Capa do livro |
Nesse sentido, conversei com amigos nascidos naquela cidade, os quais igualmente ficaram animados com o lançamento. Encomendei a obra pela internet. Tão logo o Submarino me entregou, tratei de consumi-la, pois deveria repassar aos amigos.
Depressa observei que o trabalho do americano fora produzido para o público americano, e mais, para acadêmicos. Segui em frente. Observando o primeiro tropeço, uns disparates sobre Manaus, sapequei nesse espaço. Diante de outras topadas, porém, preparei-me para ao final resumir minhas apreciações, que espero tenham o cunho de acrescentar.
As legendas são tão deficientes, sem muitas explicações que se duvida que tenham pertencido ao grupo Ford. Como excessão, há uma foto desfocada de Santarém (PA) e de uma artista plástica. Nenhum registro do momento ou da locação atual existe, para servir de confrontação ou ilustração.
O original foi lançado em 2008. Em minha opinião, a versão brasileira surgiu com algumas irregularidades: a tradução não teve o melhor cuidado, assim como a revisão. Esse duplo descuido permitiu algumas barbáries, como a presumível morte de Diamond (p.200), entre 1933-34. “Assim ele deixou a plantação e embarcou num navio de gado de volta a Manaus. Quando o navio reduzia a velocidade para encostar na doca da cidade, Diamond olhou as águas escuras e viu sua saída. Subiu na grade e saltou para o meio de uma congregação de crocodilos.”
Tá certo que crocodilo e jacaré são parentes bem próximos, mas na região amazônica predomina o jacaré. Agora, "congregação de crocodilos" é morte fatal. Manaus não merece tanto. Como não merece o inchaço populacional (p.355), quando “passou de menos de 200 mil habitantes em meados dos anos 1960 para quase 3.000.000 hoje.” Mais uma contra Manaus: “Não há rede de esgotos na cidade e os resíduos flutuam sem tratamento para (sic) o rio Negro.”
Vista aérea de Manaus, a partir do Shopping Amazonas |
Em resumo, o livro descreve a saga de americanos e de outros estrangeiros empenhados em reproduzir “o modo de pensar Ford” no Tapajós. No entanto, apenas meia dúzia de brasileiros é contemplada por Greg, nenhum com uma história modelar, todos são incriminados.
Por isso, não vou emprestar ao professor José Nogueira e ao mestre-de-música Beto “Blue Birds” o Fordlândia de Greg, porque ele esqueceu sem cerimônia dos nativos, dos caboclos. Preferiu fazer uma biografia de Henry Ford para os acadêmicos americanos.
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