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terça-feira, abril 09, 2019

NAVEGAÇÃO AÉREA: AMAZONAS


Ainda extraído do Relatório da Interventoria Federal no Amazonas, referente ao período de 1942-43, a retrospectiva sobre a navegação aérea. 

Capa do folheto indicado
Até então, como descrito no texto, esta era realizada por hidroaviões, cujo pouso em Manaus acontecia nas proximidades da hoje Feira da Panair. Todavia, o incremento alcançado e projetado se devia ao esforço norte-americano na região durante a Segunda Guerra, que leva à construção do aeroporto de Ponta Pelada, em nossos dias, a Base Aérea de Manaus.
Também desse estágio é a construção do Aeroclube de Manaus, implantado e ainda operando no bairro de Flores. Da mesma maneira, a tentativa de estabelecer uma linha entre Manaus e Rio de Janeiro, que passaria devido a capacidade das aeronaves pelo interior do país.

NAVEGAÇÃO AÉREA

Intensificou-se a navegação aérea neste último ano, tanto para o interior do Estado, ligando vários rios e municípios, como para o resto do país e para os Estados Unidos. Abrem-se campos de aviação em Manaus, Fonte Boa, João Pessoa [atual Eirunepé]; as demais sedes principais são atingidas por hidroaviões.

Além das linhas comuns da Panair para os rios Madeira e Solimões, também sobrevoados pelos aparelhos da “Rubber Corporation”, temos comunicações aeroviárias com os municípios dos rios Negro e Juruá. O Purus é beneficiado pela linha recém-inaugurada da Cruzeiro do Sul, em conexão com a Panair.
Avião da Panair do Brasil

As primeiras viagens de Miami a Manaus, por aviões cargueiros, realizam-se com êxito, assim como as viagens experimentais entre Manaus e Talara [cidade portuária no Oceano Pacífico, na região de Piura], no Peru, entroncando o Vale Amazônico às rotas da Panair, ao longo do Pacífico. O Amazonas torna-se efetivamente o centro de ramificações aéreas na América do Sul, conjugando linhas para os Estados Unidos e Argentina, para o Pacífico, e o Atlântico, as quais se unem, por sua vez, às empresas de navegação aérea em todos os países sul-americanos.

Anuncia-se, por outro lado, uma linha entre Manaus e Rio de Janeiro, pelo interior do nosso país, escalando, possivelmente, em Cuiabá e Goiânia. Já se realizaram experiências nesse sentido, por aviões nacionais.
Evidencia-se a necessidade imperiosa da máxima aprendizagem do Aeroclube do Amazonas, do qual já saíram as primeiras turmas de pilotos, cuja instrução se completa em outros Estados por falta de aparelhos de postos avançados. Prestigiado pelo senhor doutor Salgado Filho, ministro da Aeronáutica, doutor Avelino Pereira e demais membros da Diretoria do aeroclube se esforçam para dotar o Brasil de novos pilotos. 

O campo do aeroclube encontra-se no bairro de Flores. O Estado tem procurado incentivar o programa dessa patriótica associação. Alguns alunos brevetados prestam serviços no próprio aeroclube e em companhias comerciais. É difícil resolver os problemas da Amazônia, tanto os de administração como os de ordem econômica, tanto os de saúde como o de desbravamento, sem a navegação aérea.
Planície recortada de rios paralelos, com uma população extraordinariamente esparsa ou nucleada em lagos e terras firmes, apresenta os obstáculos da distância e do tempo, vencíveis pelo avião. Comunicações de trinta e quarenta dias, perturbadas pelas florestas ou pelas cachoeiras, são resolvidas em horas de aviação, como sucede nos municípios acreanos e nos rios Negro e Branco.
A supervisão do Governo Nacional solucionou esse problema.

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