CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, janeiro 09, 2020

UNIVERSIDADE DO AMAZONAS: 1970

Página do Jornal do Commercio (1º jan. 1970)

Para colaborar com alguma pesquisa sobre a evolução da Universidade Federal do Amazonas, apesar de conhecer algumas publicações acerca desta, vou reproduzir parte de publicação jornalística, relativo ao primeiro quinquênio de seu funcionamento.
Assisti de perto essa evolução, de um lado, como universitário ingresso em 1969, e de outro, como oficial da Polícia Militar do Estado, em cujo casarão da Praça da Polícia acolheu inúmeros “excedentes”. Um deles, o acadêmico de medicina Negri ingressou nas fileiras da Força.
Ainda não se cogitava dilatar tanto a idade de nossa universidade. Ela havia sido implantada em 1962 e, somente com a presença do professor Arthur Reis na direção do Poder Executivo, em 1964, ela tomou o impulso benfazejo. O Reitor da UA (Universidade do Amazonas) – Jauary de Souza Marinho deu-lhe o impulso que o matutino Jornal do Commercio, abrindo o ano de 1970, assim relatou aos seus leitores:

UNIVERSIDADE SEM EXCEDENTES
Tendo atingido nos últimos anos um nível de crescimento sem precedentes na história universitária brasileira, a Universidade do Amazonas [UA] chegará ao quinto aniversário de sua instalação, amanhã, como uma das instalações mais prestigiosas de todo o país.
A UA cresceu em toda as dimensões. Numericamente, seus alunos, que eram 633 em junho de 1965, quando se iniciou o reitorado do Prof. Dr. Jauary Marinho, subiram para 3.021; suas faculdades, que eram três, passaram para sete; e seus cursos, que eram sete, cresceram para 20.
E enquanto assim se expandia, ganhava, também, quatro Centros de Estudo, um Instituto (de Anatomia e Histologia), um laboratório eletrônico de línguas, um ambulatório clínico, o Biotério, um serviço de Medicina Mental, uma clínica odontológica e um Conservatório de Música, que funcionará este ano com um Curso Livre de Música.

FACULDADES
Eram três, somente, as que funcionavam em 1965:
— Faculdade de Direito,
— Faculdade de Filosofia e a
— Faculdade de Ciências Econômicas.

Assumindo a Reitoria, o Prof. Jauary Marinho pôs em funcionamento a
— Faculdade de Medicina, 
— Faculdade de Engenharia e a
— Faculdade de Farmácia e Odontologia, tendo a Universidade, mais tarde, recebido por doação do Prof. André Araújo, e incorporado a
— Escola de Serviço Social e o
— Conservatório de Música Joaquim Franco.

CURSOS
Nas três escolas que funcionavam em 1965, havia os seguintes cursos: Faculdade de Direito (Curso de Graduação em Direito); Faculdade de Filosofia (Cursos de Filosofia, Pedagogia, Matemática, Química e Letras); e Faculdade de Ciências Econômicas (Curso de Ciências Econômicas).
Presentemente, funcionam os seguintes:
— Faculdade de Direito: Cursos de Graduação em Direito e de Estágio Profissional.
— Faculdade de Filosofia: Cursos de Filosofia, Pedagogia, Matemática, Química, Letras, Biblioteconomia, Ciências, Jornalismo e Educação Física;
— Faculdade de Ciências Econômicas: Curso de Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e Administração;
— Faculdade de Medicina: Curso de Medicina
— Faculdade de Engenharia: Curso de Engenharia Civil (opções: Estruturação e Transportes);
— Faculdade de Farmácia e Odontologia: Cursos de Odontologia e Biofarmácia;
— Escola de Serviço Social: Cursos de Assistente Social e Estágio Profissional.
CENTROS
Os Centros de Estudos da Universidade do Amazonas, criados a partir de 1965, são os seguintes: Centro de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas (CEPESE), Centro de Estudos Portugueses (CEP), Centro de Estudos Americanos (CEA) e Centro de Estudos Franceses (CEF). Por outro lado, já prestando excelentes serviços, para a melhor formação dos futuros médicos amazonenses, a UA criou também o Instituto de Anatomia e Histologia "Alfredo da Mata", para o qual construiu dois prédios dotados de todos os requisitos. Igualmente, foi criado o Ambulatório "Araújo Lima", que também ganhou prédio próprio, especialmente construído pela Universidade.
Outras realizações da UA, nos últimos cinco anos, são o Serviço de Medicina Mental, que funciona em espaçoso prédio no Boulevard Amazonas e o Biotério, com casa para o administrador.
Finalmente, foi instalada uma Clínica Odontológica (na qual os estudantes de Odontologia fazem estágio), bem como adquirido um laboratório eletrônico de línguas, com 36 cabines (instalado na Faculdade de Filosofia, serve ao Curso de Letras e a cursos intensivos para universitários e outros estudantes).

Os prédios das Faculdades de então. (Foto Jornal do Commercio, 1º jan. 1970)

EXCEDENTES
Nos dias correntes, nada menos de 433 estudantes, oriundos de outros Estados brasileiros (onde não conseguiram vagas para fazer o seu curso superior), frequentam as diversas escolas da Universidade do Amazonas.
A propósito, foi na UA por iniciativa do Magnifico Reitor Jauary Marinho, que começou a solução do problema dos chamados "excedentes". Não satisfeito em assegurar vagas a quantos vestibulandos amazonenses fossem aprovados. ("Na Universidade do Amazonas ninguém fica sem estudar por falta de vaga") o Prof. Jauary Marinho celebrou diversos convênios com o MEC no sentido abrir cursos especiais para os excedentes que passaram a vir de vários Estados para o Amazonas.

ADMINISTRAÇÃO
A UA é administrada pela Fundação Universidade do Amazonas, criada pela Lei n° 4.069-A, de 12 de julho de 1962. Dirige a FUA um Conselho presidido pelo Magnífico Reitor Jauary Marinho e do qual são membros: o médico Walter Dantas Góes, o desembargador João Pereira Machado, o Dr. Mateus da Silva, o Prof. Garcitylzo do Lago Silva, o industrial Júlio César Garcia de Sousa e o comerciante Jacques Alves.

Nenhum comentário:

Postar um comentário