CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

terça-feira, outubro 12, 2010

CERVEJARIA AMAZONENSE - INAUGURAÇÃO

Próximo de completar um século, em 12 de outubro de 1912, a família Maximino Corrêa, oriunda do vizinho estado do Pará, inaugurou a primeira cervejaria em Manaus, a Cervejaria Amazonense. Para mais detalhes, consulte o blog do rocha.

A pedra fundamental, ou seja, o início da contrução ocorreu em 20 de fevereiro de 1910, há, portanto, um século. Quando inaugurada, a fábrica serviu para a produção da cerveja XPTO e produtos afins, além de continuar com a fabricação de gelo cristal. O gelo, que fora o produto básico vendido pelos irmaõs Corrêa a partir de 1905, deu partida ao elevado desempenho da firma Miranda Corrêa.

Anúncio publicado em
O Jornal, fevereiro 1934

Os deslevos com a produção, levou a família a "importar" um edifício estilo "castelo bávaro" para servir de fábrica, o qual ainda existe no bairro de Aparecida, localizado à margem do igarapé de São Raimundo. O local era bastante privilegiado, além da água em abundância, permitia uma visão panorâmica da cidade de Manaus.   

A empresa subsistiu por mais de meio século, apesar do definhamento da economia amazonense. Serviu aos lares e aos bares por décadas, até ser atingida pelos concorrentes e pelo desenvolvimento da capital amazonense.

A expansão do comércio com a instalação da Zona Franca de Manaus, a partir de 1967, levou a fabricante da cerveja XPTO a mudar de proprietário.

Primeiro passou à direção de J. Macedo, com sede em Fortaleza (CE), que em 1970 adquiriu aquele patrimônio. Durou pouco a presença dessa empresa. Dois anos depois, passou ao gerenciamento da Brahma, então de conceito nacional, que construiu uma nova fábrica no mesmo local, abandonando o castelo.
Com a fusão da Brahma e Antarctica, as instalações foram novamente comercializadas, passando a produzir a cerveja Kaiser.

"Bolacha" existente nos anos 1950
Para ilustrar tão brilhante data, apresento duas lembranças salvas do espólio do saudoso artista plástico e poeta Anísio Mello, apreciador de uma boa cerveja. A primeira, é um suporte de mesa de bar, em nossos dias mais conhecido por "bolacha". A segunda, um haikai inserido em seu livro Kaleidoscopio (2002):

E presa na taça
como se fosse um licor
a cerveja espuma.


Publicado em Jornal do Commercio.
Manaus, 26 maio 1955

   
Para melhor degustar este brinde, convoco outro saudoso poeta - Farias de Carvalho, autor do poema Walquiria líquida.

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