CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, agosto 23, 2012

A Imprensa no Amazonas (2/7)


 
Prossigo com a leitura do livro A Imprensa no Amazonas, editado pelo governo do Estado, em 1908, para comemorar o primeiro centenário da imprensa no Brasil.

Resumo histórico

Capa do jornal, de julho de 1870. Fonte: Biblioteca Nacional
De 1880 a 1889 a imprensa manauense tomou notável incremento, salientando-se como principais folhas o Amazonas, Commercio do Amazonas e Jornal do Amazonas. O primeiro era órgão do partido liberal; o segundo, neutro nas lides partidárias, e o terceiro, órgão do partido conservador.

A imprensa de Manaus, que relevantes serviços prestara no sentido de virem até nosso porto os vapores da antiga Companhia Brasileira, como já havia trabalhado para o estabelecimento da navegação direta à Europa e Norte América, porque via nesses fatos um grande elemento de progresso para o Amazonas, levantou-se num só pensamento quando em 1885 se tentou suprimir nossa capital da escala que faziam os paquetes daquela Companhia.

Em reunião efetuada na redação do Commercio do Amazonas a 9 de dezembro do ano citado, os representantes do Amazonas, do Jornal do Amazonas e do Commercio deliberaram enviar uma exposição de motivos contrária a esse ato, ao governo imperial, ao Jornal do Commercio, Gazeta de Noticias, Gazeta da Tarde, o Paiz e Vanguarda, do Rio de Janeiro.

A representação seguiu a 11 de dezembro e foi uma bela afirmação de interregno de lutas, que os jornais sustentaram diante da defesa do interesse coletivo. Firmaram-na os Srs. Antonio de Amorim, pelo Commercio do Amazonas; Aprigio Martins de Menezes, pelo Amazonas; Manoel de Miranda Leão, pelo Jornal do Amazonas; Lourenço Ferreira Valente do Couto, pela A Província, e Pedro Ayres Marinho, pela Gazeta de Manáos.

Explicando a sua atitude, assim dizia a imprensa reunida:

Uma ocasião, porém, existe em que os órgãos de publicidade semelham alas de um exército que se separa para pontos diferentes, desconhecidos, encontrando-se mais tarde justamente no lugar em que o inimigo lhe opõe barreira. Assim a imprensa. Podem as paixões, os ódios, os ressentimentos, as decepções separá-la. Venha, entretanto, um assunto que entenda com o bem estar, com a prosperidade do território em que a imprensa discute e combate e a veremos unida como baluarte enérgico, poderoso, opondo seu poderio incontestável aos pretendidos interesses dos que parecem ignorar a sua existência. A imprensa do Amazonas acaba de ver confirmada essa opinião, congregando-se para lutar, lutando para vencer.

 A população colocou-se ao lado dos jornais do tempo e a causa que defendiam tornou-se vitoriosa. (segue)
 
 
Recorte do livro A Imprensa no Amazonas

 

Catálogo geral de jornais circulados no Amazonas (1851-1889) 

1867

LEI
O 1º número é de fevereiro de 1867. Terminou com o nº 2 do mesmo mês. 

JORNAL DO RIO NEGRO
O 1º número é de 1º de julho de 1867. Terminou a 13 de maio de 1868, com o nº 102. 

1868

A REFORMA LIBERAL
O 1º número é de março de 1868. Desapareceu em 1870.
Reapareceu em 2 de fevereiro de 1871. Suspendeu a publicação em 8 de abril de 1875.
Reapareceu em 15 de março de 1879. Suspendeu em 15 de julho de 1881.
Reapareceu em 23 de setembro do mesmo ano. Desapareceu definitivamente em 12 de novembro do mesmo ano. 

MERCANTIL
O 1º número é 1º de julho de 1868. Desapareceu a 31 de dezembro do mesmo ano, com o nº 151.
Precedeu o Commercio do Amazonas. 

16 DE JULHO
O 1º número é de 1º de setembro de 1868. Terminou a publicação a 18 de dezembro do mesmo ano, com o nº 8. 

1869

JORNAL DO COMMERCIO
O 1º número é de 4 de fevereiro de 1869. Deu poucos números. 

DIARIO OFFICIAL
O 1º número é de 1º de maio de 1869. Suspendeu a publicação em dezembro do mesmo ano. 

A FÉ
O 1º número é de 1º de junho de 1869. Terminou nos primeiros dias de agosto do mesmo ano, com o nº 10. 

COMMERCIO DO AMAZONAS
O 1º número é de 15 de agosto de 1869. Substituiu o Mercantil do mesmo proprietário Gregório José de Moraes.
Suspendeu a publicação em 23 de julho de 1884. Reapareceu em 1º de novembro do mesmo ano, com o nº 1. Suspendeu em 6 de março de 1886, com o nº 26.
Reapareceu em 16 do mesmo mês, com o nº 27. Suspendeu em 2 de fevereiro de 1892.
Reapareceu em 7 de fevereiro do mesmo ano. Suspendeu em 29 de março do mesmo ano.
Reapareceu em 2 de abril do mesmo ano. Suspendeu a publicação em 13 de setembro do mesmo ano, com o nº 20.
Em 15 de agosto de 1897 (domingo) circulou um número extraordinário a fim de interromper a prescrição da sua propriedade literária.

Em 14 de setembro do mesmo ano reapareceu com o nº 1, em substituição a O Imparcial. Suspendeu em 8 de agosto de 1899, com o nº 528.
Reapareceu em 15 do mesmo mês, com o nº 529. Suspendeu em 22 de fevereiro de 1900, para reaparecer dias depois.
Suspendeu em 9 de abril de 1886 do mesmo ano. Reapareceu em 21 do mesmo mês.
Suspendeu em começo de março de 1901. Reapareceu em 28 do mesmo mês.
Suspendeu em começo de março de 1902. Reapareceu em 30 do mesmo mês.
Suspendeu em 27 de setembro de 1903, com o nº 36. Reapareceu em 4 de outubro do mesmo ano, com o nº 37.
Suspendeu em 16 de fevereiro de 1904, com o nº 142. Reapareceu em 23 do mesmo mês, com o nº 143.
Suspendeu em 26 de maio de 1904, com o nº 219. Reapareceu em 1º de julho do mesmo ano, com o nº 220.
Suspendeu em 10 do mesmo mês, com o nº 225. Reapareceu em 16 do mesmo mês, com o nº 226.
Desapareceu definitivamente em 30 de dezembro do mesmo ano, com o nº 112. 

Representou, durante o largo período de 1869 à 1904, a imprensa neutra e, neste caráter, discutia todas as questões da atualidade e admitiu na sua redação colaboradores de todos os matizes.
Foi o jornal de maior circulação e aquele que criou raízes mais profundas no Amazonas.
Fora da Província e do Estado era sempre o preferido. Iniciou a imprensa diária, criou o serviço telegráfico e introduziu as ilustrações, estampando retratos de homens notáveis do Brasil e da Europa, vistas de edifícios, paisagens, lugares de importância etc. 

CORREIO DE MANÁOS
O 1º número é de 7 de setembro de 1869.  Desapareceu em março de 1870.
Reapareceu em 14 de setembro de 1881. Desapareceu definitivamente em dezembro do mesmo ano. 

MORCEGO
O 1º número é de dezembro de 1869. Terminou em 15 de janeiro de1870, com o nº 4.  (segue)

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