Adriano Queiroz |
A morte aconteceu em 23 de abril de 1969, quando o reconhecido professor possuía somente 56 anos de idade. A primeira nota compartilhei do Jornal do Commercio, 24 de abril de 1969. E o apontamento seguinte, do livro do Dr. Antonio Carlos Marinho Bezerra,desembargador aposentado.
Vítima de um
colapso cardíaco faleceu às 20h40 de ontem, em sua residência, à avenida 7 de
Setembro, o dr. Adriano Queiroz, professor aposentado de Direito Civil da Faculdade
de Direto da Universidade do Amazonas, advogado militante no Fórum, e pessoa do
mais alto conceito na vida social e nos meios jurídicos do Estado.
Nascido na região
do Cambixe, município do Careiro, o dr. Adriano Queiroz ainda menino veio para
Manaus onde cursou o primário e parte do secundário no colégio do professor
Vicente Teles, concluindo o curso ginasial no Ginásio Amazonense Pedro II.
Fez seu curso
de Direito na Faculdade de Manaus, e após formado exerceu por algum tempo a magistratura
servindo em Parintins e Itacoatiara. Logo em seguida, por concurso, fez-se professor
catedrático de Direito Civil da Faculdade de Direito, onde despontou como um
dos maiores conhecedores da matéria. Seu nome é um patrimônio da escola e todas
as gerações que se seguiram devotam respeito ao grande mestre do Direito Civil.
No fórum, suas
lutas em favor da justiça foram desenvolvidas com o maior ardor. Homem culto,
apaixonado pelo Direito, o mestre sofria interiormente com as distorções da justiça,
nem sempre coerentes com os princípios de Direito.
Foi Procurador
Geral do Estado, cargo que desempenhou com o mais alto senso de responsabilidade.
Vivia, cercado pelo seu mundo, que eram os livros, e foi lá que a morte o encontrou
exatamente quando orientava um de seus constituintes.
Era irmão do
deputado estadual Francisco Queiroz.
Seu corpo será
velado no Tribunal de Justiça e seu sepultamento será realizado às 16 horas de
hoje no cemitério de São João Batista.
***
Reportando-se ao seu conterrâneo, o autor de Careiro da Várzea: história, memorias e
atualidades (Valer, 2016) escreveu:
Adriano Queiroz, nascido em 1/3/1913, foi o primeiro a se formar "doutor” em 1937, conquistou seu lugar na história em dois ramos de atuação jurídica em nossa capital. Professor catedrático de Direito Civil, da Faculdade de Direito. De memória prodigiosa, sabia de cor os 1.807 artigos do Código Civil Brasileiro de 1916, afora as centenas de parágrafos, alíneas ou incisos dele constantes. (...)Possuía alentada biblioteca jurídica, notadamente de direito privado, uma das mais completas de que se tem notícia na capital do Estado. Ao assumir o governo do Estado, em 31/01/1963, Plínio Ramos Coelho o nomeou Procurador Geral do Estado. Da sua declaração de bens, publicada no Diário Oficial do Estado, de 8 de fevereiro de 1963, consta o seguinte:
I - Um terreno situado na rua Belém, no bairro de Adrianópolis, nesta capital, adquirido por compra ao doutor Pietro Antônio Celani, pela quantia de quarenta mil cruzeiros; II - Um automóvel de chapa n° 133, "Ford-Prefect", adquirido ao doutor José Bernardo Cabral, pelo preço de cem mil cruzeiros;
III - Uma biblioteca jurídica no valor de um milhão e quinhentos mil cruzeiros.
Note-se o elevado valor financeiro atribuído à sua biblioteca, mas sabe-se que o valor intelectual desse acervo bibliográfico é absolutamente inestimável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário