A Banda de Música da Polícia Militar do Amazonas, criada a partir do decreto
11/1890, em consonância com o Relatório de 3 de junho de 1893, do comandante major
Raymundo Affonso de Carvalho, e, ainda, o disposto na
Lei 3.514/2010 (LOB/PMAM), passa a ter a
denominação de Corpo Musical 1º
Tenente Joaquim/C Mus, com as prerrogativas de Companhia Independente.
Músicos da Banda no coreto da Praça da Polícia
Muito bem. Não obstante uma NGA (NORMAS GERAIS DE AÇÃO) não possuir força de lei, acredito que este pormenor já foi superado, pois,
dez anos são passados desde sua promulgação.
A Banda possui, enfim, denominação e data de fundação. Agora se trata de
Corpo Musical, e o nome escolhido foi o do tenente Joaquim Henrique de Souza,
que a conduziu no período de 1954-60. Tratou-se de mais um cearense, nascido em
Santanópolis em julho de 1922, a reger essa corporação musical. Joaquim ingressou
na PMAM e diretamente na Banda em 1948, deve ter chegado com largo cabedal de
música, pois, seis meses depois (fevereiro de 1949) foi promovido a 1º sargento,
e a subtenente em dezembro de 1953.
O ano seguinte foi marcado pela disputa eleitoral, no meio da qual houve
troca de governador e de comandante da PMAM. Nesse panorama político, Joaquim
foi promovido a tenente músico, por merecimento, em 11 de junho de 1954, na
vaga do tenente músico Nicanor Puga Barbosa (avô do atual Reitor da Ufam: Sylvio Mário Puga Ferreira).
Todavia, não há registro acerca de qualquer curso que este maestro tenha
realizado. Como a grande escola musical de tantos nordestinos era o aprendizado
de música, dito de “ouvido”, Joaquim se beneficiou desse aprendizado.
Banda em desfile militar ao lado do Teatro, anos 1950 |
O Amazonas passava por sérias dificuldades financeiras, passava pelo “fundo
do igarapé” de durezas, encerrando desse modo o governo francamente sensabor de
Álvaro Maia (1951-55). De certo, graves embaraços alcançavam a corporação
militar do Estado, prova disso foi a declaração do governador Plínio Coelho, ao
tomar posse no início de 1955, quando afirmou ter encontrado a Polícia Militar
em “estado pré-falimentar”, sob a heroica administração do coronel Neper
Alencar.
A Música, Palácio Rio Negro |
Confesso que fui surpreendido por esta legislação, surpreendente para
quem se dedica em restaurar a passagem deste Corpo Musical. Tenho semipronta uma
retrospectiva sobre a Música na Polícia Militar do Amazonas, basta-me somente
acrescer o material desta NGA para rematar.
Retomo ao maestro Joaquim: este deixou a regência da Banda em 1960, por motivo
de moléstia, indo se tratar em Fortaleza (CE). Dois anos depois, foi reformado
por invalidez no posto de 1º tenente, aos 40 anos de idade.
Livre do quartel, passou a atuar na formação e condução da Banda da Escola
Técnica de Manaus, muito bem festejada nos desfiles escolares da Semana da
Pátria, rivalizando com as bandas do Colégio Estadual, Instituto de Educação e
Benjamin Constant, entre outras.
Tenente Joaquim faleceu em Manaus, em 10 de junho de 1993.
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