CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sexta-feira, abril 05, 2019

PMAM - NOTAS PARA SUA HISTÓRIA (2)

Capa do Relatório

Na Mensagem referente ao período de 1943-44, enviada ao Governo Federal, o Interventor amazonense subscreveu o texto abaixo: 

FORÇA POLICIAL DO ESTADO
A Força Policial do Estado acha-se definitivamente instalada na sua própria caserna, o que se verificou somente neste ano com a construção da sede do Instituto de Educação, instalada no antigo quartel, à praça João Pessoa. O coronel Gentil Barbato, em espírito de disciplina e de trabalho, vem dirigindo as obras de readaptação, de acordo com os imperativos militares modernos.

Os oficiais e soldados da Força Policial, a começar pelo respectivo comandante, são operários permanentes do Estado. Onde há uma necessidade pública, onde se verifica uma urgência de execução, explicável pela hora que atravessamos, falta de trabalhadores e de materiais, há o auxílio dos componentes da Força Policial.

Não apenas nos exercícios de preparação para a defesa do Brasil, onde se fizer necessária, como na manutenção da ordem, na Capital e nos postos do interior, na árdua abertura e escavação das rodovias, na construção de casas para trabalhadores, em carvão e lenha, na estiva para apressar a saída dos navios, no fornecimento de merenda aos escolares nossos soldados têm sido eficientes. O Quartel da Força abriga operários fardados, prontos para qualquer necessidade. 
* * *
Está em construção, no velho terreno que se destinava anteriormente à instrução de tiro, um stand nos moldes modernos, para o que concorreu a Interventoria, desapropriando pequenas casas contíguas. Estão sendo criadas oficinas para o movimento da corporação, produzindo-se já borzeguins para praças e oficiais, e uniformes.
Observações:

1. É sabido que a definitiva posse do quartel da Praça da Polícia pelo seu antigo ocupante, a Polícia Militar do Estado, aconteceu após a construção do Instituto Estadual do Amazonas, no altiplano da avenida Eduardo Ribeiro. Igualmente se sabe que os policiais foram os operários, os participantes deste e de outros empreendimentos do Estado, assegura o Interventor Álvaro Maia.

2. À época, a Praça da Polícia era intitulada de João Pessoa, em homenagem ao governante paraibano morto por ocasião da revolução de Vargas (1930). Hoje, a homenagem cabe ao amazonense Heliodoro Balbi.

3. O estande de tiro mencionado foi construído na área onde hoje se encontra a EE Getúlio Vargas, ao final da avenida Castelo Branco, diante de imenso barranco e ao fundo de um covão com igarapé. Mais tarde perdeu seu espaço para a instalação do bairro de São Francisco.

4. Ainda que não revelado, creio que o antigo Piquete que existiu na rua Dr. Machado (atrás da atual Maternidade Balbina Mestrinho), que já foi quartel da Rádio Patrulha e de outras Unidades e, em nossos dias, abriga o Comando do Policiamento da Capital, deveria abrigar as oficinas de sapataria e alfaiataria. Acolá encontrei esta, passados vinte anos.

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