Capa do livro |
Em
prosseguimento com a publicação do livro A
Imprensa no Amazonas, editado pelo governo do Estado, em 1908, para celebrar
o primeiro centenário da imprensa no Brasil.
Resumo
histórico
A
propaganda republicana não deixou de ter seus paladinos na imprensa indígena. Se
bem que os principais jornais defendessem as ideias de um dos dois partidos monárquicos
e os neutros muita vez tomassem parte nas lutas em defesa ou acusação aos atos
dos emissários do governo Imperial, não se pode dizer que o espírito público
fosse monarquista e, portanto, que a República contasse com adversários valentes.
Em
21 de abril de 1882 saiu em número especial o Vinte um de Abril em homenagem a Tiradentes, trazendo artigos
assinados por Silvério Nery, Jonathas Pedrosa, Francisco Antonio Monteiro, Bento
Aranha, Carvalho Leal, Carlos de Alencar e Pedro Luiz, vultos do partido
Liberal em sua maioria. Pelo título bem se pode ver qual era a feição da folha
em que liberais escreviam ao lado de republicanos.
Silvério Nery |
Já
na Assembleia Provincial havia sido aprovada uma moção feriando o dia 21 de
abril, moção que foi apresentada pelo deputado liberal Silvério Nery, em
substituição a outra de Bento Aranha, cuja redação estava em termos por demais incompatíveis
com o regime politico então em vigor no país.
Vê-se,
porém, que os próprios membros do partido Liberal possuíam ideias muito mais
avançadas e isso se refletia na imprensa da época. Contudo, a propaganda teve
seus pregadores francos na liça do jornalismo amazonense: eram no geral órgãos dirigidos
pela mocidade.
Ouçamos
o oque diziam alguns deles para apoio do nosso asserto. Do artigo programa do Echo do Norte, de 11 de setembro de
1887, destacamos este período:
Levantando
nossa voz na grande tribuna da imprensa não temos em vista assentar-nos na
bancada de nenhum dos partidos políticos que apoiam a monarquia com o seu despótico
absolutismo disfarçado em ridícula aparência de constitucionalidade; não.
Do
Equador, em seu número I, de 1º de
janeiro de 1888, transcrevemos o seguinte do artigo programa:
...Tendo de trilhar um caminho espinhoso,
devemos ter um programa e o temos, pois não poderíamos singrar este vasto
oceano sem uma bússola, que nos guie ao norte; e a nossa é – a grande ideia
republicana!
Defendê-la e propaga-la é o nosso
programa.
Do
número 2 do Corneta, que mais tarde
mudou seu título para Evolução, extraímos
dois trechos de um artigo que tem a data de 19 de janeiro de 1888, sobre a escravidão
no Brasil:
Essa
bastilha enorme do Sr. Dom Pedro ÚLTIMO há de rolar por terra quando no coração
brasileiro penetrar o entusiasmo da liberdade, quando o povo civilizado souber
compreender a sua missão, derrubando tronos, altares e levantando no pedestal de
sua consciência as aras da revolução social
– a república!
No
Amazonas onde se levantou o primeiro brado do abolicionismo, onde em 10 de
julho de 1884 extinguiu-se o último homem escravo, onde vemos uma mocidade de
ideias elevadas, onde notamos um amor pronunciado pela república, é preciso que
também seja ele o primeiro a erguer o seu pavilhão e soltar aos quatro ventos a
voz da liberdade. (segue)
Jonathas Pedrosa |
Catálogo
geral de jornais circulados no Amazonas (1851-1889)
1876
REVISTA
DO AMAZONAS (Revista)
O
1º número é de 5 de abril de 1876. Terminou em 15 de setembro do mesmo ano, com
o nº 6.
ESPERANÇA
O
1º número é de julho de 1876. Desapareceu com o nº 11 do mesmo ano.
1877
O
RIO-MAR
O
1º número é de maio de 1877. Terminou pouco tempo depois.
CORREIO
DO NORTE
O
1º número é de 18 de junho de 1877. Desapareceu em 30 de dezembro do mesmo ano.
Foi substituído pelo Monitor do Norte.
1878
MONITOR
DO NORTE
O
1º número é de 1º de janeiro de 1878. Desapareceu em 2 de abril do mesmo ano,
com o reaparecimento do Jornal do
Amazonas.
A
PROVINCIA
O
1º número é de 25 de julho de 1878. Suspendeu a publicado em julho de 1880.
Reapareceu
em 3 de julho de 1885. Desapareceu definitivamente em fins de dezembro do mesmo
ano.
A
DEMOCRACIA
O
1º número é de 4 de agosto de 1878. Desapareceu em 30 de outubro do mesmo ano.
ECHO
MILITAR (Revista)
O
1º número é de 1º de outubro de 1878. Terminou em janeiro de 1879, com o nº 1.
AJURICABA
O
1º número é de dezembro de 1878. Desapareceu em 16 de janeiro de 1879, com o nº
7. (segue)
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