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Luiz Bacellar, 2011 |
Hoje, na véspera da data
maior do Amazonas, o poeta Luiz Bacellar completa 84 anos. Não haverá festas
como convém, como cabe a um iluminado, porque o amigo encontra-se
hospitalizado. Mas, apesar de seu apelo, os amigos foram cumprimentá-lo. É sempre gostoso estar presente, celebrar com a figura
excelsa deste nobre.
A voz já o está traindo,
quase não se percebe suas palavras, porém, seus versos continuam impondo ritmo
na cidade de Manaus. Um dia, há sessenta anos, foram ouvidos na Cidade
Maravilhosa e poderiam ter se expandido pelo país, não fora a modéstia de
Huet-Bacellar.
Huet-Bacellar é a
última descoberta genealógica pessoal do poeta. E, conversa vai e vem,
segredou-me que os Sá fundadores do Rio de Janeiro foram seus antepassados. Mas,
nem só de genealogia vive Bacellar, sabem os mais próximos, aqueles que gostam
de “ouvir estrelas” sabem que ele provém de outra galáxia.
Sou feliz por ter
desfrutado de alguns momentos de aprazível papo. Sempre recheado de boas
gargalhadas, pois o aniversariante sabe fazê-lo com dignidade. Agradeço a ele,
nesse dia venturoso para o Estado, os ensinamentos que me transmitiu acolá no
Restaurante Pina, mais adiante na sala do Bradesco Prime; nos encontros do Chá
do Armando; ora na Livraria Valer ora no Museu Amazônico. Quase me esquecia da Livraria Saraiva e do “sujinho”
El Perikiton.
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Mauri Marques (acima) e Zemaria Pinto (abaixo) festejam o
aniversário de Luiz Bacellar, 2008 |
Dois fatos, porém, ainda
me incomodam. Um é a devolução do livro que Bacellar ofertou ao padre-poeta L.
Ruas (veja a ilustração), cujo livro acabou na biblioteca do Seminário São
José, com a morte do padre. O incomodo estava em que Bacellar exigia que eu recuperasse,
seja a manu militari, a publicação. Talvez
fosse mais conveniente, aconselhei-o, solicitar ao arcebispo de Manaus, confrade
dele na Academia de Letras. Afinal seria
grata confabulação entre Dom Luiz Vieira e o “visconde” dom Luiz Bacellar.
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Oferta do poeta ao padre Luiz Ruas |
O outro grilo: recuperar
os poemas bacellarianos expostos nos
jornais de Manaus de antanho. Havia ele me confessado que faria uma nova
publicação, reusando tais poemas, com o título de Calhaus. Fiz o que pude. Passei a ele os descobertos, os seixos. Um
dia a cidade verá este trabalho; e, acontecendo, serei afortunado. Enfim, para
felicitar o poeta Luiz Bacellar nessa data, exponho alguns desses calhaus.
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A Crítica, 19 janeiro 1957 |
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O Jornal, 5 setembro 1956 |
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O Jornal, 5 setemebro 1954 |
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Cartão de visita bem humorado do poeta |
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