CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

sábado, setembro 01, 2012

A Imprensa no Amazonas (4/7)


Capa do livro
 
Em prosseguimento com a publicação do livro A Imprensa no Amazonas, editado pelo governo do Estado, em 1908, para celebrar o primeiro centenário da imprensa no Brasil. 

Resumo histórico 

A propaganda republicana não deixou de ter seus paladinos na imprensa indígena. Se bem que os principais jornais defendessem as ideias de um dos dois partidos monárquicos e os neutros muita vez tomassem parte nas lutas em defesa ou acusação aos atos dos emissários do governo Imperial, não se pode dizer que o espírito público fosse monarquista e, portanto, que a República contasse com adversários valentes.

Em 21 de abril de 1882 saiu em número especial o Vinte um de Abril em homenagem a Tiradentes, trazendo artigos assinados por Silvério Nery, Jonathas Pedrosa, Francisco Antonio Monteiro, Bento Aranha, Carvalho Leal, Carlos de Alencar e Pedro Luiz, vultos do partido Liberal em sua maioria. Pelo título bem se pode ver qual era a feição da folha em que liberais escreviam ao lado de republicanos.
Silvério Nery

Já na Assembleia Provincial havia sido aprovada uma moção feriando o dia 21 de abril, moção que foi apresentada pelo deputado liberal Silvério Nery, em substituição a outra de Bento Aranha, cuja redação estava em termos por demais incompatíveis com o regime politico então em vigor no país.

Vê-se, porém, que os próprios membros do partido Liberal possuíam ideias muito mais avançadas e isso se refletia na imprensa da época. Contudo, a propaganda teve seus pregadores francos na liça do jornalismo amazonense: eram no geral órgãos dirigidos pela mocidade.

Ouçamos o oque diziam alguns deles para apoio do nosso asserto. Do artigo programa do Echo do Norte, de 11 de setembro de 1887, destacamos este período:

Levantando nossa voz na grande tribuna da imprensa não temos em vista assentar-nos na bancada de nenhum dos partidos políticos que apoiam a monarquia com o seu despótico absolutismo disfarçado em ridícula aparência de constitucionalidade; não.  

Do Equador, em seu número I, de 1º de janeiro de 1888, transcrevemos o seguinte do artigo programa:
            ...Tendo de trilhar um caminho espinhoso, devemos ter um programa e o      temos, pois não poderíamos singrar este vasto oceano sem uma bússola, que nos guie ao norte; e a nossa é – a grande ideia republicana!  
            Defendê-la e propaga-la é o nosso programa. 

Do número 2 do Corneta, que mais tarde mudou seu título para Evolução, extraímos dois trechos de um artigo que tem a data de 19 de janeiro de 1888, sobre a escravidão no Brasil:
Essa bastilha enorme do Sr. Dom Pedro ÚLTIMO há de rolar por terra quando no coração brasileiro penetrar o entusiasmo da liberdade, quando o povo civilizado souber compreender a sua missão, derrubando  tronos, altares e levantando no pedestal de sua consciência as aras da  revolução social – a república!

No Amazonas onde se levantou o primeiro brado do abolicionismo, onde em 10 de julho de 1884 extinguiu-se o último homem escravo, onde vemos uma mocidade de ideias elevadas, onde notamos um amor pronunciado pela república, é preciso que também seja ele o primeiro a erguer o seu pavilhão e soltar aos quatro ventos a voz da liberdade. (segue)
 
Jonathas Pedrosa

Catálogo geral de jornais circulados no Amazonas (1851-1889) 

1876 

REVISTA DO AMAZONAS (Revista)
O 1º número é de 5 de abril de 1876. Terminou em 15 de setembro do mesmo ano, com o nº 6.

ESPERANÇA
O 1º número é de julho de 1876. Desapareceu com o nº 11 do mesmo ano. 

1877

O RIO-MAR
O 1º número é de maio de 1877. Terminou pouco tempo depois.

CORREIO DO NORTE
O 1º número é de 18 de junho de 1877. Desapareceu em 30 de dezembro do mesmo ano. Foi substituído pelo Monitor do Norte. 

1878

MONITOR DO NORTE
O 1º número é de 1º de janeiro de 1878. Desapareceu em 2 de abril do mesmo ano, com o reaparecimento do Jornal do Amazonas.

A PROVINCIA
O 1º número é de 25 de julho de 1878. Suspendeu a publicado em julho de 1880.
Reapareceu em 3 de julho de 1885. Desapareceu definitivamente em fins de dezembro do mesmo ano.

A DEMOCRACIA
O 1º número é de 4 de agosto de 1878. Desapareceu em 30 de outubro do mesmo ano.

ECHO MILITAR (Revista)
O 1º número é de 1º de outubro de 1878. Terminou em janeiro de 1879, com o nº 1.

AJURICABA
O 1º número é de dezembro de 1878. Desapareceu em 16 de janeiro de 1879, com o nº 7.  (segue)

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