Manoel Ribeiro, 1984 |
A parada realizada no pátio de formatura da corporação, cujo
aquartelamento destacava-se pelas luzes vermelhas, relembrou os 136 anos de existência
desse Serviço no Amazonas e os 11, de emancipação.
A primeira data recorda o esforço do administrador provincial
de regulamentar o serviço de combate ao fogo na capital amazonense. Ocorreu,
pois, em 11 de julho de 1876, e tudo quanto se podia esperar dessa organização
era água, solamente água. Mas, foi a partir desse elemento
abundante na região que o Corpo cresceu, passando, claramente, por acertos e
tropeços. Assim evoluiu assim nos alcançou.
Daí a razão da segunda comemoração -- sua desvinculação da
Polícia Militar, sob cuja direção esteve por 25 anos (1973-1998). Há 11 anos, o
agora Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas passou, como tantos congêneres no
Brasil, a se conduzir com independência administrativa, hoje sob o comando do
coronel Antônio Dias.
Não se pode deixar de observar a evolução deste ofício na
cidade. Também não se podem esquecer os custos para a manutenção desta profissão.
Se fosse de maneira contrária, qualquer município manteria uma corporação dos homens do fogo.
Detalhe do incêndio, A Crítica, 28 novembro 2012 e jovem salvando inestimável bem (ao lado) |
Mas, como para contrariar tais análises, na manhã seguinte
27, o fogo no bairro de São Jorge testou com rigor aos bombeiros de tantos
julhos. A corporação compareceu com todas as forças, o efetivo mantido em
Manaus estava no local. Uma favela construída há mais de 30 anos serviu lamentavelmente
para o desafio. Não houve mortes, mas a destruição foi total, os casebres de
madeira desapareceram, escapando utensílios domésticos, em especial, uma TV LED
conduzida sobre a cabeça, com o transportador imerso no igarapé extremamente poluído
que circundava o casario.
Nos dois ultimas dias, as queixas contra a atuação dos
Bombeiros tomaram as paginas dos periódicos, ou melhor, da mídia em geral. Queixas
como o atraso em chegar; falta de água; despreparo do pessoal; entre outras,
pautam a imprensa.
Ainda hoje, o #1, de A
Crítica, assegura que o incêndio na favela de São Jorge acendeu uma luz. E
que para solucionar o problema, basta aumentar o efetivo do Corpo de Bombeiros.
Porque, teme o colunista, se esse desastre acontece na Copa 2014...
Falo por mim. A questão não é somente aumentar o efetivo,
isso é o mais simples, apesar dos entraves burocráticos. Para que não volte acontecer outra semelhante catástrofe,
basta a prevenção. Não permitir a construção de favelas, com seus casebres em tantas
existentes na cidade; não permitir que os gatos
desafiem nossa paciência e nosso bolso; não permitir outros abusos patrocinados
pela lambança política. Chega?
No mais, é preciso entender as técnicas de combate ao
fogo, de mergulho, de salvamento em geral, de retirada de corpos, entre outras
atividades dos bombeiros, para não se desgostar com o saldo desse fogaréu. Que se ouça o comandante, coronel Dias, para as
explicações competentes, com isso, a capital vai continuar solidária com os homens e mulheres do fogo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário