Hoje 11, o Corpo de Bombeiros do Amazonas festeja mais um aniversário.
Quartel do Corpo de Bombeiros - Petrópolis |
São
agora 143 anos de serviços, desde que o vice-presidente da província, capitão-de-mar-e-guerra
Nuno Alves Pereira de Mello Cardoso sancionou a Portaria nº 268/1876, “mandando
observar as instruções para o serviço de extinção de incêndios”. Apesar de não
se tratar de uma corporação militar, esta data tornou-se respeitada pelas demais
congêneres, de sorte que o Amazonas possui a segunda corporação do gênero criada
no Brasil. A primeira, como é sabido, foi estabelecida na capital da Corte pelo
Imperador D. Pedro II, em 1856.
Na capital amazonense, esse serviço assemelhava-se aos bombeiros
voluntários. Com uma diferença: a administração havia determinado as obrigações
de tantos, da igreja e os sinos a anunciar o local da tragédia; dos policiais
civis e militares e demais militares; da tripulação de navios ancorados no
porto; dos aguadeiros (vendedores de água) com suas carroças; enfim, a ajuda
intimorata da população; todo esse esforço estava sob a responsabilidade do
diretor de Obras Públicas, coronel de engenheiros Leovigildo Coelho.
Bomba de incêndio |
Convém salientar que para apoiar ao trabalho dos “bombeiros”, o governo
provincial havia importado uma bomba de incêndio, estando ela armazenada na
igreja matriz, próxima de sua abertura ao culto. Exemplar dessa máquina (veja foto)
encontra-se no Museu do CBMERJ (Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de
Janeiro).
Oito anos depois desse arremedo de instituição, o presidente José
Paranaguá ousou implantar “um corpo especial de bombeiros”. Porém, os cofres
públicos não suportavam a medida. Assim se manteve, até que a República veio
modificar essa atuação.
Coube ao governador Eduardo Ribeiro (1892-96) implantar o serviço de
extinção de incêndios como corporação militar, desse modo, pode-se indicar o
primeiro comandante do Corpo – major João de Lemos, nomeado em 23 de fevereiro
de 1893.
Em 1900, com a posse do governador Silvério Nery, esse serviço foi “terceirizado”
com a implantação de bombeiros voluntários. No entanto, durou enquanto aquele
Nery foi governador. seu sucessor e irmão, Constantino Nery, restabeleceu a
organização. Então, com definhamento financeiro do Estado, o Corpo de Bombeiros
correu de ceca e meca, ou seja, ora sob a égide do governo estadual, ora do
municipal.
BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE MANAUS
Comandante Ventura |
Na metade do século passado, o Corpo de Bombeiros estava sob o controle
da Prefeitura. Cada vez mais quebrado o orçamento do Município, o depauperado
Corpo de Bombeiros municipais sofreu a ingerência dos voluntários do “comandante”
José Antonio Dias Loureiro VENTURA, desaparecido em 1961 com a morte de seu
fundador. Ventura era cidadão português, morador do bairro de Aparecida, e essa
instituição funcionou em sua residência-indústria à rua comendador Alexandre Amorim,
onde agora está erguido o Fórum.
Major Nicanor Gomes |
A instalação do Governo Militar em 1964 trouxe novos recursos para o
Estado, permitindo que as forças de segurança crescessem. A Prefeitura seguia
administrando o serviço contra incêndios. No entanto, em 1970, em afortunada decisão
do prefeito Paulo Nery, este entregou o comando do CBM ao então
tenente Nicanor Gomes da Silva, que acabara de se formar na Academia do então Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Trata-se do primeiro oficial bombeiro formado em academia do gênero. A entidade estava aquartelada na avenida Sete de Setembro, no Canto do Quintela, em prédio hoje em ruínas.
tenente Nicanor Gomes da Silva, que acabara de se formar na Academia do então Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. Trata-se do primeiro oficial bombeiro formado em academia do gênero. A entidade estava aquartelada na avenida Sete de Setembro, no Canto do Quintela, em prédio hoje em ruínas.
CORPO DE BOMBEIROS DA PMAM
Em 1972, o governo do Estado resolveu encampar este serviço. Havia duas
alternativas: ou adotar nova organização ou transferir para o Estado o corpo existente,
com pessoal e material. Foi esta a decisão. No início do ano seguinte, estava criado
o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Amazonas.
Na semana da Pátria de 1974, já com viaturas importadas com benefícios da
Zona Franca, foi inaugurado o novo quartel, no alto da rua Codajás, bairro de Petrópolis.
Onde ainda se encontra. Sob a direção da PMAM, este serviço e afins durou até 1999,
quando ocorreu o instalação do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, que segue
altaneiro cumprindo seu dístico: Alienam vitam et bona salvare, ou Vida
alheia e riquezas salvar!
Parabéns, homens e mulheres do Fogo.
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