Prossigo
com a leitura do livro A Imprensa no
Amazonas, editado pelo governo do Estado, em 1908, para comemorar o
primeiro centenário da imprensa no Brasil.
Resumo
histórico
Capa do jornal, de julho de 1870. Fonte: Biblioteca Nacional |
De
1880 a 1889 a imprensa manauense tomou notável incremento, salientando-se como
principais folhas o Amazonas, Commercio do Amazonas e Jornal do Amazonas. O primeiro era órgão
do partido liberal; o segundo, neutro nas lides partidárias, e o terceiro, órgão
do partido conservador.
A
imprensa de Manaus, que relevantes serviços prestara no sentido de virem até
nosso porto os vapores da antiga Companhia Brasileira, como já havia trabalhado
para o estabelecimento da navegação direta à Europa e Norte América, porque via
nesses fatos um grande elemento de progresso para o Amazonas, levantou-se num só
pensamento quando em 1885 se tentou suprimir nossa capital da escala que faziam
os paquetes daquela Companhia.
Em
reunião efetuada na redação do Commercio
do Amazonas a 9 de dezembro do
ano citado, os representantes do Amazonas,
do Jornal do Amazonas e do Commercio deliberaram enviar uma exposição
de motivos contrária a esse ato, ao governo imperial, ao Jornal do Commercio, Gazeta de Noticias, Gazeta da Tarde, o Paiz e
Vanguarda, do Rio de Janeiro.
A
representação seguiu a 11 de dezembro e foi uma bela afirmação de interregno de
lutas, que os jornais sustentaram diante da defesa do interesse coletivo. Firmaram-na
os Srs. Antonio de Amorim, pelo Commercio
do Amazonas; Aprigio Martins de Menezes, pelo Amazonas; Manoel de Miranda Leão, pelo Jornal do Amazonas; Lourenço Ferreira Valente do Couto, pela A Província, e Pedro Ayres Marinho, pela
Gazeta de Manáos.
Explicando
a sua atitude, assim dizia a imprensa reunida:
Uma
ocasião, porém, existe em que os órgãos de publicidade semelham alas de um exército
que se separa para pontos diferentes, desconhecidos, encontrando-se mais tarde
justamente no lugar em que o inimigo lhe opõe barreira. Assim a imprensa. Podem
as paixões, os ódios, os ressentimentos, as decepções separá-la. Venha,
entretanto, um assunto que entenda com o bem estar, com a prosperidade do território
em que a imprensa discute e combate e a veremos unida como baluarte enérgico, poderoso,
opondo seu poderio incontestável aos pretendidos interesses dos que parecem
ignorar a sua existência. A imprensa do Amazonas acaba de ver confirmada essa opinião,
congregando-se para lutar, lutando para vencer.
Recorte do livro A Imprensa no Amazonas |
Catálogo
geral de jornais circulados no Amazonas (1851-1889)
1867
LEI
O
1º número é de fevereiro de 1867. Terminou com o nº 2 do mesmo mês.
JORNAL
DO RIO NEGRO
O
1º número é de 1º de julho de 1867. Terminou a 13 de maio de 1868, com o nº 102.
1868
A
REFORMA LIBERAL
O
1º número é de março de 1868. Desapareceu em 1870.
Reapareceu
em 2 de fevereiro de 1871. Suspendeu a publicação em 8 de abril de 1875.
Reapareceu
em 15 de março de 1879. Suspendeu em 15 de julho de 1881.
Reapareceu
em 23 de setembro do mesmo ano. Desapareceu definitivamente em 12 de novembro
do mesmo ano.
MERCANTIL
O
1º número é 1º de julho de 1868. Desapareceu a 31 de dezembro do mesmo ano, com
o nº 151.
Precedeu
o Commercio do Amazonas.
16
DE JULHO
O
1º número é de 1º de setembro de 1868. Terminou a publicação a 18 de dezembro do
mesmo ano, com o nº 8.
1869
JORNAL
DO COMMERCIO
O
1º número é de 4 de fevereiro de 1869. Deu poucos números.
DIARIO
OFFICIAL
O
1º número é de 1º de maio de 1869. Suspendeu a publicação em dezembro do mesmo
ano.
A
FÉ
O
1º número é de 1º de junho de 1869. Terminou nos primeiros dias de agosto do
mesmo ano, com o nº 10.
COMMERCIO
DO AMAZONAS
O
1º número é de 15 de agosto de 1869. Substituiu o Mercantil do mesmo proprietário Gregório José de Moraes.
Suspendeu
a publicação em 23 de julho de 1884. Reapareceu em 1º de novembro do mesmo ano,
com o nº 1. Suspendeu em 6 de março de 1886, com o nº 26.
Reapareceu
em 16 do mesmo mês, com o nº 27. Suspendeu em 2 de fevereiro de 1892.
Reapareceu
em 7 de fevereiro do mesmo ano. Suspendeu em 29 de março do mesmo ano.
Reapareceu
em 2 de abril do mesmo ano. Suspendeu a publicação em 13 de setembro do mesmo
ano, com o nº 20.
Em
15 de agosto de 1897 (domingo) circulou um número extraordinário a fim de interromper a prescrição da sua
propriedade literária.
Em
14 de setembro do mesmo ano reapareceu com o nº 1, em substituição a O Imparcial. Suspendeu em 8 de agosto de
1899, com o nº 528.
Reapareceu
em 15 do mesmo mês, com o nº 529. Suspendeu em 22 de fevereiro de 1900, para
reaparecer dias depois.
Suspendeu
em 9 de abril de 1886 do mesmo ano. Reapareceu em 21 do mesmo mês.
Suspendeu
em começo de março de 1901. Reapareceu em 28 do mesmo mês.
Suspendeu
em começo de março de 1902. Reapareceu em 30 do mesmo mês.
Suspendeu
em 27 de setembro de 1903, com o nº 36. Reapareceu em 4 de outubro do mesmo
ano, com o nº 37.
Suspendeu
em 16 de fevereiro de 1904, com o nº 142. Reapareceu em 23 do mesmo mês, com o
nº 143.
Suspendeu
em 26 de maio de 1904, com o nº 219. Reapareceu em 1º de julho do mesmo ano,
com o nº 220.
Suspendeu
em 10 do mesmo mês, com o nº 225. Reapareceu em 16 do mesmo mês, com o nº 226.
Desapareceu
definitivamente em 30 de dezembro do mesmo ano, com o nº 112.
Representou,
durante o largo período de 1869 à 1904, a imprensa neutra e, neste caráter,
discutia todas as questões da atualidade e admitiu na sua redação colaboradores
de todos os matizes.
Foi
o jornal de maior circulação e aquele que criou raízes mais profundas no
Amazonas.
Fora
da Província e do Estado era sempre o preferido. Iniciou a imprensa diária,
criou o serviço telegráfico e introduziu as ilustrações, estampando retratos de
homens notáveis do Brasil e da Europa, vistas de edifícios, paisagens, lugares
de importância etc.
CORREIO
DE MANÁOS
O
1º número é de 7 de setembro de 1869. Desapareceu
em março de 1870.
Reapareceu
em 14 de setembro de 1881. Desapareceu definitivamente em dezembro do mesmo
ano.
MORCEGO
O
1º número é de dezembro de 1869. Terminou em 15 de janeiro de1870, com o nº 4. (segue)
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