Casa de Adriano Jorge |
Eis o
pretexto desta postagem. O estado de Alagoas acaba de receber reforço na última
sexta-feira, com a posse de Ernesto
Renan Melo de Freitas Pinto. Com este, sobe a cinco os emissários alagoanos,
os demais são: Adriano Augusto de Araújo Jorge; José Chevalier Carneiro de Almeida; Odilon Valeriano de Lima e Gebes de Mello Medeiros.
Adriano Jorge |
Os três
primeiros são fundadores da AAL. Adriano Jorge, graduado pela Faculdade de
Medicina da Bahia, aos 21 anos, tornou-se, em Manaus, avultado brasão da
cultura e emblemático profissional da saúde. Além de jornalista, participou da
política, tendo sido vereador da cidade. Residiu por anos no bairro da Vila
Municipal.
Quando da
fundação da Academia de Letras, em 1918, ocupou a Cadeira 1 e o posto de
presidente, o qual exerceu por três décadas até seu falecimento, ocorrido em
Manaus a 3 de novembro de 1948.
Morto,
Adriano Jorge recebeu três duradoras homenagens: do Poder Executivo, que
efetuou a mudança do nome do bairro para
Adrianópolis; da Câmara Municipal, que adotou seu nome no plenário daquele Poder;
e da AAL, que denominou a sede da entidade de Casa de Adriano Jorge.
José Chevalier é igualmente lembrado por
outro proeminente membro desta Casa: seu filho, Ramayana de Chevalier. Professor
competente, o pai, depois de conquistar alunos particulares, adquiriu o
Instituto Universitário Amazonense, situado à rua Dr. Moreira, esquina com a rua
Quintino Bocaiúva. Imóvel ainda hoje existente.
Adiante, fechando o Instituto, passou a
residir no casarão. Neste, também morou, durante os 18 anos que permaneceu no
Amazonas, o cientista João Barbosa Rodrigues. E neste tradicional endereço, nasceram
dois acadêmicos: Arthur Reis, que foi governador do Estado, em 1964-67; e o mencionado
Ramayana.
Chevalier graduou-se na Faculdade de
Direito do Amazonas, na primeira turma, em 1914. Entre outros empregos, dirigiu
a Biblioteca Pública, Arquivo Público e Diário Oficial do Estado, ao tempo que
estas repartições subordinavam-se ao mesmo diretor. Não deixou publicação, todavia, uma escultura,
de sua lavra, adorna a sede da Academia. Trata-se de um dos articuladores do
movimento para a instalação do silogeu amazonense. Concretizada, fundou a Cadeira
20, cujo patrono é o filólogo João Ribeiro. Faleceu
em 1940, no Rio de Janeiro.
Odilon Valeriano de Lima nasceu em 25 de
abril de 1897, em
Viçosa das Alagoas, então próspero município próximo à capital. Quase nada se
conhece deste acadêmico, apenas que estava em Manaus,
quando se instalou a Academia Amazonense. Sabe-se que para preencher as 30 Cadeiras,
foram aproveitados alguns nomes sem destaque, outros conhecidos somente pelo exercício
do jornalismo.
De qualquer
maneira, e até prova em contrário, Odilon mantém a marca do mais jovem a ingressar
neste sodalício. Com apenas 21 anos, inaugurou a Cadeira 4, do patrono Sílvio
Romero. Não há registro de sua retirada de Manaus. No entanto, diante da
reforma dos estatutos em 1946, foi transferido para a categoria de correspondente.
Fixara residência no antigo estado do Rio, empreendendo carreira política em
Niterói (RJ), onde morreu em 1981.
Gebes de
Mello Medeiros nasceu na capital de Alagoas, em 13 de setembro de 1915. Obteve
o bacharelo na Faculdade de Direito do Recife (1944). Nesse mesmo ano,
integrando uma comitiva daquela festejada Escola, foi recebido em Manaus pelo
interventor Álvaro Maia. Nesse passeio, encantou-se pela capital do Amazonas e
prontamente retornou.
Ligado à
atividade teatral, aqui teve oportunidade de expandir esta arte, tendo instalado
algumas atividades inerentes. Creio que o mais destacado tenha sido o Teatro
Escola, inaugurado em 1957, no Teatro Amazonas, com a peça de Ariano Suassuna, Auto da Compadecida.
Seu bacharelado o capacitou a exercer o cargo
de Promotor Público, tendo dirigido este órgão e outros afins. A par dessa
atividade, Gebes Medeiros publicou dois romances: Fim de mundo sem fim e Linha do Equador . Assim, foi eleito para
a Cadeira 25, do patronato de Araújo Lima, em 6 de maio de 1994, e recepcionado
a 13 de setembro do mesmo ano. Morreu em
Manaus, em 2003.
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