Quartel da Polícia Militar do Amazonas, década 1940 |
Mas,
já se foi o tempo, e bote tempo nisso, em que o Estado organizava manifestação alusiva
a este símbolo pátrio. Nos quartéis, onde ainda se ensinam velhas canções,
ainda há a incineração de bandeiras. Ou seja, os velhos e rotos estandartes não
são atirados ao lixo. São incinerados, queimados em cerimonial marcante. A
marca é que ocorre ao meio-dia desse dia, em horário estapafúrdio,
principalmente com a canícula que incide em nossa região.
Boletim da Polícia Militar, 19 novembro 1942 |
Tomei
para ilustrar esta postagem a solenidade ocorrida em 1942, portanto, há setenta
anos. Descrita no Diário Oficial do
Estado, da mesma data, quando esse noticioso oficial reproduzia muito mais que atos
governamentais. O trabalho de editores, que faziam história e, com destreza,
registravam os fastos amazonenses.
Em
frente ao Quartel da Praça da Polícia, cuja praça então era intitulada João
Pessoa (em homenagem ao ex-governador paraibano), enfileirou-se a Força Policial
do Estado, sob o comando do tenente-coronel Gentil João Barbato. Como parte da
solenidade, o comandante leu a Ordem do Dia, exortando, ao seu final, os
soldados que efetuaram na manhã desse dia o juramento ao Pavilhão Nacional: “este
comando espera que jamais deserteis das vossas obrigações para o bom conceito
da corporação e a prosperidade do Estado e da Pátria”.
Lembrava
o editorialista do Diário Oficial que “a incineração das bandeiras é de certo
um dos atos de maior significação do cerimonial militar, no que se refere ao culto
à Pátria”. Por isso, “não se compreenderia que , quando inservíveis, a
Bandeira, a expressão simbólica da Pátria, que amamos acima de tudo, que é o
objeto sagrado de nosso culto cívico, ficasse atirada por aí, à toa, abandonada
à profanação”, concluiu.
As
cinzas resultantes dessa incineração foram derramadas ao pé de uma seringueira
existente (ainda sobrevivente) na praça. Quis o comandante Barbato prestar uma
homenagem à lendária hevea brasiliensis
– a árvore simbólica da grandeza econômica
da Amazônia.
E
para recordar o passado e estimular aos novos policiais, o comando dispôs à
veneração, dois velhos pavilhões – preciosas relíquias desta Corporação: a Bandeira
conduzida pelo 1º Batalhão, do tenente-coronel Candido Mariano, em Canudos; e a
Bandeira que a mulher (sic) da Bahia, na verdade, o próprio Estado ofertou à
Força Policial do Amazonas, em 1902, “como homenagem ao seu espirito de
disciplina, lealdade, sacrifício e devotamento à Pátria”.
Salve lindo pendão da esperança!
Salve símbolo augusto da paz!
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