Leio no excelente Blog do coronel que a Livraria Acadêmica de Manaus fechou as portas em 2009. Eu saberia se tivesse ido a Manaus, pois era um dos lugares aonde sempre ia, desde a adolescência.
“Fundada em 1912, este estabelecimento fechou as portas ano passado. Agora, o edifício passa por reformas e, certamente, ali não mais haverá livros nem papéis. Nem o acolhimento fidalgo do seu Barata. Restará apenas saudades pelo fim do mais antigo templo ocupado pelos leitores da cidade” escreveu Roberto Mendonça.Numa de minhas idas à Acadêmica, comprei um raríssimo exemplar de “Argila”, de Benjamin Sanches, com a bela capa de Moacir Andrade.
“O Estado, por iniciativa da Secretaria de Cultura, já transferiu o que restou do acervo da Acadêmica para o Centro Cultural Palácio Rio Branco. Merece ser visitado, aproveitando o visitante para estender os olhos pelos outros seletos ambientes”, acrescentou.
O livro estava tão escondido no fundo da sala, que o Sr. Barata não queria vender-me, pois não sabia o preço.
Onde andarão aquelas gigantescas estantes de madeira? E o passado, ali recolhido?
Aquela livraria teve muito a ver comigo: Foi uma das poucas livrarias de Manaus que comprou o meu “O amante das amazonas” diretamente da Editora Itatiaia.
Termino reproduzindo um poema de “Argila”, chamado “Fé”:
Ver
sem
sem
bem
crer.
Crer
sem
Crer
sem
bem
ver.
Crer
Crer
é
fé.
Ver
não
Para encerrar, reproduzo a Fé, de Sanches, e a Fé, de Aureo Mello, encontradas em jornais de Manaus.
é.
Argila, Manaus, Sérgio Cardoso, 1957 Rogel:
Suas angústias são pertinentes, afinal tem-se notícias de tantos acervos bem construídos que passaram às prateleiras de “sebos”. Tranquilize-se, o material da Livraria Acadêmica, em sua maior parte, agora compõe uma sala do Centro Cultural Palácio Rio Branco, ali onde serviu de sede para a Assembleia Legislativa do Amazonas.
Outra iniciativa benfazeja foi a produção de um CD-vídeo – Memória da Livraria Acadêmica (1912-2009), material produzido pelo filho do seu Antonio, o Humberto (Beto) Barata, distribuído apenas para os saudosistas, pois se trata ainda de trabalho artesanal.
A Tarde. Manaus, 16 maio 1960 |
O Jornal, Manaus, 20 agosto 1944 |
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