CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

segunda-feira, julho 22, 2019

DETALHES MANAUARAS



Rastreando a coleção de O Jornal circulado há 50 anos, em busca da descrição do primeiro passo humano na superfície lunar, esbarrei com dois anúncios bem simbólicos. Ao menos, para mim.

O Jornal, 17 julho 1969
 Começo pelo Fazano lanches, anunciando o encerramento de suas atividades, ocasião em que “avisa aos seus amigos que os utensílios de nossa propriedade acham-se à venda”. Esse estabelecimento, de propriedade de Salomão Abrahão, funcionava na avenida Eduardo Ribeiro, próximo à rua Saldanha Marinho. Nada de formidável, o lanche apenas uma porta adequada e um balcão central com bancos em semicírculo. De sorte que ficávamos de frente para os salgados e outras guloseimas. Apenas um atendente, acredito que filho do dono, o qual muito cortês fazia a diferença.
 
Estampado em O Jornal, 17 de julho de 1969
O outro era o anúncio comercial do Dr. Pythagoras Miranda, que cuidava de “doenças de senhoras”. Hoje, um ginecologista. Seu consultório estava no Edifício Lobras, no ponto central da cidade, então referência em Manaus. O endereço residencial – praça Ribeiro Junior, 348 – 2º andar. Fone: 2-35-69.
Aqui se amarra meu simbolismo. Recém-casado, eu morava no 3º andar do Edifício Lilac, ou seja, no andar de cima do conceituado médico. A praça, existente atrás do quartel da Praça da Polícia, desapareceu; o edifício, porém, segue no mesmo lugar, apenas alterou o nome e aceitou algumas antenas de transmissão telefônica no teto.
 
Nobre, dados da sepultura
Outro detalhe: cunhado de Pythagoras, o major Nobre (José Antônio Ferreira), que foi comandante do 27 BC, então aquartelado onde hoje está situado o Colégio Militar de Manaus, promoveu (verdadeiro ou não) farta coletânea de causos, narrados por seus comandados. Em especial, o soldado de ordem, que se abalava do quartel ao bairro de São Raimundo, a fim de levar e trazer notícias da bem-amada do militar.

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