Moacir Andrade |
O extinto jornal A Gazeta circulava com uma coluna na primeira página intitulada A Cidade em Foto.
Nela, gerava alguma informação, como propõe o título, sobre
Manaus, trazendo sempre foto e adequada legenda. Em acertada ocasião, enfatizou
o trabalho do saudoso artista plástico (então conhecido por Pintor) Moacir
Andrade, com evidente reconhecimento no país. Nessa condição, já pensando em
colocar os pés no mundo.
Esta postagem foi
compartilhada da edição de 5 de novembro de 1963.
Detalhe da publicação sobre Moacir Andrade (A Gazeta, 5 dez. 1963) |
Bom papo, bom garfo. É natural, pois o abastecimento deve acompanhar
a produção. A cara podia ter saído do cartaz de um filme de bandido, do “procura-se”
de uma chefatura policial. Mas pertence ao Moacir Andrade, que tem cara e complementos
conhecidos em todo o país.
Tem talento. Tem inteligência. Concentrados nas mãos, no cérebro,
nos olhos. Mãos que pintam, cérebro que imagina coisas, bonitas, olhos que sabem
ver o que 0s mais cegos que os próprios cegos não enxergam.
PINTOR. Tudo na caixa alta, como de fato merece. Já mostrou (e
vendeu) seus belos quadros no Rio Grande do Sul, no tempo e sob o patrocínio de
[Leonel] Brizola.
Idem na Guanabara, onde estreou, numa promoção da revista “O
Cruzeiro”. Com duas aspinhas, a mesma coisa, em Brasília, patrocinado
pelo prefeito (sic) Ivo Magalhães. Está se preparando para voltar à
Guanabara, desta vez convidado da [revista] Manchete. Depois, Buenos
Aires, e, quem sabe, Roma, Paris, Londres?...
Em Manaus já fez umas dez exposições. Prefere os motivos regionais,
e, lá fora, sozinho, vale um departamento de promoções da grandeza do Amazonas.
Divulga os nossos usos e costumes com honestidade e exatidão. É modernista,
tipo século XX, professor de desenho, casado, pai de filhos, pensa no futuro e
já tem casa própria. Um artista da era atômica. Dizem até que toma banho.
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