Ed
Lincon (colaborou)
No inicio de maio de 1949,
o cabo Sandoval da Rocha, da Polícia Militar, recebeu do proprietário do cine
Politeama, Dr. Alberto Carreira, injusta
agressão. A despeito das medidas tomadas pelas autoridades, policiais militares
invadiram aquela casa de espetáculos e promoveram em represália tremendo quebra-quebra.
A intranquilidade tomou
conta da cidade por dias. Os boatos, o disse-me-disse, o boletim do soldado sustentavam essa situação. Confirmava o jornal A Gazeta: “a vingança dos militares que
se julgaram ofendidos na sua honra pelo Dr. Alberto Carreira da Silva, ainda
repercute no seio da opinião pública, dando motivos aos mais desencontrados
comentários por toda parte.”
O matutino prosseguiu na
lição tentando mostrar aos milicianos que “tudo passou” e, aos manauenses, assegurou
que os “briosos policiais” não mais pensam em repetir o atentado. Se houve
motivo para represálias, este desapareceu com a vingança levada a cabo em noite
passada. Portanto, encerra o periódico, todos devem voltar às suas atividades
normais e considerar o incidente encerrado.
Periódico já desaparecido em Manaus (AM) |
Dr. Carreira fez questão
de esclarecer os fatos acontecidos entre ele e o cabo Sandoval. Disse que
conversava com o graduado, e na ocasião decidiu passar a mão pelo seu ombro,
quando percebeu que algo havia caído ao chão, de pronto agachou-se, apanhou o
objeto e passou ao cabo. Só então percebeu que se tratava do “distintivo de
cabo que estava pregado na manga do dólmã com colibris”.
Recorte de A Gazeta, 7 maio 1949 |
De pronto, este
comandante atendeu ao apelo jornalístico. Para isso, coronel Corrêa recebeu a
reportagem para esclarecer os pontos nebulosos, resumindo que “não se deve dar
crédito a boatos infundados com que alguns elementos perniciosos procuram
intranquilizar as famílias”. Encerrou, fazendo provecta profissão de crença nos
elementos da Polícia Militar, que “haverão de continuar, como sempre fizeram, a
manter a ordem pública, a zelar pela vida e pela propriedade de todos”.
Com isso, a segurança
voltou a bom termo, e o cine Politeama seguiu oferecendo as deleitáveis fitas que seu dono, Dr. Alberto
Carreira, confiando na Polícia Militar, sabia oferecer para o entretenimento
dos manauenses.
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