Retalho do citado matutino |
Dois parágrafos
para situar o ponto de referência deste “imóvel”. Vi-o muitas vezes, ao
transitar pela primeira ponte da avenida Sete de Setembro, entre a rua Major
Gabriel e Igarapé de Manaus. Servia de atração aos turistas que, de máquina fotográfica
em punho, sempre tomavam uma lembrança da mirabolante edificação. Não sei
quando ruiu. Mas houve, posteriormente, outra cópia dessa esquisitice.
O texto compartilhado
foi escrito com bastante verve, comum em jornalistas, pelo pessoal de A Gazeta
(edição de 4 de novembro de 1963).
CARTÃO POSTAL PARA TURISMO ABSTRATO
Não é pagode chinês. Tampouco uma palafita e muito menos, embora pareça, um pombal em estilo modernista. Entre o asfalto da [rua] Major Gabriel e o leito seco do igarapé da Primeira Ponte, a residência se ergue contrariando todas as regras arquitetônicas.
Tem leme, proa, passadiço, aviso aos navegantes. Mas não é navio. Também possui telhado. Na falta de simetria, pode ser encontrada muita beleza. Em seus seis andares, um pouco de majestade sobre os humildes flutuantes da margem oposta. Oscar Niemeyer e Lúcio Costa perderam o cartaz. Se Juscelino [Kubistchek] soubesse. Brasília seria bem diferente...
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