Detalhe da capa |
Mais um capítulo do livro A Imprensa no Amazonas, elaborado por Alcides Bahia; J. B. Faria e Souza e Antônio Monteiro, e editado pelo governo do Estado, em 1908, para celebrar o primeiro centenário da imprensa no Brasil.
O
fundador da imprensa no Amazonas
O
“Amazonas”
Prometia
O Amazonas, em seu primeiro número,
aos seus assinantes, a publicação de um boletim comercial, à chegada a Manaus
dos vapores procedentes de Belém, a fim de que se pudesse publicamente saber os
preços correntes dos gêneros, naquela praça, cambio, e tudo mais que fosse de utilidade
ao comércio.
O
estabelecimento gráfico do Sr. Cunha Mendes denominava-se Tipografia Monarquista e funcionava à rua 5 de Setembro nº 4, hoje
Henrique Martins. Essa tipografia não só se compunha do material antigo da Estrella do Amazonas como também da do Monarquista, periódico que o Sr. Cunha
Mendes publicou em Santarém, no Pará, até 16 de dezembro de 1865, terminando a
sua circulação com o número 450.
O
Amazonas, no seu início, publicava-se uma vez por
semana, sendo as assinaturas pagas adiantadamente, vigorando a tabela seguinte:
ano 15$000 [quinze mil réis], semestre 7$000 [sete mil réis] e trimestre 4$000 [quatro
mil réis]. Os assinantes tinham, quando publicavam anúncios, 20 linhas
gratuitamente; o excedente pagava 80 réis por linha e 40 réis nas repetições.
Tinha
o papel em que era impresso o semanário 41,5 cm de comprimento e 30 de largura.
A composição ocupava 33 cm em comprimento e 26,5 de largura dividida em três colunas.
A folha avulsa custava 200 réis. Era impressor E. Marques dos Reis.
Até
o número 6 denominava-se O Amazonas,
passando daí em diante a ter o título Amazonas.
Os
artigos literários, noticiosos, industriais e comerciais, segundo se vê nos
dizeres do primeiro número, nada pagavam. Em agosto de 1866, o semanário criava
a seção denominada “Literatura”, iniciando-a J. B. Bueno Mamoré que escreveu
uma série de artigos intitulados “Viagens no Pará e Amazonas”.
Nesse
mesmo mês apareceu o primeiro folhetim, assinado por Baré Manao, pseudônimo usado por Bento de Figueiredo Tenreiro
Aranha, que ainda hoje existe e é o decano dos jornalistas amazonenses. O folhetim
abordava três assuntos: o concerto musical realizado a 23 de agosto pelo
clarinetista Croner, a bordo vapor Manáos,
surto no porto; um baile efetuado a 4 de agosto, na residência do Sr. Joaquim
José da Silva Pingarilho e, finalmente, a comemoração feita pelos paraenses à
passagem da data de 15 de agosto, que marca o aniversario da adesão do Pará à
Independência do Brasil.
A
audição do clarinetista referido foi o primeiro festival, no gênero, realizado
em Manaus. (segue)
Recorte do Jornal do Amazonas |
Catálogo
geral de jornais circulados no Amazonas (1851-1889)
1887
§ JORNAL
DO COMMERCIO
O
1º número é de 7 de abril de 1887. Desapareceu em 11 de maio do mesmo ano, com
o nº 13.
§ ECHO
DO NORTE
O
1º número é de 11 de setembro de 1887. O último, nº 7, é de 23 de outubro do
mesmo ano. Foi
substituído pelo Manáos.
§ A
PROVINCIA DO AMAZONAS
O
1º número é de 7 de outubro de 1887. Suspendeu a publicação em 27 de janeiro de
1889, com o nº 185.
§ MANÁOS
O
1º número é de 1º de novembro de 1887. Suspendeu a publicação em 18 de abril de
1888, com o nº 73.
Em
substituição ao Americano reapareceu
em 27 de dezembro de 1889, com o nº 74. Desapareceu definitivamente em março de
1890.
§ VELLOSIA
(Revista)
“Contribuições
do Museu Botanico do Amazonas”.
O
1º e único volume é de 31 de dezembro de 1887. A edição foi inutilizada por
ordem da Presidência do Amazonas, visto os exemplares terem sido mal impressos
e em papel de péssima qualidade. O volume, que se acha nesta coleção, tem por
esse fato um extraordinário valor, por parecer que é atualmente o único existente.
Mais
tarde, em 1891, foi essa revista editada, em 3 volumes, na Imprensa Nacional do
Rio de Janeiro.
1888
§ EQUADOR
O
1º número é de 1º de janeiro de 1888. O último, nº 17, é de 20 de maio do mesmo
ano.
§ O
CORNETA
O
1º número é de 12 de janeiro de 1888. Terminou a 5 de abril do mesmo ano, com o
nº 12. Foi substituído pelo Evolução.
§ O
NORTE DO BRAZIL
O
1º número é de 2 de fevereiro de 1888. O último nº é de 20 de novembro do mesmo
ano. Foi substituído pelo Cidade de
Manáos.
§ PITORRA
O
1º e único número é de fevereiro de 1888.
§ O
CIPÓ
O
1º e único número é de fevereiro de 1888.
§ O
MANTENEDOR
O
1º número é de 25 de março de 1888. Saíram poucos números.
§ A
IMPRENSA UNIDA
Edição
única de maio de 1888.
“A
Imprensa do Amazonas unida à Imprensa do Brasil sem escravos”. A edição foi
tirada nas tipografias do Amazonas; Commercio do Amazonas; Jornal do Amazonas e O Norte do Brasil.
§ O
MUCUIM (manuscrito)
O
1º número é de maio de 1888. O último número é de 28 de maio de 1898.
§ O
BILONTRA
O
1º número é de 11 de novembro de 1888. Saíram poucos números.
§ BILONTRA
JUNIOR
O
1º e único número é de 22 de novembro de 1888.
§ CIDADE
DE MANÁOS
O
1º número é de 22 de novembro de 1888. O último número é de abril de 1889.
§ A
CONSTITUIÇÃO
O
1º número é de 2 de dezembro de 1888. Saíram poucos números.
§ EVOLUÇÃO
O
1º número é de 2 de dezembro de 1888. Saíram poucos números.
§ PETIZ-JORNAL
O
1º e único número é de 19 de novembro de 1888.
1889
(até 15 de novembro)
§ LUZ
DA VERDADE
O
1º número é de 6 de março de 1889. O último, nº 21, é de 9 de junho do mesmo
ano.
§ VOZ
DA RAZÃO
O
1º número é de 26 de abril de 1889. Saíram poucos números.
§ LUNETA
(manuscrito)
O
1º número é de abril de 1889. Desapareceu em fins de abril com o nº 3. Reapareceu
em 16 de maio do mesmo ano com o nº 4. Desapareceu em fins de maio com o nº 6.
§ O
AMAZONENSE
O
1º número é de 11 de maio de 1889. O último numero é de 28 de junho do mesmo
ano.
§ GAZETA
LITTERARIA (manuscrito)
O
1º número é de maio de 1889. O 2º e último número é de 18 do mesmo mês.
§ ESPIÃO
(manuscrito)
O
1º e único número é de maio de 1889.
§ MALUCO
(manuscrito)
O
1º e único número é de maio de 1889.
§ CORSARIO
(manuscrito)
O
1º e único número é de maio de 1889.
§ PAPAGAIO
(manuscrito)
O
1º e único número é de maio de 1889.
§ SALTIMBANCO
(manuscrito)
O
1º e único número é de maio de 1889.
§ MOLEQUE
(manuscrito)
O
1º e único número é de maio de 1889.
§ LOBO
(manuscrito)
O
1º e único número é de maio de 1889.
§ LEÃO
(manuscrito)
O
1º e único número é de maio de 1889.
§ REVERBERO
O
1º número é de 25 de setembro de 1889. Saíram
poucos
números.
§ A
EPOCHA
O
1º número é de 26 de setembro de 1889. Suspendeu a publicação a 25 de janeiro
de 1890, com o nº 50.
Reapareceu
em 1º de fevereiro do mesmo ano, com o nº 51. Desapareceu definitivamente em
abril do mesmo ano.
§ O
BEM PUBLICO
O
1º número é de 13 de outubro de 1889. Saíram poucos números. (segue)
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