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segunda-feira, novembro 07, 2011

1º BATALHÃO, EM PETRÓPOLIS: 40 ANOS (2/4)


Quartel do 1º Batalhão, Petrópolis, 1975
Desde 8 de novembro de 1971, a Polícia Militar do Amazonas encontra-se no bairro de Petrópolis, com o aquartelamento do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM). Nessa data, esta unidade, com o efetivo de aproximadamente 400 homens (as mulheres somente ingressariam na PM em 1980), ocupou o enorme quartel destinado a abrigar todo o efetivo desta corporação.


Eram três enormes prédios (para a época), o do comando, com tantas e um enorme corredor, que mais parecia um hotel ou hospital, e mais dois para as companhias, sem esquecer o corpo da guarda, onde se encontrava o famigerado xadrez. Todos eles dispondo de venezianas de madeira; armários de madeira nos alojamentos; travessas adequadas a armação de redes, isso mesmo, com essas medidas Dr. Severiano Porto pensava em arejar os espaços. Hoje, as venezianas quase desapareceram, pois a refrigeração do ambiente obrigou a substituição.
Coronel Flávio Augusto
Ainda existe a caixa elevada e a cisterna, que supriam a deficiência do abastecimento de água na cidade. Somente muito depois, foi construído um galpão, que se transformou em garagem e serve em nossos dias para outros fins. Não posso esquecer a quadra esportiva, onde muito futebol-de-salão foi disputado, nem semi-oficial campo de futebol, onde por ocasião das olimpíadas policiais as disputas ferviam.  


Coube ao tenente-coronel Flávio Augusto da Silva Rebello, comandante do batalhão desde abril, efetuar a transferência. Dois outros auxiliares do coronel Flavio são aqui lembrados: major Manoel Gouveia dos Santos Freire e o capitão Mael Rodrigues de Sá, coincidência, estes dois eram conhecidos pelo último sobrenome.
Na manhã dessa data, no quartel da praça da Polícia, o batalhão tomou seu escasso mobiliário, enfiou-o em um caminhão e fez a mudança. Desembarcou, então, no outro lado da cidade, para encontrar unicamente a edificação, não havia telefone (a comunicação era feita pelo rádio), pouco transporte, mas muita determinação em superar os embaraços.

Tenentes-Coronéis
Helcio Motta e
Lustosa, e major Freire
(a partir da esq.)

Dois anos depois, em fevereiro, assumia o comando da organização, o tenente-coronel Hélcio Rodrigues Motta (1973-1976), nele permanecendo por três anos. Coronel Hélcio, oficial graduado na escola da PM da Guanabara, soube conduzir, ainda que com sua conversa algumas vezes prolixa, a tropa. Conseguiu superar alguns entraves, tanto os policiais como os da administração municipal. Enfim, como se diz na caserna, assentou alguns tijolos na construção do batalhão.

Foi para esse comando que, em 1974, eu fui transferido. Ainda major, prestei os encargos próprios do meu posto, ali permanecendo até 1977, quando fui designado para o comando da Rádio Patrulha, então ocupando o aquartelamento da rua Dr. Machado, atrás da Maternidade Ana Nery, agora Balbina Mestrinho.
As aperturas que o batalhão enfrentava eram desafiadoras, por isso, atraía poucos militares para o serviço de policiamento da cidade, que lhe cabia. Assim, era considerado um local de “castigo”. Os faltosos, os transgressores da disciplina eram comumente transferidos para aquela unidade. Foi o que aconteceu comigo, ao fracassar no comando do Corpo de Bombeiros.


Quadra de esportes em funcionamento (acima) e os
soldados-especialistas na ampliação do quartel, no
comando do coronel Lustosa (abaixo)
Em 1976 (29 jun.), assume o comando do 1º BPM o tenente-coronel Pedro Rodrigues Lustosa, no dia de São Pedro e de seu natalício. Na direção, permaneceu por três anos. Conhecido por sua disciplina e organização, além de sua paixão pelo São Raimundo EC, do qual foi jogador e treinador, coronel Lustosa renovou o aquartelamento e enquadrou no melhor sentido os policiais do 1º BPM. (segue)
 

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