A lembrança dos Finados deste ano de 2024 pertence ao Renato Mendonça, mais uma vez exercitando sua competência com a simbologia religiosa. A ilustração me pertence apanhada ontem no cemitério de Água Verde, em Curitiba.
Detalhe da decoração em jazigo |
DIA DE FINADOS - 2024
Embora faça parte da vida, temos dificuldades em aceitar a morte de maneira natural e humana. É como se fosse o corte do cordão umbilical de um bebê ao nascer, quando perde o contato fisiológico com a mãe, chora. Por que choramos a separação física? A Igreja não nos proíbe de chorarmos. Podemos, sim, oferecermos nossas lágrimas e saudades àqueles entes queridos que conviveram conosco, às vezes até como uma forma de gratidão pela lembrança e pelo legado que nos deixam. No meu caso, principalmente àquela que ofereceu seu ventre para geração da vida. Há os antepassados que, mesmo conhecendo apenas suas histórias, somos gratos por nos ofereceram a seiva do amor em genes, para a formação da estrutura familiar.
É extremamente difícil ver o pai, a mãe, os filhos, os irmãos ou mesmo os amigos íntimos arrebatados pela morte. No entanto, no mundo cristão em que fomos conformados, a fé nos ensina a sermos fortes nos momentos de dor e nos convida à meditação, usando como símbolo a vida e a morte de Jesus Cristo. Ele chorou a morte de seu amigo Lázaro, segundo as escrituras. Maria, sua mãe, chorou aos pés da cruz. Maria Madalena e outras pessoas choraram durante a crucificação. Tudo isso está registrado no Novo Testamento, que nos exorta ao não chorar por desespero, porém com a esperança na vida eterna.
Poderemos mitigar nosso sofrimento,
encontrando alívio nas sábias palavras do apóstolo Paulo: “Não queremos,
irmãos, que estejais na ignorância acerca dos mortos, para que não vos
entristeçais como os outros, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus
morreu e ressuscitou, cremos também que Deus trará com ele aqueles que morreram
em Jesus.” (1Ts 4,13-14)”
E por que recordamos os que já faleceram?
Porque cremos que em Deus não existe a morte, todos vivem na fé, e fazemos
parte da mesma comunhão tanto no céu como na terra; porque além do nosso corpo
material, que é perecível, existe o espírito, etéreo e infinito, que perdurará
além de nossa passagem por este chão. E é isso que chamamos de ressurreição,
tomando como exemplo e modelo — recorro, novamente — a Paixão e a Morte de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele veio para dar testemunho e elevar a nossa fé. É
sempre bom acreditar em um Amor Maior que não tem fim, não se acaba...
E não podemos esquecer também o afeto que
nos une aos nossos animais de estimação. O próprio adjetivo define que devemos
ter uma estima elevada, para usufruirmos com eles nossas alegrias e enlevos, os
encantamentos que nos oferecem. O lado triste dessa relação é que, quando há a
separação, o sofrimento é muito maior. Porém, para quem tem fé em Deus, pode
acreditar que há um paraíso animal para cães onde a minha Elzinha pode
estar repousando agora, ou brincando, como era de sua índole. Eu não poderia
deixar de fazer esse registro, pois hoje seria a data de seu aniversário de
nascimento.
A todos nossos entes queridos, Deus os
guardem à sombra de Sua proteção e à luz de Sua face! Amém.
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