Capa da plaqueta |
Convém lembrar que o GEF (Grupamento de Elementos de Fronteira) foi precursor de o atual
Comando Militar da Amazônia, transferido de Belém (PA) para Manaus (AM), em
julho de 1969.
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Manaus inteira e as populações ribeirinhas
da Amazônia, já incorporaram o Grupamento de Elementos de Fronteira – o seu
familiar GEF – na sua intimidade, como elemento de ordem, de paz, de ajuda e,
que a todos procura servir dentro de o mais alto sentido de compreensão e
fraternidade.
Anos
atrás, de 1920 a 1942, cabia ao 27º BC remeter, a pontos escolhidos da
fronteira, os homens que iriam constituir os então chamados Destacamentos de
Fronteira.
Pontilhava-se
a imensa linde (sic) brasileira com cinco países amigos, num desenvolvimento de
9.000 km, com um pugilo de heroicos e denodados soldados que seriam, em
verdade, aquilo que a História lhes reservara: traço de união entre o português
– arguto militar de ontem – e o brasileiro consciente de hoje.
O
aumento crescente das populações nas sedes dos Elementos de Segurança,
originando problemas de assistência e sobrevivência, de vulto, indicava a
criação de um comando para atender especificamente à tropa de fronteira. A 2 de
abril de 1949 foi criado o Comando de Elementos de Fronteira (CEF), a cargo de
major de infantaria e independente do 27º BC.
Antigas
e já confessáveis aspirações de outros povos voltavam-se para o vasto espaço
amazônico no sentido de nele abrigar os excedentes demográficos de outras
regiões do globo.
Diante
dessa realidade, agravada com o fluxo crescente de suprimentos; aumento
progressivo de efetivos; surgimento de necessidades novas no campo de
assistência medica, educacional e de toda gama de aspecto social; tudo isso
impôs e deu nascimento, em Manaus, de um alto escalão de comando, sob a
autoridade de general-de-brigada, contando com Estado-Maior e órgãos de
serviço, capaz de atender à complexidade e à magnitude dos problemas.
Quartel que abrigou o 27º BC e o GEF, hoje ocupado pelo Colégio Militar de Manaus |
Surgiu
assim, em 1960, a estrutura do atual GEF, que hoje está de parabéns ao
comemorar 17 anos de existência.
O após Revolução
A
Revolução de 31 de março de 1964 ecoou na Amazônia, no setor do Exército, em
termos de grandes realizações, com reflexos imediatos na estrutura econômica,
politica e social dessa imensa área.
Logo
após a implantação do novo estado de coisas no Brasil, lá pelos meses de agosto
ou setembro, a nossa fronteira, em Mato Grosso e em Rondônia, sofreu o impacto
da onda de fugitivos e mesmo de combatentes que, da Bolívia, demandavam ao
nosso território, no fragor da luta fratricida que assolava aquele país amigo.
O
GEF teve ação destacada nessa emergência, cabendo-lhe entrar em ação militar
contra bolivianos armados, fazendo-os prisioneiros e internando-os de acordo
com as normas do Direito Internacional e dos convênios e tratados firmados. A
paz e a ordem foram levadas às regiões do Alto Madeira e Guaporé.
Sem
estar ainda nesta terra, tive oportunidade de, como membro do Gabinete do
ministro Costa e Silva, tomar parte, junto do comandante do GEF e do CMA,
nessas operações de âmbito nacional, constatando a flexibilidade, a rapidez de
ação e o alto espírito militar demonstrado pela tropa na guarda de nossas
fronteiras.
Os
ensinamentos dessas operações, somados aos anteriormente acumulados, indicaram
novos rumos a seguir na Amazônia, tendentes a aumentar a eficiência da tropa
aqui destacada. Graças à obra revolucionária, de contenção e de bom emprego dos
recursos da Nação, foi possível ao atual Governo da República dedicar maiores
meios ao Exército, particularmente na região amazônica, tornando-o mais apto a
cumprir sua missão de vigiar e defender essa imensa área que orça por dois
milhões de quilômetros quadrados, somente no setor do GEF. (segue)
Senhor Coronel Roberto
ResponderExcluirBuscando elementos dos idos de 1960 sobre o GEF e seu comandante o Coronel (na época)Darcy Lázaro deparei com seu blog que me trouxe lágrimas de saudade.
Sou viúva de um oficial que acompanhei à 7a. Cia de Fronteira em Tabatinga. O lema da Cia. era "Marcamos os limites da pátria. Há que ser forte".
Infelizmente o Brasil é um país sem memória. Vivi ali naquela clareira aberta na floresta, às margens do espetacular Solimões minha lua de mel colaborando com meu tenente idealista com quem dividi sonhos de uma vida feliz que durou 54 anos.
Consegui algumas fotos da época em que era construído o novo aquartelamento, pois o antigo já estava condenado a desaparecer, pela erosão comum na região. Então vivi a Amazônia e esperei meu amado que participava das marchas comandadas pelo coronel Darcy
Lázaro. Hoje vejo o besteirol que jogam sem dó sobre a nossa Amazônia, sempre rapinada, cobiçada, com aquela biodiversidade fenomenal, a vida pulsando em cada folha caída, araras voando em duplas, macacos, cobras, enfim, um colosso inenarrável.
Não se fala mais no GEF e nem na 7a. Cia, e isso me entristeceu. Encontrar seu blog foi um sopro de ar puro em minha dolorosa saudade da honeymoon divina que vivi na Amazônia.
Atrevi-me a escrever-lhe. Desculpe a audácia.
Saudações cordiais
Magdala Domingues da Silva. SELVA!!
Prezada Senhora, boa noite. Sou filho de um militar (sargento) que serviu em Tabatinga até o fim de 1964, quando foi transferido para Manaus, juntamente com toda família de 12 filhos. Hoje moro em Brasília, mais não esqueci da minha terra, sempre que posso revisito Tabatinga. Gostaria de verificar a possibilidade de ter acesso às fotografias (cópias) do seu acervo, referentes a 7ª Companhia de Fronteira. Obrigado e grande abraço. Otacy Rocha Pereira, filho de Manoel Rocha Pereira, já falecido.
ResponderExcluirOtacy, tenho o material que você deseja. favor me contactar.
ResponderExcluirPrezado Coronel, sou Advogado/Procurador Federal aposentado. Servi com muita honra ao Exército, no ano de 1966, no Pelotão de PE, da Companhia de Comando e Serviços - CCS do saudoso GEF, e, tive como Comandantes os jovens Tenentes BENEVIDES e D'ALENCAR, sob o comando maior do nobre General de Divisão LAURO PINTO, e como Presidente da Republica o Marechal HUNBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO. Foram 11 meses e sete dias de muito conhecimento e aprendizado. Tempos bons. Bem diferentes destes que vivemos hoje. Um grande abraço.
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