CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, julho 14, 2019

INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ESTADOS UNIDOS


O ICBEU completou no último dia 4, comemorativo do Independence Day, seu cinquentenário. Para recordar essa festa, reproduzo a página de O Jornal, de 4 de julho de 1969.
Recorte do citado jornal


O Instituto Cultural Brasil-Estadas Unidos, entidade que está completando atualmente seus 11 anos de fundação, estará no dia de hoje, às 17 horas, inaugurando sua nova sede em nossa capital numa solenidade especialmente programada pelos dirigentes daquela entidade e que contará com a presença de diversos diplomatas do país do Tio Sam, no dia em que se comemora o “Independency (sic) Day”.

COMO NASCEU O ICBEU
O Instituto Cultural Brasil e Estados Unidos, iniciou suas atividades no ano de 1956, quando um grupo de estudiosos de Milton e Shakespeare se reuniu e fundou o ESC (English Speaking Club). Começaram a partir daquela época a serem organizados “meetings” de fim de semana, nas residências dos diversos clubista, sendo um dia a vez do Arthur Michiles, que era o mestre de cerimonias tendo que contar histórias em inglês e inventar brincadeiras e jogos; no outro, era o Américo Omena ou o Ruy Alencar, que organizavam a festa. E assim, Isaac Newton Pessoa, Edith Garcia, Francisco Rebouças, Lauro Rosas e Edgar Monteiro de Paula, enquanto praticavam o idioma inglês, estavam também lançando as bases para a fundação do Instituto Cultural Brasil - Estados Unidos que todos conhecemos atualmente.

FINALMENTE O INSTITUTO
Com o passar do tempo, as reuniões de estudos foram se tornando cada vez mais movimentadas, e finalmente em 1958, na sede antiga da Associação Atlética Banco do Brasil, na rua Marechal Deodoro, onde aliás funcionava uma sala de aula do antigo English Speaking Club, realizou-se a reunião na qual o Club foi transformado no atual Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (ICBEU). Daí por diante, o ICBEU continuou ganhando novos adeptos, mas os ideais primitivos se mantiveram firmes: os velhos iniciadores, como Manuel Gonzalez y Gonzalez, Mário Belém, Isabel Silva, José Bernardo Silva e Daniel Chaves, perseveraram. E os antigos simplesmente se confundiram com os novos e hoje, como sempre foi, ainda persiste a ideia antiga de que vale a pena trabalhar sem esperar recompensa. Não é que não exista recompensa, pois Dilma Dantas, Sonia Vieiralves, Roberto Vieira, Jaime Salgado, Vera e Fátima Gonçalves, Jesus Leong, alguns deles ex-alunos e hoje professores, outros diretores e alguns até colaboradores espontâneos, são recompensados. (...)


A SEDE PRÓPRIA
A sede própria era uma ideia tão antiga como a de se fundar o Instituto, começando os integrantes do Instituto pela tese de que quem quer investir deve começar poupando, tendo por isso mesmo sido feita a poupança para a construção da sede própria durante nada menos que nove longos anos. Quando se constatou que já havia recursos suficientes, organizou-se um grupo de trabalho e iniciou-se um plano especial para a obra. Diversas agências financeiras e fundações do Brasil e dos Estados Unidos receberam exemplares do Projeto.
Montou-se em seguida, um esquema de utilização de recursos ainda disponíveis à medida que novas (?) para a captação de numerários surgiam. Uma delas foi a de emissão de títulos de sócios proprietários. Cem títulos - vendidos aliás, com muito trabalho, porque se desacreditava que a sede se tornasse um dia realidade, mesmo assim todos [foram] vendidos. Ninguém nunca se cansou em vender a ideia do ICBEU, uma escola de língua inglesa em moldes dos mais modernos, laboratório linguístico, biblioteca com mais de 5.000 volumes, auditório para exposições de artistas amazonenses e convidados especiais, de outros Estados, além de uma área de secretariado bilíngue.
Francisco Assis Portela, engenheiro-estudante, foi quem comprou a ideia em primeiro lugar. E foi um dos primeiros contratos da Certam Engenharia e Comércio Ltda. Portela animou-se pela ideia e em apenas duas reuniões já se contava com o orçamento preparado, o qual até o dia do encerramento da obra não sofreu qualquer reajuste. Os cronogramas financeiros funcionavam e o prédio ia subindo.
Há muito tempo o USIS (United States Information Service), examinava o projeto da nova sede do ICBEU. Foi quando John Mowinckell, conselheiro da Embaixada Americana no Rio de Janeiro, em viagem que eventualmente fez ao Amazonas, foi cativado pelo projeto e conseguiu fazer se interessar mais o USIS pelo caso, em Washington. Depois de um longo período de conversações, aquela entidade doou ao Instituto a quantia de 33.000 dólares, os quais permitiram a conclusão da obra, localizada à av. Joaquim Nabuco, 1286. (...)

A INAUGURAÇÃO DA SEDE
Como parte das comemorações do Independence Day, dia da Independência dos Estados Unidos, uma ilustre comitiva de visitantes chegará a nossa capital com a finalidade de assistir as solenidades de inauguração do novo prédio do Instituto Cultural Brasil - Estados Unidos, localizado na Av. Joaquim Nabuco. Dentre as personalidades presentes destacam-se os seguintes diplomatas: ministro Hewson Ryan, vice-diretor do USIS em Washington, e enviado especial do Sr. Frank Shakespeare, diretor-geral do USIS, que é o órgão encarregado da preparação da programação da Voz da América e de todo o noticiário de divulgação dos Estados Unidos. (...)
Além desta, outra comitiva também não menos ilustre estará presente às solenidades de logo mais as 17 horas, presidida pelo sr. Edgar Barbosa Ribas, presidente da Confederação Latino-Americana e presidente da Federação Brasileira de Companheiros da Aliança, no Rio; Sr. Jaime Messender, presidente do Comitê da Bahia, Sr. João Agripino Neto, presidente do Comitê da Paraíba, e membro do Conselho Administrativo da Federação dos Companheiros da Aliança; e o almirante Tércio Cesar Pires Rabelo, do Comité do Rio Grande do Norte.

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