CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

terça-feira, outubro 19, 2010

BOMBEIROS DO AMAZONAS (XIII)

No início da década de 1970 os Bombeiros permaneciam sob a administração municipal e estavam aquartelados na av. Sete de Setembro. Era evidente a melhoria do serviço, talvez porque o prefeito Paulo Nery tomara a iniciativa ou talvez fora exigido pelo Governo Militar.

Quartel dos Bombeiros entre 1963-1974,
hoje abandonado
A partir de outubro de 1972 tem início o derradeiro ato da era municipal, espaço que perdurou por 22 anos (1951-73). Os municipais encaram a despedida, visto que os acertos governamentais estavam definidos para o retorno dos serviços à órbita estadual. A Lei n.º 1146, de 12 de outubro, já aprovara "o convênio firmado entre o Estado do Amazonas e a Prefeitura de Manaus, sobre os serviços de incêndios, combate ao fogo e socorros públicos”.

Aproximava-se o momento de rearrumar os troços, para a mudança. Sem muita mão-de-obra, afinal tudo se manteria no mesmo local, apenas novos comandantes dariam novas ordens.


Ideando reequipar a capital amazonense de serviço qualificado de combate a incêndios e socorros públicos, os governos do Estado e do Município aprofundaram os contatos. 
Paulo Nery
Os personagens destacados dessa nova etapa foram o Governador, João Walter de Andrade (1971-1975), e o Prefeito, Paulo Pinto Nery (1965-1972). De igual modo, mas com maior importância, os comandantes da Polícia Militar do Amazonas (Pmam), coronel Paulo Figueiredo Andrade de Oliveira (1971-1973), e do Corpo de Bombeiros de Manaus (CBM), major Nicanor Gomes da Silva (1970-1973). Apesar de tantos sobrenomes, o artífice destacado da empreitada foi o comandante da Pmam.

Amparado pela legislação emanada do Governo Militar (1964-1985), o coronel Paulo Figueiredo encetou as providências cabíveis que resultaram na incorporação do serviço de extinção de incêndios à PMAM. Esse arrojado plano, em determinado momento, o comandante do CBM conheceu e passou, de maneira restrita, a colaborar.
Na ocasião, o major Nicanor Silva muito se alegrou, pois a perspectiva de acertado futuro para sua corporação - há muito sucateada e desmerecida, era promissor. O pessoal dos Bombeiros poderia aspirar aos novos benefícios e os habitantes de Manaus acreditar em um serviço estruturado e, certamente, confiável.

Já deliberada a incorporação, em dezembro de 1972, desembarcou em Manaus uma missão francesa. Na direção, estava monsieur Robert Abbadie, oficial superior dos Bombeiros de Paris, acompanhado de engenheiros civis. O grupo francês, ciceroneado pelos majores Pedro Câmara e Nicanor Silva, conheceu Manaus de cabo a rabo: do centro histórico à periferia, dos bairros bem situados às invasões nascentes e, nessa inspeção, alcança os barrancos da Ponta Negra.
Os visitantes hospedaram-se no extinto Ipanema Palace Hotel (rua José Clemente, 500), e alimentavam-se no restaurante Xodó (também desaparecido), instalado no cruzamento das ruas Dez de Julho com Tapajós.


Detalhe da fachada do extinto quartel
da Polícia Militar, em Manaus
De retorno à Paris, a equipe produziu um Memorial, expondo ao governo amazonense as necessidades materiais para a existência de adequada corporação de bombeiros. Este documento, tão cedo abandonado e hoje desaparecido, sugeria a aquisição de equipamentos – obviamente – da indústria francesa.
Mas, por força do cumprimento de regras licitatórias, essa sugestão foi superada e o Estado adquiriu equipamentos alemães. (segue)

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