CATANDO PAPÉIS & CONTANDO HISTÓRIAS

domingo, novembro 17, 2024

POESIA DO DOMINGO

 

SOMBRAS

Quase ao chegar ao fim da longa caminhada

O corpo combalido, as pálpebras descidas,

Deus não me permitiu volver o olhar à estrada,

Para rever ao longe, as sendas percorridas...

 

Mas, tenho na memória as emoções sentidas,

No firme palmilhar da vida prolongada

As horas de alegrias e de emoções vividas,

Os momentos de dor, de lágrimas salgadas...

 

Os cânticos de amor ao sol da primavera,

A ilusão fugaz de posse da quimera

Aurida no dulçor de uns lábios de mulher...

 

As sombras do passado unem-se as do presente

A que fui condenado inapelavelmente

Na sábia decisão de Deus que assim quer...

 

O Jornal, 30 outubro 1969

A Poesia deste domingo é de autoria de Joaquim Antonio da Rocha Andrade, mais conhecido por JARA, que nasceu em Belém do Pará, porém, levado para Portugal ali completou a formação escolar. Quando retornou ao Brasil, passou pelo Rio de Janeiro, onde se iniciou no jornalismo. Em seguida, buscou o Norte começando em Sena Madureira-AC, a escala seguinte e definitiva foi Manaus, onde viveu a vida nos jornais. Começou nos jornais de Archer Pinto, e o restante dos subsídios incumbem a André Jobim, em “Velhos Tempos”.

Trabalhou também no Jornal do Povo, de Machado e Silva; Correio de Notícias, de Isaias Lima Verde, ao lado de Emiliano Marinho Filho, Abdul Rayol de Sá Peixoto, nós [André Jobim], Bento e Pedro Amorim, ao tempo da campanha de Severiano Nunes [derrotado] para governo do Estado; em A Gazeta, do Dr. Avelino Pereira; depois, na fase de fundação de A Crítica, de Humberto Calderaro, passando em definitivo, em 1951, para esse jornal, tendo em Calderaro um amigo e protetor, não esquecendo os demais amigos de O Jornal e Diário da Tarde e Jornal do Commercio. É dono de uma “Taça de Prata” como reconhecimento de A Crítica pelos seus relevantes serviços prestados àquele jornal, onde 14 anos trabalhou...

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