CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

quinta-feira, novembro 07, 2024

DOIS INTELECTUAIS AMAZONENSES: NONATO E ÁLVARO

Álvaro Maia
Meses após a morte do acadêmico Álvaro Botelho Maia, padre Nonato Pinheiro, também acadêmico e membro do IGHA (Instituto Geográfico do Amazonas) publicou em O Jornal, (domingo, 19 de outubro de 1969), uma sinopse das obras do falecido. O alongado artigo vai aqui compartilhado em duas assentadas. Efetuei a atualização da ortografia e introduzi ligeiros detalhes, que espero não comprometa a obra do saudoso articulista.

Recorte de O Jornal, 19 out. 1969

Tentarei neste meu trabalho de hoje traçar um aproximado itinerário intelectual de Álvaro Maia, que reputo, com Péricles Moraes, as duas mais altas expressões de grandeza no panorama literário de meu estado natal. Nascido em Humaitá, a 19 de fevereiro de 1894, com 13 anos iniciava os estudos de humanidades no Ginásio Amazonense (1907). Nesse tradicional estabelecimento de ensino médio, logo despertou admiração e respeito, entre os condiscípulos, a corola magnifica de sua inteligência, que se abria em púrpuras e aromas fascinantes.

Foi gerente, redator e colaborador assíduo da revista AURA, órgão crítico e literário, cujo primeiro número apareceu em 24 de julho de 1907. Suas brilhantes colaborações traziam por vezes o pseudônimo ALBOMA, em que o leitor inteligente logo lhe descobre o verdadeiro nome: AL (Álvaro); BO (Botelho); MA (Maia). O condor ensaiava os primeiros voos, entre alunos igualmente brilhantes, como Abelardo Araújo e Cosme Alves Ferreira Filho. No terceiro aniversário da revista (24/07/1910) escrevia ufano:

“Sentimo-nos invadidos de orgulho, porque a AURA, a cada passo que vai dando, cada vez que sai aos ventos da publicidade, cai conquistando simpatias espontâneas, vai caminhando a largos passos. A sede da glória chegou até nós e, enraizando-se em nossos corações, lançou fulgurações cintilantes, e, vestindo a clâmide da Verdade, vamos seguindo pela estrada iluminada pelas suas projeções, guiados pelo saber, como aqueles Reis Magos da lenda antiga pela estreia do além.”

A imagem fascinante da glória desde então passou a ter em seu formoso espirito uma colorida moldura. Em 1911, 19 de agosto, volta a sonhar com a iara deslumbrante de suas linfas cristalinas: “Sonho com a luta, sonho com a Glória. A Glória é uma enganadora miragem: é uma luz vaporosa que brilha longe, muito longe, nos extremos do horizonte e nós, seduzidos pelo seu fulgor, vamos em procura dela. Muitas vezes semimortos e tristes, queremos voltar, mas não podemos. É que ouvimos salmos harmoniosos que nos atraem, como os Cânticos das sereias aos marinheiros”.

Nesse ano de 1911, Álvaro Maia estreou no jornal CORREIO DO NORTE, de propriedade e direção de Germano Bentes Guerreiro. Era um belo jornal, noticioso e literário, que diariamente publicava, sob a epígrafe URNAS, uma joia antológica da literatura luso-brasileira. Foi para mim uma grata surpresa essa estreia, porque o jornal lança simultaneamente Álvaro Maia e meu pai, que assinava Nonato Pinheiro. Foi a 14 de maio de 1911, que ambos foram apresentados na primeira página dominical do referido órgão de imprensa, sob o título “Panoramas”, e o subtítulo “Duas revelações auspiciosas”. Álvaro tinha 17 anos e meu pai, 21. A crônica traz o pseudônimo Diable Rouge, que apresenta os dois moços: “Hoje tenho o prazer de publicar nesta crônica duas magníficas estreias, duas verdadeiras revelações auspiciosas, dois trabalhos escritos por dois rapazes de visível merecimento”. Álvaro estreou com o lindo soneto Assuntos Velhos. Meu pai inaugurava com o poema Nos braços de Vênus. Transcrevo o soneto do aedo de Humaitá:

ASSUNTOS VELHOS

Quando tu passas com teu passo altiva/ os corações altivos seduzindo,/ enamorado e triste vou seguindo/ teu corpo divinal e fugitivo.// Porque dele evaporas um ativo/ cheio de flores nos florais abrindo/ que, em espirais ardentes se expandindo,/ me enche o peito dum doce lenitivo.// Quando passas serena e deslumbrante,/ ficam meus olhos abismados ante/ a forma do teu corpo de rainha;// E dos lábios em dúlcidos cortejos/ seguem-te, para que não vás sozinha,/ rindo e cantando turbilhões de beijos!

Em agosto desse mesmo ano de 1911, nosso poeta viajou para Fortaleza. Américo Guedes ofereceu-lhe um almoço de despedida, ao qual compareceram Abelardo Araújo, Minos Cardoso, Cosme Alves Ferreira Filho, Antônio Barbosa e Demóstenes de Carvalho. Ao brinde, falaram: Araújo, pelo corpo redacional da revista AURA; Barbosa, pelo CENÁCULO; Cosme Ferreira, pelos colegas; e Cardoso, em seu próprio nome. O homenageado agradeceu comovido, proferindo um discurso estrelado de imagens deslumbrantes. Demóstenes de Carvalho ergueu um brinde pela felicidade da família. De Fortaleza o poeta enviava para AURA o belo soneto Alma Vagabunda, que dedicou a Demostenes de Carvalho. (segue)

terça-feira, novembro 05, 2024

ENCONTRO DE TRÊS POETAS AMAZONENSES

O encontro aconteceu nas páginas do Jornal de Commercio, em 14 de agosto de 1970, ocasião em que o poeta Anibal Beça (1946-2009) ilustrou sua página no jornal apreciando outro vate: Luiz Bacellar (1928-2012). Beça aproveitou o ensejo para incluir na conversa o parceiro desta arte Thiago de Mello (1926-2022). Convido a ler a postagem compartilhada da página do matutino. Detalhe: a fotografia foi realizada pelo artista Salgado. 

Recorte da página do periódico

UM POETA UM NOBRE

Luiz Franco de Sá Bacellar, considerado por muitos a figura mais expressiva do movimento modernista amazonense, nasceu em Manaus, na rua Saldanha Marinho, na casa de seu avô e padrinho, José Pinto Franco de Sá (Seu Zezé), a 4 de setembro de 1928. Descende de uma linhagem nobre e ilustre e toda sua gente é maranhense de quatrocentos anos. Seu avô paterno João Marinho Bacelar era filho do senhor das terras de Nossa Senhora da Conceição, da vila do Brejo de Anapurus [MA] na margem maranhense do rio Parnaíba. Estudou no Colégio de São Bento em S. Paulo, com os monges beneditinos que lhe deram uma formação cavalheiresca e teutônica. E é o poeta mesmo quem diz que até hoje é meio prussiano.

Começou a trabalhar na imprensa de Manaus em 1945, no jornal “A Gazeta”, que tinha como secretário Herculano de Castro e Costa. Bacellar já correu quase todos os jornais de Manaus. Em 1956, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde cursou no Museu Histórico Nacional a matéria técnica de conservação de museu. No Rio, Bacellar trabalhou nos jornais: “O Globo”, “Correio da Manhã” e o “Dia”.

Voltando para Manaus, continuou a trabalhar na imprensa e recentemente lecionou no Colégio Estadual do Amazonas - História da literatura - e no Conservatório de Música, História da Música. Atualmente é conservador da Pinacoteca do Estado e membro do Conselho Estadual de Cultura. Começou a escrever poesia muito cedo, depois de ter lido Bandeira e Drumond para extravasar como ele diz sua veia humorista. Ainda hoje se considera mais humorista que poeta. 

FRAUTA DE BARRO  e SOL DE FEIRA A OBRA

Luiz Bacelar com relação à sua obra é sério, meticuloso e seus poemas são elaborados com a preocupação de comunicar, divertir e, procura em pesquisas, conservar, registrar as tradições populares e costumes estilizando a literatura oral do povo. Haja vista o livro Frauta de Barro na série de poemas do romanceiro suburbano, onde o poeta mostra-nos vários poemas coletados da nossa literatura oral: O caso da Neca, Santa Etelvina, Chiquinho das Alvarengas etc.Frauta de Barro foi seu livro de estreia com o qual venceu, em 1959, o grande prêmio “Olavo Bilac” da Prefeitura do Distrito Federal [hoje Rio].

A primeira tiragem do livro foi de 110 exemplares, o que tornou Frauta de Barro um livro raro, Bacellar vêm a mais de quatro anos lutando pela reedição, que já está reformulada e aumentada e sairá com orelha do poeta Thiago de Mello:

Sou completamente suspeito para escrever qualquer palavra sobre este grande poeta que é Luiz Bacellar. Mais suspeito ainda para dizer qualquer coisa sobre este Frauta de Barro, um dos mais belos e também mais importantes livros surgidos na literatura brasileira destes últimos anos. Minha suspeição se explica simplesmente: Bacellar é, já faz tempo, um dos meus poetas amados, junto com Neruda, Apollinaire, Drummond, Joaquim Cardoso, Lorca, Fernando Pessôa e Carlos Pena Filho. Frauta de Barro é um livro que viaja comigo e que me vem dando, companheiro bom, sua firme e transparente ajuda. Quando Frauta de Barro me ajuda? por exemplo, quando meu ser, mordido de escuridão, reclama o sol da poesia: e recordo em voz alta, o soneto de verão, e a claridade de seu mistério me fortalece. Por exemplo, longe do Brasil (quantas vezes recitei com Neruda sonetos de Bacellar). (...)

Bacelar é o verdadeiro poeta de Manaus. Ele soube captar, íntima e inteira, a alma da nossa cidade, que palpita, transfigurada, nas páginas deste belo livro. E mais: Luiz Bacelar, meu amigo, há quase vinte anos, amizade que é para mim uma festa e da qual tanto me orgulho, não é apenas um dos artistas brasileiros a quem mais respeito e admiro, é também uma das pessoas humanas a quem mais quero bem, e cujo convívio me inaugura, permanente o sortilégio colorido e profundo da alegria.

Sucede que Luiz, apesar da minha suspeição, me pede um texto para servir de orelha à segunda edição de Frauta de Barro. A um pedido seu não me posso fazer de rogado. Mas não lhe dou orelha. O que lhe mando é, no fundo, uma declaração de amor, publicamente. Ass. Thiago de Mello - Paris, Primavera. 

DOIS LIVROS DUAS PREMIAÇÕES

Sol de Feira, o segundo livro do poeta também foi premiado. Ganhou no ano passado [1969] o grande prêmio Estado do Amazonas. E vários dos seus rondeis serão musicados pelos compositores: Waldemar Henrique, Nivaldo Santiago, Emmanuel Coelho e Dirson Costa. O lançamento está previsto para este ano e terá ilustrações dos nossos melhores artistas plásticos. Tem ainda inéditas peças em teatro e conto - em teatro, a trilogia “Cesar Brando”, “Luar de mortos” e “A paz mora nas montanhas”. Em conto, “Os funerais do príncipe Baluba” (estória do enterro de um “soba” africano educado em Cambridge). 

BACELAR - CONDE DRÁCULA, O HOMEM E O MITO

Luiz Bacelar, também é, junto com Farias de Carvalho o poeta mais conhecido e mais popular de nossa cidade. Em torno de sua figura gira um sem fim de estórias e anedotas. Ser chamado de vampiro, conde sinistro, bruxo etc. o poeta recebe em tom de gozação e esportividade. Uma das anedotas mais conhecidas é a que o Bacellar chegou ao canto do Pina e um rapaz aproximou-se e perguntou:

 — O senhor é que é o poeta Bacellar?  — Sou sim. Por que?

 — É porque eu sou estudante e andava atrás de uma pessoa letrada para me dar uma informação a respeito dessa formiga, de que ramo e qual a sua família.

— Seu colega, confesso que eu não sei

 Como! uma pessoa como o senhor não sabe, então ninguém mais, sabe.

Bacellar saiu, cabisbaixo, desconfiado e foi para a casa. Passou uma semana ninguém via o Bacellar. 10 dias e lá vem o Bacellar. Encontra o rapaz no Pina e tira do bolso umas 20 folhas de papel datilografadas e começa a ler: BREVE ESTUDO DAS TANAJURAS, JIQUITAIAS E SAÚVAS, verdadeiro tratado científico à cerca das formigas.

Uma outra conhecida e que foi fato verídico, foi a parada com o Alfredo Belmont. O Belmont é um gozador emérito e sabendo que o Bacellar ficava chateado quando alguém mexia com seu nome, aprontou essa:

— Bacelar, hoje eu fiz uma descoberta sensacional. Remexendo nos papéis de família descobri a origem do teu nome. Meu bisavô que era um fidalgo em Portugal, tinha a seu serviço um cavalariço que ele sempre esquecia do nome. Certa feita, querendo o velho passear a cavalo começou a gritar: Oh! rapazito, bai selar, bai selar, bai selar... o meu cavalo. E daí, toda vez que o velho precisava do rapaz, dizia: vai chamar o bai selar.

O poeta Bacellar ficou olhando, sério e saiu-se com essa: — Engraçado! Alfredo, eu também descobri a origem do teu nome Belmont. Um dos meus ancestrais, o Visconde da casa castalda mira Y solar de Bacellar, tinha uma camareira que deu à luz a um menino que era tão feio, tão feio, que quando o velho foi ver, olhou, olhou e disse: mas, que belo monte, que belo monte de **** (asteriscos); e esse menino, Alfredo, era teu bisavô.

Estórias como estas correm aos montes e o poeta diz: O quê que eu posso fazer, inventam muitas mentiras, eu só faço achar graça, eu acho até que funciona promocionalmente, eu sou o único vampiro simpático do mundo.

domingo, novembro 03, 2024

DIA DE FINADOS - 2024

 A lembrança dos Finados deste ano de 2024 pertence ao Renato Mendonça, mais uma vez exercitando sua competência com a simbologia religiosa. A ilustração me pertence apanhada ontem no cemitério de Água Verde, em Curitiba.

Detalhe da decoração em jazigo 

DIA DE FINADOS - 2024 

Embora faça parte da vida, temos dificuldades em aceitar a morte de maneira natural e humana. É como se fosse o corte do cordão umbilical de um bebê ao nascer, quando perde o contato fisiológico com a mãe, chora. Por que choramos a separação física? A Igreja não nos proíbe de chorarmos. Podemos, sim, oferecermos nossas lágrimas e saudades àqueles entes queridos que conviveram conosco, às vezes até como uma forma de gratidão pela lembrança e pelo legado que nos deixam. No meu caso, principalmente àquela que ofereceu seu ventre para geração da vida. Há os antepassados que, mesmo conhecendo apenas suas histórias, somos gratos por nos ofereceram a seiva do amor em genes, para a formação da estrutura familiar.

É extremamente difícil ver o pai, a mãe, os filhos, os irmãos ou mesmo os amigos íntimos arrebatados pela morte. No entanto, no mundo cristão em que fomos conformados, a fé nos ensina a sermos fortes nos momentos de dor e nos convida à meditação, usando como símbolo a vida e a morte de Jesus Cristo. Ele chorou a morte de seu amigo Lázaro, segundo as escrituras. Maria, sua mãe, chorou aos pés da cruz. Maria Madalena e outras pessoas choraram durante a crucificação. Tudo isso está registrado no Novo Testamento, que nos exorta ao não chorar por desespero, porém com a esperança na vida eterna.

Poderemos mitigar nosso sofrimento, encontrando alívio nas sábias palavras do apóstolo Paulo: “Não queremos, irmãos, que estejais na ignorância acerca dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus trará com ele aqueles que morreram em Jesus. (1Ts 4,13-14)

E por que recordamos os que já faleceram? Porque cremos que em Deus não existe a morte, todos vivem na fé, e fazemos parte da mesma comunhão tanto no céu como na terra; porque além do nosso corpo material, que é perecível, existe o espírito, etéreo e infinito, que perdurará além de nossa passagem por este chão. E é isso que chamamos de ressurreição, tomando como exemplo e modelo — recorro, novamente — a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele veio para dar testemunho e elevar a nossa fé. É sempre bom acreditar em um Amor Maior que não tem fim, não se acaba...

E não podemos esquecer também o afeto que nos une aos nossos animais de estimação. O próprio adjetivo define que devemos ter uma estima elevada, para usufruirmos com eles nossas alegrias e enlevos, os encantamentos que nos oferecem. O lado triste dessa relação é que, quando há a separação, o sofrimento é muito maior. Porém, para quem tem fé em Deus, pode acreditar que há um paraíso animal para cães onde a minha Elzinha pode estar repousando agora, ou brincando, como era de sua índole. Eu não poderia deixar de fazer esse registro, pois hoje seria a data de seu aniversário de nascimento.

A todos nossos entes queridos, Deus os guardem à sombra de Sua proteção e à luz de Sua face! Amém.

sábado, novembro 02, 2024

PMAM: FORMAÇÃO DE OFICIAIS (2)

O primeiro restauro da PM amazonense ocorreu em 1876, desse modo, foram quase noventa anos até que tivesse início a formação de oficiais propriamente dita. Afinal, o fato ocorreu na abertura da década de 1960, quando os primeiros alunos ou cadetes foram enviados à Escola de Formação de Oficiais (EsFO) da PM da Guanabara (novamente Rio de Janeiro, em 1975). Adiante, foi a vez de recorrer à Academia da Polícia Militar (APM) do Barro Branco, em São Paulo. Seguida da APM de Minas Gerais, que aceitava alunos ainda sem o curso médio completo, e à do Estado do Rio, com a capital em Niterói. Em nossos dias, há alunos formados em todas as APM do país.

Quartel da Polícia Militar do Amazonas entre 1890-2002

A partir de 1964, com o advento do Governo Militar, e de 1969, com a criação da Inspetoria-Geral das Polícias Militares (IGPM), a distribuição de vagas em cursos policiais em geral tomou novo direcionamento. No ensejo, observou-se na juventude amazonense maior interesse pelo quadro de oficiais, empenho que foi crescendo a cada ano, incrementado quem sabe pela presença de jovens oficiais na capital, pela notícia expressada no domínio familiar, ou no âmbito escolar, e, como soe acontecer em todas as escolas militares, a aplicação de quota com o aproveitamento de sobrenomes paternos, além de indicações superiores. Em 1987, o número de candidatos superou a centena – 142 –, incluídos os civis e os policiais militares, para uma dúzia de vagas.

Uma outra questão que, com o aumento do número de formandos a cada ano, passou a necessitar de novas regras. Os primeiros candidatos mantinham a antiguidade adquirida na escola, ou seja, de acordo com o grau escolar e a data em que se tornavam aspirantes a oficial. Assim, aquele que fosse declarado aspirante no primeiro dia do mês tinha mais antiguidade do que os declarados nos dias seguintes, independentemente do grau escolar. Dessa forma, a importância do grau escolar – cuja relevância é notável – era desafiada. Por conta disso, uma nova diretriz foi estabelecida: independentemente da data de declaração e da academia, os aspirantes seriam agrupados em uma única turma e classificados conforme seu desempenho acadêmico. No entanto, essa norma logo passou por alterações, já que algumas escolas adiantavam o término do curso.

Anos 1930

Comandantes

Nome / Posto                                                                    Nomeação

  1. Joaquim Vidal Pessoa (AM)                    
      1. capitão EB                                                    29 janeiro 1930
  2.  Sergio Rodrigues Pessoa Filho (AM)
      1. tenente-coronel PM                                     1º novembro 1930
  3. Dissolução da PMAM
    1.       Ato 52                                                            29 novembro 1930 
  4.  José Rodrigues Pessoa (PB)
      1. tenente-coronel PM                                    20 abril 1936

Nota: os três comandantes estão enunciados nesta ordem: o nome e a naturalidade, o posto original na Força, sendo EB (Exército Brasileiro) e PM (Polícia Militar), e a data da nomeação.

OFICIAIS INCLUÍDOS

Nomeação

Nome / Natural                                                               Nascimento          

20|04|1936  

  • Júlio Augusto Bezerra (CE)                                              - 1905
  • Francisco de Paula Guedes de Araújo (AM)                  - 1905
  • José Umbelino de Albuquerque (CE)                              - 1894

12|05|1936   

  • Benedito Tavares de Azevedo (músico) (AM)               - 1873

03|10|1936  

  • Luiz Rodrigues de Carvalho (AL)                                     - 1887
  • Temístocles Henriques Trigueiro (PA)                           - 1908 (1)
  • Jonas Paes Barreto (PE)                                                   - 1897

02|09|1938 

  • Adalberto de Albuquerque Cavalcanti (PB)                   - 1911

1938  

  • Licurgo de Souza Marinho (?)

21|09|1939  

  • Guilherme Marques de Souza (AM)                                - 1910

(1) ainda tenente concluiu a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em 1937, na Polícia Militar do Pará, o primeiro oficial a realizar esta proeza. 

Serviço de Saúde

20|04|1936  

  • Walmiki Ramayana Paula e Souza de Chevalier (AM) - 1909 (2)
  • (2) incluído como 1º tenente médico, reformado coronel em 1954. Reconhecido na cidade pelo seu desempenho intelectual.