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quarta-feira, maio 27, 2020

NOTA BIOGRÁFICA: PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA



Diz respeito a um presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, dos primeiros momentos da República. 


JOAQUIM DE ALBUQUERQUE SEREJO

Nasceu na província do Maranhão, em 24 de julho de 1864, filho de João Policarpo Serejo e de Maria de Jesus Albuquerque Serejo. Foi batizado no ano seguinte, em 20 de janeiro. Consolidou os estudos secundários na sua cidade natal, depois do que seguiu para a Corte.
Teve praça como aspirante a Guarda Marinha, em 4 de março de 1882, aos 18 anos, tendo concluído o curso em 25 de novembro de 1884. Em seguida, a promoção ao posto inicial da Armada – segundo tenente, em 24 de setembro de 1886. Em cumprimento ao regulamento naval, foi nomeado para integrar a guarnição de diversos navios da Marinha. Com serviço prestado tanto no país quanto no exterior.

Em 8 de março de 1890, no alvorecer da República, foi promovido ao posto de primeiro tenente. Nesta condição, por Aviso de 29 de janeiro de 1892, foi nomeado para o Aviso fluvial Tefé, sediado na Flotilha do Amazonas. Para assumir o encargo, Serejo embarcou, em 1º de fevereiro de 1892, no vapor Maranhão com destino a Manaus.
Aqui desembarcou a 25, sendo nomeado para o Aviso “Tocantins”. Servindo na guarnição local, Serejo foi promovido ao posto de capitão-tenente, em 9 de agosto de 1894. Permaneceu na área, onde operou em outros navios da Marinha, até sua eleição para o Congresso Estadual. Deixou o comando da canhoneira “Araripe”, ao tomar posse no Legislativo, em 10 de julho de 1895.

Na mesma legislatura, que se estendeu por três anos até 1898, foi eleito presidente da Assembleia Legislativa. Convém assinalar que exercia o governo do Estado, Eduardo Gonçalves Ribeiro, tenente do Exército. Também é aconselhável recordar a eleição do sucessor de Eduardo Ribeiro, o tenente Fileto Pires, em uma articulação política que passou à história do Amazonas pela alcunha sugestiva de “Congresso Foguetão”. Serviu no Estado, ao tempo em que os oficiais das Forças Armadas, especialmente os capitães e tenentes, ocupavam os lugares de destaque da administração amazonense. Serejo soube aproveitar a oportunidade.

Consta no Dicionário histórico-biográfico da Primeira República (1889-1930) Rio: editora FGV, que Serejo foi unicamente deputado federal pelo Amazonas, no período de 1897 a 1902. Não me parece consistente esta informação, estou em diligências para assegurar o verdadeiro.


Retornou ao serviço ativo da Marinha, ao deixar o Poder Legislativo. Assim é que, segundo normas da época, seguiu sendo promovido. Ao posto de capitão-de-fragata, em 15 de maio de 1909, ocasião em que passou a residir na cidade do Rio de Janeiro. Nesta guarnição desempenhou diversas comissões, destacando-se as de comandante de vários navios da Esquadra e a de vice-diretor da Escola Naval.  Finalmente, alcançou o posto de contra-almirante, em 22 de janeiro de 1920, sendo reformado no posto imediato, contando mais de 39 anos de serviço, em 7 de junho do mesmo ano.
Faleceu em sua residência, na capital da República, em 3 de junho de 1943, às vésperas de completar seu octogésimo aniversário 

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