O episódio de
trânsito abaixo descrito aconteceu em 1963, na praça da Matriz, também conhecida
por estação dos ônibus. Não muitos coletivos. Mas todos construídos segundo os anseios
do proprietário e a “tecnologia” regional. Diante da foto, a amostragem é patética.
A direita, vê-se detalhe do posto de gasolina Texaco, existente aos fundos dos Correios. Pode-se ainda
distinguir a silhueta dos Armazéns J. G.
Araújo, que um incêndio, em 1990, destruiu.
A postagem provém da
publicação do matutino A Gazeta (de 14
dezembro 1963). Sob o título de A CIDADE EM FOTO, o matutino colhia aspectos bem distintos, alguns caricatos, da
cidade que começava a sair do marasmo. Prestes a adentrar o regime militar de
64, que, para nossos gaudio, revigorou a Zona Franca de Manaus.
TUDO AQUI É TRÂNSITO
A carrocinha de refresco ficou na contramão e o ônibus cara-chata teve que esperar a vez para passar, mas o próprio dono do pequeno veículo dirigiu o trânsito, coisa que ele conhece muito bem, por ser guarda-de-trânsito aposentado. É o “Caneco Amassado”, um dos remanescentes da Inspetoria de Tráfego, e que sabe de cor-e-salteado a estória dos ônibus da cidade.Nota: Acrescentei posteriormente a foto abaixo para melhor entendimento
Daquele primeiro, de fabricação sulina que apareceu e depois foi vendido para a Força Pública (nome antigo da Polícia Militar); conheceu aqueles de um cidadão, salvo engano, por nome Bohadana, que a “Manáos Tramways” comprou para evitar concorrência. E viu Adelelmo Marques, o Dedé, meter no tráfego o “Periquito da Madame”, um caixote em cima de um chassi, se tornar de fato e de direito o verdadeiro pioneiro do transporte coletivo automotor da cidade.Viu os ônibus crescerem, feitos aqui mesmo em Manaus, pelo Damasceno, o “velho” Pires, Lamego e outros; “Gilda”, “Perna de Pau”, “Fracasso”, “São Cristóvão”, os “Manaus”.
Uma dificuldade, os ônibus de Educandos subirem a “Baixa-da-Égua”, até que o Stenio [Neves] apareceu na Prefeitura, e resolveu o problema. Praça 14 pela Major Gabriel e Leonardo Malcher, sem dar o circular. E os coletivos foram aumentando e tomando conta da cidade. Começaram com passagem a dois cruzeiros e hoje já está em 30 [cruzeiros].
Mas sem esquecer o “Zepelin” feito pelo Barata e vendido ao Moleiro aquele ônibus gigante, que o Zildo Naveca, no tempo o “Pequenino” e hoje diretor da Transportamazon, guiava. E esses carros bonitos, últimos modelos, da Transporte. A estória dos ônibus é tão comprida, que é bem melhor ficarmos por aqui, olhando o “Lamego” e o “Aurora”, e a carrocinha do “Caneco Amassado”.
A estação de ônibus, vendo-se a sede dos Correiros e o relógio e o JG. |
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