Muito se tem falado em ANÍSIO MELLO, das suas múltiplas
atividades no campo das letras e das artes.
Fundou e dirigiu jornais e revistas. Publicou 16 livros e
escreveu uma dezena de outros, incluindo poesia, folclore amazônico, crítica
literária, contos e ensaios. Proferiu conferências e palestras. A crítica especializada
é unânime em aplaudi-lo. Obteve Medalha de Ouro, em Paris, no Salão da França
Livre, em 1948, e prêmios no Brasil.
Realizou várias exposições individuais e participou de outras coletivas.
Seus quadros são conhecidos no Brasil e no exterior. Tem obras adquiridas pelo
Governo do Amazonas, resultante da Lei 130, de 26 de agosto de 1952, época em
que o artista expunha na Biblioteca Pública do Amazonas e na Pinacoteca do Amazonas.
São palavras de Sérgio Milliet sobre o artista: “O amazonense Anísio
Mello, crítico e poeta, é também pintor. Já tendo realizado algumas exposições
individuais e participado de várias mostras coletivas. Através de uma evolução
que vem se processando desde a idade de doze anos. Chega ele agora a uma
pintura em que o abstracionismo lírico se amalgama a um geometrismo nada rígido,
antes elegante, como que a controlar a possível exuberância das manchas. Se
assim age com a composição, também o faz em relação com a cor. Os amarelos, os
vermelhos e os pretos dos fundos são freados pelos brancos puros dos primeiros
planos. Esse conúbio de tendências aparentemente opostas, longe de perturbar a
harmonia do conjunto, equilibra com sabedoria e originalidade seus nanquins”.
Anísio Mello é um pintor [ora artista plástico] já
realizado e um desenhista que aplica sua excelente arte numa obra de grande
liberdade e sensibilidade.
Em A Crítica, de Manaus, escreveu o jornalista Luiz de
Castro: “Pintor e poeta, as duas artes em Anísio Mello se irmanam e se
confundem. Na pintura, ele patenteia poesia e da melhor, — e na poesia, ele
trai o pintor. Em ambos os misteres, a sua inspiração é única, agindo sob o mesmo
senso estético, notável, aliás, em todas as suas produções, quer poéticas, quer
pictóricas".
Por ocasião do lançamento de Festa Geral, poema
comemorativo dos seus 25 anos de poesia, assim se expressou o escritor e poeta
Alencar e Silva: "ANÍSIO MELLO" é seguramente um temperamento fora de
série. Não é só poeta, músico e pintor, reunindo em si a trilogia da sensibilidade
estética, como afirmara certa vez Américo Antony: é, na verdade, muito mais: é
também jornalista, ensaísta e folclorista, cineasta, escultor e inventor.
Poder-se-ia acrescentar que na vida prática é ele ainda bancário,
projetista e construtor (sua casa, em São Paulo, é obra que saiu inteiramente
de sua prancheta), além de ser graduado em Filosofia e Letras. E estou certo de
que seu espírito se move com desenvoltura por muitos outros campos do saber e
do fazer".
São palavras do padre Nonato Pinheiro, prefaciando o livro Vocabulário
Etimológico Tupi do Folclore Amazônico, de Anísio Mello: "Não conheço
outro amazonense que tenha divulgado tanto fora do Estado, sua terra e sua gente,
o mundo amazônico e seus expoentes. Sua bibliografia é opulenta e da melhor
valia".
Atualmente dirige o Liceu de Arte do Amazonas Esther Mello,
em Manaus, e é presidente da AMAP (Associação Amazonense de Artistas Plásticos).
ANÍSIO MELLO herdou dos pais o gosto pelas letras e pelas artes. Do pai,
magistrado e poeta Octaviano Augusto Soriano de Mello, vem a inclinação para as
letras; e da mãe, a pintora Esther Thaumaturgo Soriano de Mello, com quem
cursou Belas Artes, absorveu a estética da cor. Descende de uma clã de artistas
e de poetas.
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