Página do Jornal do Commercio (1º jan. 1970) |
Para colaborar com alguma
pesquisa sobre a evolução da Universidade Federal do Amazonas, apesar de
conhecer algumas publicações acerca desta, vou reproduzir parte de publicação jornalística,
relativo ao primeiro quinquênio de seu funcionamento.
Assisti de perto essa
evolução, de um lado, como universitário ingresso em 1969, e de outro, como
oficial da Polícia Militar do Estado, em cujo casarão da Praça da Polícia acolheu
inúmeros “excedentes”. Um deles, o acadêmico de medicina Negri ingressou nas
fileiras da Força.
Ainda não se cogitava dilatar
tanto a idade de nossa universidade. Ela havia sido implantada em 1962 e,
somente com a presença do professor Arthur Reis na direção do Poder Executivo, em
1964, ela tomou o impulso benfazejo. O Reitor da UA (Universidade do Amazonas) –
Jauary de Souza Marinho deu-lhe o impulso que o matutino Jornal do Commercio,
abrindo o ano de 1970, assim relatou aos seus leitores:
UNIVERSIDADE
SEM EXCEDENTES
Tendo atingido nos últimos anos um nível de crescimento sem
precedentes na história universitária brasileira, a Universidade do Amazonas [UA]
chegará ao quinto aniversário de sua instalação, amanhã, como uma das instalações
mais prestigiosas de todo o país.
A UA cresceu em toda as dimensões. Numericamente, seus
alunos, que eram 633 em junho de 1965, quando se iniciou o reitorado do Prof. Dr.
Jauary Marinho, subiram para 3.021; suas faculdades, que eram três, passaram
para sete; e seus cursos, que eram sete, cresceram para 20.
E enquanto assim se expandia, ganhava, também, quatro Centros
de Estudo, um Instituto (de Anatomia e Histologia), um laboratório eletrônico
de línguas, um ambulatório clínico, o Biotério, um serviço de Medicina Mental,
uma clínica odontológica e um Conservatório de Música, que funcionará este ano
com um Curso Livre de Música.
FACULDADES
Eram três, somente, as que funcionavam em 1965:
— Faculdade de Direito,
— Faculdade de Filosofia e a
— Faculdade de Ciências Econômicas.
Assumindo a Reitoria, o Prof. Jauary Marinho pôs em funcionamento
a
— Faculdade de Medicina,
— Faculdade de Engenharia e a
— Faculdade de Farmácia e
Odontologia, tendo a Universidade, mais tarde, recebido por doação do Prof.
André Araújo, e incorporado a
— Escola de Serviço Social e o
— Conservatório de Música Joaquim
Franco.
CURSOS
Nas três escolas que funcionavam em 1965, havia os seguintes
cursos: Faculdade de Direito (Curso de Graduação em Direito); Faculdade de Filosofia
(Cursos de Filosofia, Pedagogia, Matemática, Química e Letras); e Faculdade de
Ciências Econômicas (Curso de Ciências Econômicas).
Presentemente, funcionam os seguintes:
— Faculdade de Direito: Cursos de
Graduação em Direito e de Estágio Profissional.
— Faculdade de Filosofia: Cursos de
Filosofia, Pedagogia, Matemática, Química, Letras, Biblioteconomia, Ciências,
Jornalismo e Educação Física;
— Faculdade de Ciências Econômicas:
Curso de Ciências Econômicas, Ciências Contábeis e Administração;
— Faculdade de Medicina: Curso de Medicina
— Faculdade de Engenharia: Curso de
Engenharia Civil (opções: Estruturação e Transportes);
— Faculdade de Farmácia e Odontologia:
Cursos de Odontologia e Biofarmácia;
— Escola de Serviço Social: Cursos de
Assistente Social e Estágio Profissional.
CENTROS
Os Centros de Estudos da Universidade do Amazonas, criados a
partir de 1965, são os seguintes: Centro de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas
(CEPESE), Centro de Estudos Portugueses (CEP), Centro de Estudos Americanos
(CEA) e Centro de Estudos Franceses (CEF). Por outro lado, já prestando excelentes
serviços, para a melhor formação dos futuros médicos amazonenses, a UA criou
também o Instituto de Anatomia e Histologia "Alfredo da Mata", para o
qual construiu dois prédios dotados de todos os requisitos. Igualmente, foi
criado o Ambulatório "Araújo Lima", que também ganhou prédio próprio,
especialmente construído pela Universidade.
Outras realizações da UA, nos últimos cinco anos, são o
Serviço de Medicina Mental, que funciona em espaçoso prédio no Boulevard
Amazonas e o Biotério, com casa para o administrador.
Finalmente, foi instalada uma Clínica Odontológica (na qual
os estudantes de Odontologia fazem estágio), bem como adquirido um laboratório
eletrônico de línguas, com 36 cabines (instalado na Faculdade de Filosofia,
serve ao Curso de Letras e a cursos intensivos para universitários e outros estudantes).
EXCEDENTES
Nos dias correntes, nada menos de 433 estudantes, oriundos de
outros Estados brasileiros (onde não conseguiram vagas para fazer o seu curso superior),
frequentam as diversas escolas da Universidade do Amazonas.
A propósito, foi na UA por iniciativa do Magnifico Reitor
Jauary Marinho, que começou a solução do problema dos chamados
"excedentes". Não satisfeito em assegurar vagas a quantos vestibulandos
amazonenses fossem aprovados. ("Na Universidade do Amazonas ninguém fica
sem estudar por falta de vaga") o Prof. Jauary Marinho celebrou diversos
convênios com o MEC no sentido abrir cursos especiais para os excedentes que
passaram a vir de vários Estados para o Amazonas.
ADMINISTRAÇÃO
A UA é administrada pela Fundação Universidade do Amazonas, criada
pela Lei n° 4.069-A, de 12 de julho de 1962. Dirige a FUA um Conselho presidido
pelo Magnífico Reitor Jauary Marinho e do qual são membros: o médico Walter
Dantas Góes, o desembargador João Pereira Machado, o Dr. Mateus da Silva, o
Prof. Garcitylzo do Lago Silva, o industrial Júlio César Garcia de Sousa e o comerciante
Jacques Alves.
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