Quartel em Petrópolis (1975) |
O serviço de extinção de incêndios e outros sinistros afins, estava
sob encargo do Corpo de Bombeiros da PMAM, desde 1973. Aquartelado na rua
Codajás, no bairro de Petrópolis, cuidava da cidade, embora o centro exigisse
mais preocupações.
Há 25 anos, era comandante do Corpo o tenente-coronel Deusamar Assis
Nogueira que, em entrevista ao matutino A Crítica (16 março 1995), melhor
expressou essa e outras preocupações.
O comandante do Corpo de Bombeiros,
coronel PM Deusamar Assis Nogueira, disse ontem que o centro da cidade de Manaus
é um barril de pólvora, com as lojas do centro comercial muito próximas umas
das outras, e prédios que não têm condições básicas de segurança, como por
exemplo, em áreas destinadas a tubulação e depósito para água, além da
utilização de materiais elétricos de 3ª categoria.
De acordo com o coronel, o único edifício
que tem heliporto (plataforma apropriada para descida de helicópteros em casos
de incêndio) é o Cidade de Manaus, na avenida Eduardo Ribeiro. Apesar da
maior escada da corporação ter apenas 37 metros, que corresponde a um prédio de
10 andares, o comandante Deusamar Assis afirma que, em casos de incêndio, os
policiais estão equipados para evitar grandes catástrofes. A operação de
salvamento aéreo, segundo ele, é umas das técnicas mais utilizadas nestes
casos, em parceria com helicópteros da Aeronáutica.
Mas o sucesso da operação depende do tipo
de perigo enfrentado. “Em determinados casos de incêndio em prédios altos, o
pouso do helicóptero é praticamente impossível, quando o ar se torna rarefeito”,
disse o coronel. Ele citou o exemplo do incêndio no Edifício Joelma, em
São Paulo, em que o helicóptero não teve acesso ao heliporto do prédio. Desta
forma, o salvamento deve ser feito de um prédio para outro, com cabos (cordas),
ou do prédio para os carros, quando não existirem outros prédios em volta. “O
ideal seria que tivéssemos uma escada maior, com cerca de 44 metros”, disse
ele. Esta poderia ser mais uma alternativa.
Ele também explicou que há situações em
que o fogo tem início nos últimos andares do prédio, facilitando a saída das
pessoas, que podem descer. Este é mais um dos casos em que o pouso de um
helicóptero se torna inviável. As escadas externas, como no Banco Central, em
Brasília, as portas corta-fogo muito utilizadas nas modernas construções, e
escadas clausuradas, usadas somente por funcionários do prédio e em casos de
perigo, são alternativas para maior proteção do usuário. “O proprietário do
prédio, com a intenção de tornar a obra mais barata, acaba utilizando muitas
vezes materiais de péssima qualidade, colocando em risco a vida dos usuários”,
explicou o comandante Deusamar Assis. No edifício da Lobras, por
exemplo, as escadas possuem cerca de 80 centímetros, fora de qualquer padrão de
engenharia. Para o comandante, o pânico é a principal causa da morte de muitas pessoas
em situações de risco.
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