Recorte da Folha, acervo Arquivo Público |
A folha de pagamento da então Força
Policial do Amazonas, referente ao mês de dezembro de 1919, nos permite observar
os soldos pagos e a relação de parte da oficialidade. Tentarei acrescer algo
mais sobre alguns desses pioneiros.
Estão lá:
Major Alberto Duarte de Mendonça, que deixou o comando dia 18. Trata-se de capitão
do Exército, comissionado no posto acima, tendo permanecido na direção da Força
exato um mês (17 nov. a 18 dez.) Não há registro sobre o motivo para tão exígua
temporada.
Tenente-coronel graduado Octavio Sarmento era o subcomandante e, nessa condição,
assumiu o comando interinamente. Filho de Joaquim Sarmento, havia passado pela
Escola Militar do Exército, porém, ao desistir da Força Terrestre foi
aproveitado na Força Estadual. Literato competente foi um dos fundadores da
Academia Amazonense de Letras, em 1918. Sobre sua obra literária, veja A Uiara & outros poemas, de Zemaria
Pinto (Manaus, 2007).
Major Fiscal Severino Correa da Silva, quando ainda capitão comandou o Corpo de
Bombeiros. Era genitor do tenente Manoel Correa da Silva.
Capitão médico Turiano Chaves Meira, que restou sinalizado na crônica
amazonense por ter sido deposto do governo do Estado, em 1924, pela rebelião de
Ribeiro Junior.
Capitão Auditor Álvaro Botelho Maia, recordado como interventor e governador
do Estado no século passado. Todavia, ao regressar ao Amazonas, bacharelado em
Direito no Rio de Janeiro, foi acolhido pelo Governo que o nomeou Auditor da
Polícia Militar. Como nada havia a realizar na repartição, Maia solicitou a
extinção da vaga.
1º tenente Secretário Manoel Correa da Silva, quando tenente-coronel foi comandante da
Polícia Militar do Estado entre 1951-53.
2º tenente Ensaiador Manoel Felix do Nascimento, fazia duplo exercício, era comandante de
unidade operacional e condutor da Banda de Música.
Major graduado Sergio Rodrigues Pessoa Filho. Graduado em razão do exercício do cargo
de major fiscal, na verdade era tenente. Sergio Rodrigues comandou a Força durante
o mês de novembro de 1930, quando da Revolução de Vargas, em tempo de muitas
desavenças políticas.
Capitão Luiz Carlos Augusto,
então à disposição do governador. Esteve em Canudos e faleceu já reformado e
cego.
Capitão José Rodrigues Pessoa,
então comandante da 3ª companhia. Todavia, quando a Força Estadual foi
restabelecida em 1936, este a comandou até 1941 e, interinamente, em 1945.
Sobre o soldo, nada posso argumentar, pois desconheço
a conversão dos réis da época.
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