O ICBEU completou no último dia 4, comemorativo do Independence Day, seu cinquentenário. Para recordar essa festa, reproduzo a página de O Jornal, de 4 de julho de 1969.
Recorte do citado jornal
O Instituto Cultural Brasil-Estadas
Unidos, entidade que está completando atualmente seus 11 anos de fundação,
estará no dia de hoje, às 17 horas, inaugurando sua nova sede em nossa capital
numa solenidade especialmente programada pelos dirigentes daquela entidade e
que contará com a presença de diversos diplomatas do país do Tio Sam, no dia em
que se comemora o “Independency (sic) Day”.
COMO NASCEU O ICBEU
O Instituto Cultural Brasil e
Estados Unidos, iniciou suas atividades no ano de 1956, quando um grupo de
estudiosos de Milton e Shakespeare se reuniu e fundou o ESC (English Speaking
Club). Começaram a partir daquela época a serem organizados “meetings” de fim
de semana, nas residências dos diversos clubista, sendo um dia a vez do Arthur Michiles,
que era o mestre de cerimonias tendo que contar histórias em inglês e inventar brincadeiras
e jogos; no outro, era o Américo Omena ou o Ruy Alencar, que organizavam a festa.
E assim, Isaac Newton Pessoa, Edith Garcia, Francisco Rebouças, Lauro Rosas e Edgar
Monteiro de Paula, enquanto praticavam o idioma inglês, estavam também lançando
as bases para a fundação do Instituto Cultural Brasil - Estados Unidos que todos
conhecemos atualmente.
FINALMENTE O INSTITUTO
Com o passar do tempo, as
reuniões de estudos foram se tornando cada vez mais movimentadas, e finalmente
em 1958, na sede antiga da Associação Atlética Banco do Brasil, na rua Marechal
Deodoro, onde aliás funcionava uma sala de aula do antigo English Speaking
Club, realizou-se a reunião na qual o Club foi transformado no atual Instituto
Cultural Brasil-Estados Unidos (ICBEU). Daí por diante, o ICBEU continuou ganhando
novos adeptos, mas os ideais primitivos se mantiveram firmes: os velhos iniciadores,
como Manuel Gonzalez y Gonzalez, Mário Belém, Isabel Silva, José Bernardo Silva
e Daniel Chaves, perseveraram. E os antigos simplesmente se confundiram com os novos
e hoje, como sempre foi, ainda persiste a ideia antiga de que vale a pena trabalhar
sem esperar recompensa. Não é que não exista recompensa, pois Dilma Dantas, Sonia
Vieiralves, Roberto Vieira, Jaime Salgado, Vera e Fátima Gonçalves, Jesus Leong,
alguns deles ex-alunos e hoje professores, outros diretores e alguns até colaboradores
espontâneos, são recompensados. (...)
A SEDE PRÓPRIA
A sede própria era uma ideia
tão antiga como a de se fundar o Instituto, começando os integrantes do Instituto
pela tese de que quem quer investir deve começar poupando, tendo por isso mesmo
sido feita a poupança para a construção da sede própria durante nada menos que
nove longos anos. Quando se constatou que já havia recursos suficientes, organizou-se
um grupo de trabalho e iniciou-se um plano especial para a obra. Diversas agências
financeiras e fundações do Brasil e dos Estados Unidos receberam exemplares do
Projeto.
Montou-se em seguida, um esquema
de utilização de recursos ainda disponíveis à medida que novas (?) para a captação
de numerários surgiam. Uma delas foi a de emissão de títulos de sócios
proprietários. Cem títulos - vendidos aliás, com muito trabalho, porque se
desacreditava que a sede se tornasse um dia realidade, mesmo assim todos [foram]
vendidos. Ninguém nunca se cansou em vender a ideia do ICBEU, uma escola de
língua inglesa em moldes dos mais modernos, laboratório linguístico, biblioteca
com mais de 5.000 volumes, auditório para exposições de artistas amazonenses e
convidados especiais, de outros Estados, além de uma área de secretariado bilíngue.
Francisco Assis Portela, engenheiro-estudante,
foi quem comprou a ideia em primeiro lugar. E foi um dos primeiros contratos da
Certam Engenharia e Comércio Ltda. Portela animou-se pela ideia e em apenas
duas reuniões já se contava com o orçamento preparado, o qual até o dia do
encerramento da obra não sofreu qualquer reajuste. Os cronogramas financeiros
funcionavam e o prédio ia subindo.
Há muito tempo o USIS (United
States Information Service), examinava o projeto da nova sede do ICBEU. Foi quando
John Mowinckell, conselheiro da Embaixada Americana no Rio de Janeiro, em
viagem que eventualmente fez ao Amazonas, foi cativado pelo projeto e conseguiu
fazer se interessar mais o USIS pelo caso, em Washington. Depois de um longo
período de conversações, aquela entidade doou ao Instituto a quantia de 33.000
dólares, os quais permitiram a conclusão da obra, localizada à av. Joaquim
Nabuco, 1286. (...)
A INAUGURAÇÃO DA SEDE
Como parte das comemorações
do Independence Day, dia da Independência dos Estados Unidos, uma ilustre
comitiva de visitantes chegará a nossa capital com a finalidade de assistir as solenidades
de inauguração do novo prédio do Instituto Cultural Brasil - Estados Unidos, localizado
na Av. Joaquim Nabuco. Dentre as personalidades presentes destacam-se os
seguintes diplomatas: ministro Hewson Ryan, vice-diretor do USIS em Washington,
e enviado especial do Sr. Frank Shakespeare, diretor-geral do USIS, que é o
órgão encarregado da preparação da programação da Voz da América e de todo
o noticiário de divulgação dos Estados Unidos. (...)
Além desta, outra comitiva também
não menos ilustre estará presente às solenidades de logo mais as 17 horas, presidida
pelo sr. Edgar Barbosa Ribas, presidente da Confederação Latino-Americana e presidente
da Federação Brasileira de Companheiros da Aliança, no Rio; Sr. Jaime Messender,
presidente do Comitê da Bahia, Sr. João Agripino Neto, presidente do Comitê da
Paraíba, e membro do Conselho Administrativo da Federação dos Companheiros da
Aliança; e o almirante Tércio Cesar Pires Rabelo, do Comité do Rio Grande do
Norte.
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