O
Corpo de Bombeiros Municipais de Manaus passou a ocupar o quartel da avenida
Sete de Setembro (cujo prédio encontra-se em escombros) em 1963. A prefeitura local
desdobrava-se para melhorar o serviço dos “homens do fogo”. Dessa maneira, ia
levando. Até que, quase ao final da década de 1960, enviou ao Corpo de Bombeiros
da Guanabara um aluno oficial - Nicanor Gomes da Silva. Tratava-se do único
bombeiro na corporação manauara com o curso médio completo.
Nicanor Silva (foto do jornal) |
Em
1969, Nicanor concluiu o Curso de Formação de Oficiais Bombeiros, com a conquista
do 8º lugar, entre 23 alunos, todos da Guanabara. Ano passado, fui consultado
para oferecer o endereço do Nicanor, pois sua turma iria comemorar o
cinquentenário de formatura. Acredito que ele foi alcançado.
Concluído
o curso, esse oficial efetuou um estágio em organização militar, de forma que
somente desembarcou em Manaus, em março de 1970. Levado ao prefeito de Manaus,
Paulo Pinto Nery, conquistou aquele alcaide e foi nomeado major comandante do Corpo
de Bombeiros de Manaus, ainda pertencente à prefeitura. O restante da história
do major Nicanor registrei em Bombeiros do Amazonas (Valer, 2012).
O
registro da visita ao prefeito, texto aqui compartilhado, saquei do matutino A
Crítica (10 março 1970).
O Corpo de Bombeiros
que vive na esperança de um dia melhorar, parece que está com os trunfos na
mão. O primeiro oficial de escola chegou sexta-feira passada na capital amazonense
após três anos de estudos no Corpo de Bombeiros da Guanabara onde aprendeu, por
meios modernos, a combater o fogo e ajudar o próximo.
O jovem Nicanor Silva,
que ontem se apresentou ao prefeito municipal, acha que os bombeiros necessitam
de mais incentivos e, acima de tudo, melhores apetrechos para o trabalho
cansativo e sobre-humano que desempenham vontade de trabalhar e de executar uma
reforma, se for pedido ao novo aspirante pelo chefe da comuna, ele tem. Seja no
setor financeiro ou mesmo no técnico e assistencial, tudo isso, pode executar o
primeiro graduado de escola.
TRUNFOS NAS MÃOS
Ao chegar em Manaus no
sábado passado, o aspirante Nicanor Silva formado pelo Corpo de Bombeiros da
Guanabara, numa turma de 23, ficou estarrecido com as condições dos Bombeiros
de Manaus, onde, segundo afirma, falta muita coisa para ser verdadeiramente uma
corporação. O primeiro graduado-de-escola, dentro de suas possibilidades,
pretende fazer um esforço se for permitido para melhorar as comissões dos seus
colegas de farda, que lutam pelo povo com um trabalho dos mais perigosos mesmo em
condições.
Com os primeiros
trunfos nas mãos, se encontra a corporação dos homens do fogo, que com a
compreensão do prefeito deverá executar uma verdadeira reforma na corporação.
Major Nicanor Gomes Silva |
MAIS INCENTIVOS
Recebendo muito pouco
pelo trabalho perigoso que faz, o Bombeiro necessita verdadeiramente de mais
incentivos. Há poucos dias os bombeiros terminaram um trabalho de evacuação de
mais de oito famílias que estavam na iminência de morrerem soterradas, as
mangueiras e outras árvores balançavam ao compasso do vento, enquanto os
bombeiros faziam o trabalho de retirada das árvores na base do muque com um
machado, tudo isso porque o barranco podia cair e com ele os grossos troncos arrasariam
as pequenas casas existentes na beira-mar do Educandos. Recebem verdadeiramente
pouco pelo trabalho, quando outrora eram equiparados aos vencimentos na Polícia
Militar do Estado. Para um plantão de 24 horas é necessária em toda corporação uma
boa alimentação, e no Corpo de Bombeiros a rancho é precário.
Olá Roberto. Você teria o contato do Major Nicanor Gomes? A turma dele está procurando por ele. Pois todo ano, eles se reúnem em um almoço. E meu pai que também é militar, e participa dos almoços, quer que ele vá. Obrigada desde já.
ResponderExcluirOlá Renatha, sou filho do Sr. Nicanor. Atualmente mora em Foz do Iguaçu desde 2014.
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