Há oitenta anos, em 24 de agosto de 1932, aconteceu a esdrúxula Batalha Naval de Itacoatiara. Nela, foram derrotados os rebeldes da fortaleza de Óbidos (PA), embarcados em dois navios cargueiros, o Jaguaribe e o Andirá.
Depois
do assalto à Parintins (AM), investiram contra Itacoatiara (AM),
ambas as cidades na calha do rio Amazonas. A defesa da Velha Serpa coube ao capitão Gonzaga
Tavares Pinheiro, da Polícia Militar, prefeito da cidade. Gonzaga, cearense de
conduta altiva, acercou-se do padre Joaquim Pereira para o diálogo com os invasores.
A atuação destes foi produtiva, pois tudo realizaram para retardar as ações
rebeldes, esperando como aconteceu a chegada de reforços.
Quem
conta o fato abaixo é o acadêmico Francisco Gomes, nascido na Velha Serpa, por isso,
dotado de recursos competentes para esclarecer o acontecimento inédito na
historia não só do Amazonas. O texto foi digitalizado de seu livro Cronografia de Itacoatiara, 2º vol.
(Manaus: Imprensa Oficial, 1998).
Capa do livro de Francisco Gomes |
Em meio à
viagem apreenderam os navios “Jaguaribe” e “Andirá”, desde logo armados com canhões,
metralhadoras, obuses, fuzis e muita munição, transformando-os em postos avançados
de guerra. A lancha “Diana” também foi capturada.
Parintins foi
tomado de assalto e, quando se preparavam para ocupar Itacoatiara, foram
surpreendidos pela força naval legalista embarcada nos navios “Baependi” e “Ingá”,
procedente de Manaus, sob o comando do capitão de fragata Alberto de Lemos
Basto.
Em terra
liderava o movimento de defesa o capitão Gonzaga Tavares Pinheiro, da Força
Policial do Estado, e então no exercício da Prefeitura de Itacoatiara.
O governo do
Amazonas era chefiado pelo ministro Waldemar Pedrosa que foi homenageado, após
sua morte, em junho de 1967 (na oportunidade, a Câmara Municipal de Itacoatiara
decretou: As ruas Saldanha Marinho e Visconde do Rio Branco passam a denominar-se
rua Ministro Waldemar Pedrosa (Lei n° 11, de 30.06.1967).
Precisamente, às treze horas e trinta minutos de 24 de agosto de 1932 teve inicio a batalha, resultando na vitória da legalidade. Os vapores inimigos “Jaguaribe” e “Andirá” foram postos a pique.
Precisamente, às treze horas e trinta minutos de 24 de agosto de 1932 teve inicio a batalha, resultando na vitória da legalidade. Os vapores inimigos “Jaguaribe” e “Andirá” foram postos a pique.
No gênero, a
batalha naval de Itacoatiara foi a única na América Latina, neste século. O movimento
sedicioso é narrado por Anísio Jobim, 1948; Francisco Gomes da Silva, 1965,
1970 e 1997; Robério Braga, 1979; e Antônio Loureiro, 1995. Há também pesquisas
inéditas promovidas pelo autor deste trabalho a respeito do evento, que serão
compiladas em volume a sair breve, sob o título "Motins itacoatiarenses".
muito bom, parabéns!
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