Recorte de A Crítica. Manaus, 27 março 1977 |
Não
se assuste, mas foi verdade. Quem, por sinal, se lembra da tentativa? Apenas
meu amigo Ed Lincon, que me cedeu os recortes de jornais aqui mostrados.
Em
1975, era prefeito de Manaus, coronel Jorge Teixeira, o Teixeirão, que remodelou
a cidade. Também investiu na recuperação do Mercado Público ou Mercadão, o
mesmo que espera “escaveirado” pela decisão do novo prefeito, porque o atual já
abandonou o bendito. A propósito, o Mercado já deve ter seis anos em ritmo de
espera... agoniza. Disputa com a Biblioteca Pública o troféu do mais longo período
de restauração. Você aposta em qual?
Teixeirão,
na época, decidiu homenagear o alcaide que embelezou o nosso Mercado, Adolpho
Lisboa. Até então, o mercado da Beira-da-praia não possuía identidade pessoal. Era
o Mercadão. Foi o coronel-prefeito que lhe serviu de padrinho, cuja denominação pegou.
Pois
bem, dois anos depois, para abrigar os permissionários do Mercadão (hoje espremidos
em abrigos ao redor do mesmo), buscou solução. Uma delas foi ocupar o cine
Politeama, desocupado, sem função já há algum tempo. Seria um mercado provisório.
Fachado Politeama onde se destacam as sereias. A Crítica, 26 março 1977 |
Em
março de 1977, o prefeito reuniu-se com os locatários do Mercadão para uma exposição
das providências. Dos planos de reforma do local de vendas. Teixeira foi
recebido com protestos, mas ao final de sua explanação, foi compreendido pelos
ouvintes e aplaudido. Tudo levava a crer que o cinema Politeama, de vasta
tradição na cidade, iria se transformar em mercado. O prazo para o início das
reformas foi adiado para depois do “inverno”, ou melhor, das chuvas.
No
entanto, desagradou à população a mudança que sofreria a casa artística. Notadamente
entre os universitários, que pugnavam para a manutenção da casa de espetáculos.
Outra dificuldade que certamente atingiria aos comerciantes e frequentadores do
mercado Politeama, seria do trânsito. Da inexistência de estacionamento para
carga e descarga, por exemplo. Juntaram-se a esses desencantos a opinião dos técnicos
da Secretaria de Saúde municipal, que levou o prefeito Teixeirão a desistir da
ideia.
Do Politeama restam hoje apenas as sereias, aquelas
mesmas que encantaram por décadas os moradores de Manaus.
Prefeito Teixeirão (à dir.) em reunião. A Notícia, 25 março 1977 |
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