Bilhetes de passagem, preenchidos a mão (abaixo) e na impressora matricial |
Viajantes
de voo noturno, saímos (viajo com a mulher e a filha infante) de casa às duas
da manhã e alcançamos o hotel Ouro Branco, em João Pessoa (PB), às dezesseis
horas. Portanto, se a conta é simples, o resultado é cansativo. A viagem
concedeu-me algumas descobertas. Ao menos, penso assim.
Primeira
descoberta: as condições impressas no “bilhete de passagem” não condizem com a
realidade. Após o governo ter apertado as companhias aéreas no quesito da pontualidade,
e a Anac, na informação de atraso, há uma escamoteação dos dados.
Explico:
no impresso emitido no balcão de passageiros, para a viagem entre Manaus e Rio,
havia a indicação de cinco horas de voo (saída 4h10 e chegada 9h15, contado o
fuso horário). Tao logo a aeronave iniciou o trajeto, somos informados de que o
tempo de voo será de três horas e meia. E assim ocorreu. Dessa maneira, nenhum avião
terá atraso registrado.
A
mesma informação cabia no trecho entre Rio e João Pessoa (PB). Saída as 12h25 e
chegada 15h25, no entanto, a viagem foi realizada em duas horas e meia. Haja embromação.
Na
parada do Galeão, tive tempo para muitas coisas. Uma delas, conferir os preços
dos estabelecimentos de alimentos. A mudança de portão para o embarque, realizada
às pressas; a maneira apressada de anunciar o embarque realizada por
funcionários das empresas; o costume de passageiros de formar uma fila tão logo
é anunciado o embarque, nesse dia, para mim demorou uns bons quinze
minutos; e a disputa pelas poltronas,
marcadas desde antes.
Tive
ainda espaço para lembrar os tempos em que a aquisição e o voo eram realizados
sem tantos atropelos. O bilhete de passagem era preenchido a mão. Isso mesmo. Veja
a ilustração. Qual um livreto, o bilhete era composto de várias páginas de
cores diferentes; e para cada trecho, uma folha. Daí o cuidado na viagem, pois
se um agente de aeroporto sacasse uma folha diferente ou mais que essa, o
transtorno seria respeitável.
Duas empresas do ramo já desaparecidas: a própria VASP e a agência Danubio Turismo (abaixo) |
Hoje,
nem bilhete existe. Existe um código com localizador, que pode ser alcançado e
armazenado pelo celular. No entanto, qualquer mudança (de horário, de dia e
outros detalhes mais) acarreta a cobrança de multa. Ao viajar hoje, a gente tem
que consultar não somente o bolso ou as milhas, mas igualmente os astros, a
meteorologia e outros possíveis empecilhos.
Novo
lembrete deve preocupar os passageiros da GOL: o farnel com o lanche. Porque
diverso de tempos passados, quando a gente se refastelava a bordo com comida e
bebida reforçadas, agora o combo (sanduiche+bebida fria ou quente+acompanhamento)
da GOL custa R$20. Meu amigo Zemaria Pinto que experimentou o cardápio,
desaprovou. Eu optei por carregar meu kit alimentação.
Outra
embromação é o hotel. Conto sobre isso, a seguir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário