Este gênero de serviço conduzido pelo Governo teve início em 1943. Ao ser instalado na Santa Casa de Misericórdia, hospital desativado e que está desmilinguido a vista geral.
Santa Casa de Misericórdia, A Crítica, 9 julho 1976
Não deve ter
demorado muito neste endereço, pois dez anos depois, quando do assassinato de
Delmo Pereira em 1952, essa tarefa era realizada na avenida Joaquim Nabuco, em
prédio desativado recentemente pela Setrab. Lembro-me de ter conduzido uma
pessoa de minha amizade para ser atendida naquele PS, em 1963, intitulado de
Samdu (Serviço de Assistência Médica e Domiciliar de Urgência), que operou
entre 1949-66.
Ali deve ter permanecido
até a inauguração do Hospital Getúlio Vargas, no governo de Danilo Areosa
(1967-71), tendo o Pronto Socorro em anexo, coincidência, frente ao cemitério
São João Batista, ou seja, ou o doente se curava ou era transferido para o
outro lado do boulevard. O resto da história já conhecemos.
Como podemos
observar, esse atendimento foi implantado na ocorrência da Segunda Guerra,
quando a ajuda americana implantou diversos serviços no Amazonas. É o que nos dá
conta o Relatório do interventor
Álvaro Maia ao Governo Federal, referente ao período de 1943-44.
SERVIÇO DE SOCORROS DE URGÊNCIA
Pelo decreto-lei nº 935, de 28 de novembro de 1942, foi criado o Serviço de Socorros de Urgência, instalado a 19 de abril de 1943, numa das dependências da Santa Casa de Misericórdia, adaptada a esse fim, e onde permanecerá enquanto perdurar a situação difícil que atravessamos, aconselhando a evitar a dispersão de despesas em Estado de orçamentos reduzidos. Vários créditos foram consignados para melhoria do Serviço, que dispõe, adquiridos no Sul, os aparelhos e materiais médico-cirúrgicos necessários ao seu funcionamento, das ambulâncias, carros-padiolas e mobiliário.
No desdobramento de sua assistência, o Serviço cancelou a cobrança de socorros de transporte aos trabalhadores e funcionários da SAVA, conforme solicitação do doutor Almir Pedreira, que assim procurou facilitar a vida desses trabalhadores na campanha da borracha. O movimento das ambulâncias é intenso, se atendermos que há uma grande população pobre nos bairros.
A Interventoria proporcionou ao Serviço de Socorros de Urgência, conforme as palavras seguintes do doutor Almir Pedreira, todos os elementos para a sua organização:
“Dessa maneira, foi-nos possível organizar um serviço relativamente bom, ou, em outras palavras, um serviço eficiente para o momento. Não podemos dizer que temos um Serviço igual aos que existem no sul do país, ou em condições semelhantes aos de outros Estados da Federação; mas, podemos afiançar que a nossa repartição, no momento, pode atender a toda eventualidade, sem dar motivos a comentários de qualquer natureza que prejudiquem o nosso conceito; (...)”“A finalidade do nosso Serviço é mais filantrópica do (que propriamente de interesse econômico. Quando o Governo se resolveu a criar esta repartição, dotando a nossa capital deste grande melhoramento, não visou, certamente, uma nova fonte de renda, ou novo meio de obter dinheiro para satisfazer suas necessidades orçamentarias; fê-lo, sim, para facilitar a nossa população, principalmente à classe menos favorecida da fortuna, os recursos necessários para casos de emergência, que reclamassem socorros de urgência.”
(...) tomamos a liberdade de enviar a V.S. o ofício nº 22/43 S.G.E, de 30 de agosto do ano findo, assim redigido:
“Solicito a V.S. a gentileza de interceder junto ao Exmo. Sr. Interventor Federal, no sentido de ser autorizado este Serviço a cancelar a cobrança de socorros e transportes feitos aos trabalhadores da borracha e outros funcionários da S.A.V.A. (...) em especial aos soldados da borracha que veem trabalhar no Amazonas, (...) Satisfazendo a solicitação, o Serviço autorizou a facilitar gratuitamente os meios de transportes e socorros médicos a esses valorosos exploradores, cooperando, assim, para maior expansão da nossa indústria da borracha”.
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