!




sábado, junho 09, 2018

JARAQUI HOMENAGEIA AO L. RUAS


O Projeto Jaraqui no próximo sábado (16) fará uma homenagem ao padre-poeta L. Ruas pelo 60º aniversário de lançamento de seu livro Aparição do Clown, acontecido no final de 1958.


Padre Luiz Ruas nasceu em Manaus, em 1931, na residência dos pais à avenida Joaquim Nabuco, endereço hoje situado em frente ao hospital da Samel. Foi ordenado sacerdote em 1954, depois de frequentar os seminários de Manaus, Fortaleza e Rio de Janeiro. Fundou a paróquia de São Jorge e exerceu seu ministério em outras circunscrições católicas.

Iniciou sua atividade jornalística no Universal – semanário da Igreja católica. Depois escreveu em A Crítica, até se enturmar no Clube da Madrugada, onde foi presidente em 1958.  Nesse ano, publicou Aparição do Clown – um longo poema religioso, que proporcionou farta discussão entre aqueles que buscaram interpretar ao clown.

Ruas morreu em abril de 2000. Desde então tomei a iniciativa de publicar seus trabalhos, uma farta produção encartada nos jornais de Manaus. A última publicação realizada por minha iniciativa foi a Poesia Reunida (2013), onde se encontra toda a obra poética desse olvidado Padre-Poeta.

Venha prestigiar! 
Sábado, 16 de junho - 10 horas - Praça da Polícia

sexta-feira, junho 08, 2018

DESTACAMENTOS DA PMAM



Dias desses, conversando no quartel do Comando-Geral da PMAM, fui interrogado sobre o efetivo, quando de meu ingresso nesta corporação. Faz algum tempo, acaba de completar 52 anos, ou seja, ocorreu em 2 de junho de 1966, consoante o decreto 575. Informei que o efetivo era de menos de 500 homens.
Revirando a legislação, dei com esta relíquia. O decreto 574, da mesma data, que estabelecia o efetivo nos destacamentos do Interior do Estado. O destacamento era a forma empregada pela PMAM na segurança nos
Zuavo que, impassível, via partir e
regressar os destacados 
municípios.

Esta legislação impunha algumas regras: a de revezar os policiais, de sorte que, a cada ano, houvesse um novo quadro. Determinava que o comandante do destacamento das cidades mais populosas fosse investido nas funções de Delegado de Polícia. Enfim, permitia que o esses comandos fossem “entregues a militares da reserva remunerada ou reformado por tempo de serviço.” Com essa junção, a PM foi durante décadas a única Polícia no vasto território amazonense.
Em suma: a Polícia Militar enviava para o Interior seu pessoal, sem que tivesse sobre eles, por inexistência de comunicação e outros recursos, um raro controle. Na maioria das cidades, o efetivo estava sob as ordens de um reformado, que aproveitava para completar o soldo com as vantagens do cargo. E há outras mazelas mais a narrar, que farei em nova postagem.

Vamos à distribuição do pessoal, como se observa, partindo dos municípios mais populosos, onde era indicado um oficial. Como é o caso de Parintins, onde hoje temos um batalhão e uma pergunta inquietante: há mais segurança hoje, com mais efetivo?

EFETIVO                                            MUNICÍPIO(S)
1 oficial + 1 cabo + 10 soldados      Parintins
1 oficial + 1 cabo + 6 soldados        Itacoatiara / Coari
1 oficial + 1 cabo + 4 soldados        Manacapuru
1 oficial + 6 soldados                        Boca do Acre
1 sargento + 1 cabo + 4 soldados   Tefé 
1 sargento + 5 soldados                    Humaitá / Nhamundá
1 sargento + 4 soldados                    Maués / Benjamin Constant
1 sargento + 3 soldados                    São Gabriel da Cachoeira
1 sargento + 2 soldados                    Lábrea
1 cabo + 4 soldados                           Nova Olinda do Norte / Ipixuna
1 cabo + 3 soldados                           Eirunepé / Manicoré / Borba / Ilha Grande 
1 cabo + 2 soldados                           Fonte Boa / Codajás / Carauari / Urucará / Anori / São Paulo de Olivença / Novo Aripuanã / Barcelos / Santo Antonio do Iça / Canutama
1 soldado + 2 soldados                     Maraã / Barreirinha / Silves / Atalaia do Norte / Urucurituba / Itapiranga / Pauini / Autazes / Tapauá / [Novo] Airão / Careiro [Várzea] / Juruá / Envira / Japurá / Jutaí.

Resumo: 5 oficiais / 7 sargentos / 21 cabos / 147 soldados - Total 180 PM