CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

segunda-feira, junho 21, 2010

Anisio Thaumaturgo Soriano de Mello

Anisio Mello completaria hoje 83 anos. Não conseguiu, pois, morreu em 11 de abril passado. A confraria do Armando teria antecipado para o chá da sexta o alegre evento. Tudo isso não pode ser realizado, mas vou publicar parte do currículo do aniversariante, como homenagem póstuma.

Anisio, em Eirunepé (AM), 1980

Anísio Mello nasceu a 21 de junho de 1927, em Itacoatiara (AM). Filho de Octaviano Augusto Soriano de Mello, magistrado, escritor, tupinólogo e poeta, e da artista plástica Esther Thaumaturgo Soriano de Mello. São seus avós paternos, Anísio Ferreira de Mello, comerciante, e dona Palmira Soriano de Mello, e maternos, Cel. Rufino Thaumaturgo e dona Maria Helena de Oliveira Thaumaturgo.


Herdou dos pais a vocação pelas letras e pelas artes. “É pintor, é músico e é poeta”, no dizer do saudoso poeta Américo Antony, tendo participado de várias exposições nacionais e internacionais. Fez exposições de pinturas em São Paulo, e no exterior. A convite da embaixada brasileira em Paris, conquistou, em 1948, a “Medalha de Ouro”, no Salão da França Livre.

Abstrações, 2008


Possui várias composições musicais e dezenas de livros publicados, versando sobre assuntos diversos: poesia, crítica literária, ensaios, folclore e linguística. Além dos livros publicados possui farta bagagem literária inédita.


Fundou e dirigiu com sua esposa, jornalista Maria Lindalva de Mello, em São Paulo, a RIOS – Rede de Imprensa e Orientação Social, tendo como carro-chefe o jornal Correio do Norte, divulgador da Amazônia no sul do país.


Iniciou sua carreira literária e jornalística na imprensa estudantil, tendo dirigido “O Centro”, do Centro Estudantil Plácido Serrano, e outros jornais dessa linha em Manaus. No “O Eco” e na revista “Amazonas Ilustrado”, de sua feitura, teve realmente sua primeira oportunidade, pois antes colaborava esparsamente nos jornais de Manaus.

Manteve uma coluna permanente na RIC – Revista de Informação e Cultura, em São Paulo, escrevendo sobre folclore. Lira Nascente, seu primeiro livro, lançado em Manaus, em 1950, foi decisivo na sua carreira literária.

Pertenceu as seguintes instituições culturais: Sociedade Amazonense de Estudo Literário (SAEL); Sociedade Amazonense de Imprensa Estudantil; Grêmio Álvares de Azevedo, Grêmio Gonçalves Dias, Centro Estudantil Plácido Serrano e União dos Estudantes do Amazonas.

Foi membro da União Brasileira de Escritores – UBE (SP / AM / DF); da Sociedade Geográfica Brasileira (SP); da Academia Brasileira dos Novos (SP); Patrono da Casa de Cásper Líbero (SP); do Museu de Arte de São Paulo (MASP); presidente do Conselho Estadual de Cultura do Amazonas e diretor do Liceu de Artes do Amazonas Esther Mello. Bacharelado em Filosofia, tendo cursado Línguas Neolatinas nas Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras “Oswaldo Cruz” e Anchieta, da Ordem Jesuíta, onde concluiu o curso de Letras em 1972, em São Paulo.


Foi presidente e fundador do Sindicato dos Escritores do Amazonas, gestão 1993/95, em Manaus. Presidente do Clube da Madrugada, gestão 1999/2000/2001/2003.
Impressões, 2008

CURSOS:
  • Primário, no Grupo Escolar Barão do Rio Branco e Marechal Hermes, em Manaus (AM) em 1941;
  • Admissão ao ginásio, na Escola Brasileira de Manaus, 1942;
  • Ginasial, no Colégio Estadual do Amazonas, Manaus 1947;
  • Clássico, no mesmo colégio, em 1950;
  • Belas Artes, na Escola de Arte Cristo Redentor, Manaus, 1947;
  • Literatura e Jornalismo, no Sindicato dos Profissionais da Imprensa de São Paulo (SP), 1963;
  • Cerâmica Brasileira, na Sociedade Geográfica Brasileira, S. Paulo, 1961;
  • Línguas Neolatinas, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Oswaldo Cruz, São Paulo, 1969 e 1970;
  • Transferiu-se para o Curso de Letras, Vernáculo, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora Madianeira – Faculdade Anchieta de São Paulo – FASP, concluindo o curso em 1972.
Obras Publicadas:


  • LIRA NASCENTE, poesia. Prefácio do desembargador André Araújo e contracapa do poeta Américo Antony. Manaus: Imprensa Oficial, 1950.
  • MINHAS VITÓRIAS RÉGIAS, poesia.Manaus: Correio de Notícias, 1952.
  • ALGUNS POEMAS, poesia, em conjunto c/o vol. anterior, Manaus, 1952.
  • REMANSO, poesia. São Paulo: Calvário, 1958, 2a ed. 1959.
  • A FACE POÉTICA DE JÂNIO, ensaio crítico, prefácio de Jorge Medauar, São Paulo, 1962.
  • ESTÓRIAS E LENDAS DA AMAZÔNIA – Antologia Ilustrada do Folclore Brasileiro, 2a de 8 volumes, apresentação de Afonso Schimidt, ilustração de J. Lanzellotti. São Paulo: Edigraf, 1962.
  • ESTRELAS DO MEU CAMINHO, poesia. São Paulo: Ed. Calvário, 1962.
  • PÁGINAS DE CRÍTICA, crítica literária, prefácio de Jairo César de Siqueira e vinhetas do autor. São Paulo, 1964.
  • BORRACHA E SERINGUEIRO, plaqueta, São Paulo, 1964.
  • LIRA AMAZÔNICA, antologia ilustrada pelo autor, 1º vol. Amazonas, Acre, Roraima, Acre, Roraima e Rondônia. São Paulo: Luzes Gráficas Editora, 1965.
  • AMAZÔNIA NA ORDEM DO DIA, plaqueta, São Paulo, 1967.
  • FESTA GERAL, poesia, prefácio de Alencar e Silva. São Paulo: Ed. Vitória Régia, 1977.
  • VIBRAÇÕES, poesia. 1a. ed, São Paulo: Ed. Vitória Régia, 1981. 2a. ed. Manaus: SCA/ Imprensa Oficial, 1983.
  • DE BUBUIA E OUTROS POEMAS AMAZÔNICOS, Ed. Arte Educação, Série Poetagem nº. 9/85. Manaus: SEDUC, 1985.
  • SEXAGÉSIMA STELLA, poesia. Manaus: Coopea Editora/Ed. do Liceu, 1992.
  • VOCABULÁRIO ETIMOLÓGICO TUPI DO FOLCLORE AMAZÔNICO, filologia, prefácio de padre Nonato Pinheiro. Manaus:, Editora da UA/ Suframa, 1983.
  • KALEIDOSCÓPIO, haikais. Manaus: Editora Valer, 2002.
Obras Inéditas:

  • VEREDA DO SONHO, sonetos, prefácio de Luiz Bacellar.
  • ESTRELA VIVA, poesia.
  • LIRA AMAZÔNICA, antologia, II vol., Pará e Amapá.
  • CRONISTAS DA AMAZÔNIA, antologia, III volume.
  • IGAPÓ – estórias e lendas amazônicas, folclore.
  • SINAL DE VIDA, autobiografia, em preparo.
  • AMAZONAS SEM FIM, ensaio, em preparo.
  • NOTAS DE UM REDATOR, seleção de artigos publicados pelo autor.
  • CONVITE A POESIA, poesia.
  • LIRA SELETA, poesia.
  • ROTEIRO TURÍSTICO DO AMAZONAS, guia turístico.
  • DICIONÁRIO ILUSTRADO DO FOLCLORE AMAZÔNICO, 3000 verbetes.
  • POESIA TUPI, antologia e notas.
  • CONTOS E CRÔNICAS.
  • NOSSA LÍNGUA, estudos fisiológicos publicados c/ pseudônimo.
  • O TUPI NO PORTUGUÊS DO BRASIL, estudos fisiológicos.
  • TROVAS EM PROVA, poesia.
  • PENTACÓRDIO, poemas, em cinco idiomas.
  • COLECIONADOR DE MOMENTOS, pensamentos poéticos e filosóficos.
  • OCTAVIANO MELO - Poeta, ensaio.
  • ÁLVARO MAIA – Poeta, ensaio.
  • HEMETÉRIO CABRINHA – Poeta, ensaio.
  • INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA LITERATURA RUSSA CONTEMPORÂNEA, ensaio.
Breve, nova postagem sobre a atividade de Anísio Mello.

4 comentários:

  1. Meu Deus do Céu, onde estão as autoridades que esquecem das pessoas que fazem o nosso Estado. sou presidente da União dos Estudantes do Amazonas e fui presidente do Centro Estudantil Plácido Serrano, e aluno de Anísio Mello, no Liceu de Artes Esther Mello, em 1986/87. Lembro-me que no ano de 2001, numa confusão estudantil no Uninorte, Anísio deu abrigo aos nossos representantes que panfletavam na frente daquela instituição e foram covardemente conduzidos ao 1. DP para "averiguações" coisa do tempo da Ditadura. Anísio corajosamente saiu em defesa dos nossos líderes estudantis e foi até o Distrito protestar o ato arbitrário que não se consolidou por sua intervenção e do nosso advogado que foi acionado na mesma hora. Deus o tenha em bom lugar meu amigo, pois só agora através deste excelente blog tive a oportunidade de saber do seu passamento.
    Vamos todos reverenciar sua memória, e parabéns ao Coronel pela sua iniciativa.

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  2. minha filha pediu para pesquisar sobre sua biografia, pois pediram na escola, confesso que ao ler sua vida, fiquei muito admirado e um exemplo de fé e coragem...parabens coronel seu site conta nossa historia.

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  3. Você foi no aniversário do meu pai, no ano de 2007, quando eu tinha apenas 5 anos, agora, com 18, venho aqui através de uma conversa desinteressada, saber um pouco mais sobre o famoso 'Homem dos 7 instrumentos' espero ter te dado um abraço enquanto vivo, senão fique com um abraço em alma.

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