Obelisco do centenário de Manaus, inaugurado em 24 outubro 1948 |
É hoje. Manaus completa 343 anos
de existência, contados da instalação do Forte da Barra do Rio Negro. Os matutinos
de Manaus derramaram elogios e escritos de diversas autoridades. Todos responderam
sobre aquilo que lhe perguntaram. Curioso, mas não houve qualquer manifestação
do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (Igha), do qual faço parte, sobre
esta efeméride. Nenhuma palavra.
A agremiação
que em tempo do século passado tinha voz altiva. Possuía competência para
determinar regras na linha do tempo; possuía ingerência sobre decisões do
governo nessa área; possuía disposição para apreciar tema controverso,
convidado ou não, e expor sua opinião. Enfim, o Igha participava com envergadura.
Na postagem
anterior, relembrei a publicação do Diário Oficial sobre o centenário da
elevação da Barra à condição de cidade, portanto, esta era a data do “nascimento”
de Manaus.
O texto é de
1948, lembrando a lei nº 145, de 24 de outubro de 1848, outorgada pela
Assembleia Provincial do Pará. Programa do centenário, Diário Oficial de 24 outubro 1948 |
Dentro das condições
da decadente capital da borracha, a festa foi intensa, ao menos em espaço. Durou
mais de uma semana, pois se prolongou de 17 a 24 de outubro.
No domingo
17, a comemoração começou ás 7h30 com o concurso de tiro ao alvo, no estande da
Polícia Militar (construído no fundão existente ao final da atual avenida
Castelo Branco, onde hoje existe a EE Getúlio Vargas). Houve ainda jogos de
futebol, retretas, palestras em grupos escolares, provas esportivas. Dia 23,
houve sessão solene na Câmara Municipal, no diretório da UDN, no bairro de
Constantinópolis (hoje Educandos) e à noite, outro encontro solene na Casa do
Trabalhador. Para encerrar o dia, baile no Atlético Rio Negro Clube.
Dia 24,
domingo, o encerramento das comemorações começou mais cedo, às 5h30, com a
alvorada pelas bandas de música que percorrerão (a pé) a cidade, deve ter sido o
centro da cidade. Seguiu-se a missa campal, na Praça do Congresso, “para pedir
a benção de Deus” para a esta cidade. Ao final da missa, os jovens de colégios e
escolas e grupos escolares desfilaram em direção à praça da Matriz, onde foi
inaugurado o Obelisco (aquele mesmo que ainda resiste ao vandalismo e outras
ameaças). Para encerrar a manhã, a Maçonaria fez inaugurar obras no templo
da Loja “Esperança e Porvir”.
À tarde, no
Parque Amazonense, a Tuna Luso de Belém (PA) enfrentou um combinado amazonense
(desconheço o resultado).
E à noite, encerrando
os festejos do centenário de Manaus, duas atividades: às 20h, a sessão solene no
Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (Igha), consagrando a data. E, às
20h30, espetáculo público no Teatro Amazonas, como acontece hoje para os 343
anos. Como afirmei acima, o meu Igha deixou de operacionalizar a história amazonense.
Até o próximo parabéns pra você, Manaus (abaixo, em foto de 1980).
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